2021 e a Teoria do Pêndulo

Por Leonardo Milane  

Se pudéssemos voltar no tempo, mais especificamente durante o período de fevereiro a abril de 2020  (o auge da crise e do stress dos mercados), nem o investidor mais otimista diria que 2020 se encerraria da maneira como desenrolou: o Ibovespa na máxima histórica (depois de uma queda de aproximadamente 50% no pior momento do ano!); o dólar recuou dos R$/US$ dos 6,00 para 5,20; e os indicadores econômicos foram se recuperando rapidamente durante o segundo semestre.

Adicione a tudo isso a extensão do bilionário pacote de auxilio aprovado pelo governo americano, portanto mais fôlego para maior economia do mundo continuar se recuperando; e os recentes dados da economia chinesa, que apontam para um PIB positivo  nesse ano. 

E se voltássemos no tempo para outros períodos da história, observaríamos que o mercado se comportou exatamente da mesma maneira: como um pêndulo que oscila entre o excesso de otimismo e o excesso de pessimismo. Em determinados momentos, esse pêndulo perdura mais tempo em um dos dois extremos, mas cedo ou tarde acaba cedendo para o lado oposto. 

Diversas teorias de finanças e macroeconomia explicam esse comportamento: regressão a média; excesso de liquidez a juros muito baixos, por muitos anos seguidos; efeito manada e loss aversion, dentre outros.

Mais importante do que as teorias, é a arte de como gerir nossos investimentos na prática, tanto em 2021, como ao longo de todos os próximos anos.

E isso envolve 3 princípios fundamentais:  Disciplina: definir uma estratégia de investimentos, implementá-la  e decidir manter ou alterar a estratégia em vigor de acordo com os resultados obtidos. Lembrando que  investimento não é aventura, nem um grande casino.

Perca pequeno (perder 50% do seu patrimônio implica em ter que ganhar 100% para retornar ao patamar original!), e ganhe grande. Se sua estratégia não está calibrada para esse princípio, ela está errada; e quem não realiza pequenos prejuízos (vender um ativo com prejuízo) não entende que não existe estratégia infalível.

Se exististe, as profissões de economista, assessor de investimentos, gestor de fundos e analista de investimentos não existiriam. Diversificação: não estou falando apenas do clichê “não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Estou falando em ter uma parte relevante do seu patrimônio dolarizada, pelo menos 20%, investindo em ativos do exterior.

Esqueça essa questão do melhor timing para comprar dólar, porque ninguém tem essa reposta.  A dinâmica fiscal brasileira é, até o momento, um problema sem solução. Além disso, em todos as crises da história recente, o dólar subiu fortemente.  Esses dois pontos já são suficientes para dolarizar uma bela parcela do seu patrimônio. 

De lambuja, você vai gerar renda em dólar (legal nunca mais ter que se preocupar em deixar de viajar para fora do país por que o dólar subiu muito?); Confiar em alguém que seja especialista nos dois princípios acima: idealmente alguém que vai acompanhar você e seus investimentos durante toda vida, e conheça muito bem seu perfil de risco, necessidade de liquidez e detalhes da sucessão patrimonial da sua família.

Não digo ser impossível, mas acredito que seja muito difícil alguém que não respira o mundo dos investimentos ser um investidor eficiente atuando 100% sozinho. Mesmo raciocínio vale para quando um economista, administrador, assessor de investimentos etc…precisa de um médico, dentista ou advogado.

Um especialista de muita qualidade técnica e de confiança faz toda diferença. E 2020 está aí para não me deixar mentir: o investir despreparado, que atual no impulso, zerou sua carteira no auge da crise e/ou deixou de comprar e aumentar a posição quando os ativos ficaram muito baratos. 

Voltando ao final do primeiro parágrafo, é inegável que os mercados estejam precificando boas perspectivas para a economia brasileira e nossos investimentos durante 2021. Caso contrário, o Ibovespa, o câmbio e a curva de juros não estariam dando sinais tão positivos nos últimos 60 dias.

Num piscar de olhos, o mercado esqueceu da sinuca de bico que nos encontramos em relação a necessidade de aprovação das Reformas para conter a trajetória exponencial da dívida pública, da eleição da Câmara em fevereiro e do impacto econômico negativo que a demora em vacinar a população trará. 

Parece que o mercado está absurdamente confiante em relação ao futuro….alguém já ouviu falar na “teoria do pêndulo”? Torço para que os mercados estejam certos, e o pêndulo permaneça no “território otimista” durante 2021.

Nem por isso deixarei de seguir à risca os 3 princípios colocados acima, hoje, ano que vem, e para sempre. Afinal de contas, aonde estava o pêndulo em dezembro de 2019, bem antes da crise de 2020 explodir?  

Leonardo Milane, sócio e Economista da VLG Investimentos

Uma Reforma para o Brasil voltar mais rápido

O setor financeiro nacional tem um papel econômico e social de grande relevo na sociedade brasileira. A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), dentro de seu compromisso de transparência e de aproximação cada vez maior com a população, vem a público apoiar uma reforma ampla da tributação, por entender que, depois de 30 anos de debates, temos agora uma oportunidade única de avançarmos na Reforma Tributária.

A FEBRABAN defende um sistema tributário sustentável, que permita prover recursos para as atividades e investimentos do setor público. O atual modelo de impostos está muito aquém dos países desenvolvidos e também daqueles que competem diretamente conosco.

Nosso sistema de impostos é caótico, não é de hoje, pela sua complexidade, por sua insegurança jurídica, pela falta de transparência e pelo alto custo de observância, implicando desperdício de esforços e de gastos elevados para as empresas e para a sociedade. Uma Reforma Tributária é condição essencial para destravar o crescimento econômico, aumentar a produtividade, criar um ambiente de negócios mais favorável e melhorar a vida de empresas e famílias.

Por isso, a FEBRABAN elenca os seguintes princípios básicos que defende para a Reforma Tributária:

Neutralidade – É fundamental não haver aumento de carga tributária, já reconhecidamente alta, mantendo-a no nível atual, mas contemplando, futuramente, a perspectiva de sua redução. Além disso, o sistema tributário deve interferir o mínimo possível no funcionamento da economia e nas decisões dos agentes econômicos. As decisões de produção, consumo e investimento devem ser tomadas em função da lógica econômica, para eliminarmos as distorções e assimetrias do nosso sistema tributário.

Simplicidade – O novo sistema deve ser simples, garantindo ao contribuinte a compreensão sobre o seu funcionamento, ao tempo que cumpra suas obrigações sem gastos excessivos de recursos humanos e econômicos.

Equidade – É preciso acabar com a complexidade e assimetria dos impostos sobre o consumo de bens e serviços que se tornam um obstáculo ao nosso crescimento e, em especial, à competitividade interna e externa. A carga tributária deve ser a mesma para os iguais, garantindo que cada um contribua efetiva e proporcionalmente conforme a sua capacidade contributiva.

Transparência – É necessário que o sistema tributário seja transparente, para que o cidadão e as empresas conheçam o quanto pagam sobre cada produto, bem adquirido ou serviço tomado. A simplicidade, a transparência e a clareza das normas tributárias irão reduzir a insegurança jurídica, atraindo novos investimentos ao país.

A Reforma Tributária é um avanço que devemos perseguir e, mais que isso, alcançar e alcançar juntos: poder público, setores da economia e sociedade. O mundo mudou, e seguirá mudando, cada vez mais rápido. O Brasil não pode, uma vez mais, ficar para trás.

A crise econômica na qual o Brasil mergulhou com a pandemia do coronavírus torna ainda mais imperativa e urgente essa reforma. Só com medidas firmes e arrojadas, que sinalizem um novo e melhor horizonte para a sociedade, será possível impulsionar o país nesse esforço necessário de retomada econômica.

Reforma Tributária é fundamental para o Brasil voltar a crescer mais rápido!

Representante de um setor estratégico para o país, pelo qual passa o financiamento da atividade econômica, a FEBRABAN irá promover, ao longo das próximas semanas, seminários e debates para ouvir a sociedade e os vários setores econômicos sobre a reforma.

Isaac Sidney,Presidente da Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN

Epidemia, pandemia… e a economia, como fica?

Por Vladimir Fernandes Maciel

A insurgência do coronavírus (COVID-19) tem chamado a atenção do grande público, seja pela profusão de notícias, seja pelo tom alarmista de muitas delas. O que é sabido cientificamente, até o momento, é que a letalidade do vírus não é tão elevada quanto parecia nos primeiros casos, porém ele é altamente contagioso. Numa escala de preocupações, vale lembrar que a gripe comum mata milhares de pessoas todos os anos e que a dengue tem produzido um quadro de contágio e de letalidade muito maior em países como o Brasil.

O maior motivo de preocupação real, todavia, não tem merecido o devido destaque. As consequências econômicas das medidas tomadas para prevenir ou controlar a epidemia podem ser mais danosas à vida das pessoas do que os sintomas do vírus.

A contenção da disseminação do COVID-19 pelo governo chinês e o medo das pessoas devido ao desconhecimento inicial sobre a letalidade e a possibilidade de contaminação, paralisou a produção do “chão de fábrica” do mundo, a província de Wuhan. O alarmismo fez com que uma doença não tão letal se tornasse potencialmente muito letal, só que do ponto de vista econômico.

Os efeitos iniciais e diretos sobre as cadeias globais de valor vão em quatro sentidos. O primeiro efeito é a redução do nível de atividade industrial da China e do mundo como um todo, uma vez que milhares processos produtivos espalhados pelo globo dependem de insumos, peças, parte e componentes fabricados em Wuhan. A suspensão da produção da planta coreana da Hyundai, ou as férias coletivas forçadas nas plantas da LG, Samsung e Flextronics (fabricante dos celulares Motorola) no Brasil são exemplos imediatos. A Zona Franca de Manaus é uma das concentrações industriais do país com maior potencial de ser afetada.

O segundo efeito é sobre a atividade comercial. Importadores e comerciantes de produtos chineses sofrerão falhas de abastecimento e terão redução de venda por falta de mercadorias. Polos de varejo, como a 25 de março, em São Paulo, e o Saara, no Rio de Janeiro, são locais com grandes chances de perderem faturamento em relação ao ano passado.

Já o terceiro efeito é sobre as viagens de negócios e de turismo, o que afeta a cadeia que envolve a rede hoteleira, agências de viagens e companhias aéreas. Destinos como Ásia e Europa (especialmente a Itália — responsável pelos casos se manifestaram no Brasil) tendem a ter redução expressiva do fluxo de turismo e, portanto, queda nos negócios.

O quarto efeito afeta o volume (quantum) de exportações do país, principalmente as commodities e os bens intermediários brasileiros que são utilizados nos processos produtivos de outras nações. A redução do ritmo da produção industrial reduz a procura por itens importantes de nossa pauta de exportações, que já vinha sendo afetada pela guerra comercial da China com os EUA, a crise econômica na Argentina e a desaceleração da economia europeia.

Por isso tudo, o Brasil, que já contava expectativa de crescimento medíocre em 2019, tenderá a repetir o desempenho pífio de 2020. Não seria tão ruim se, desde de 2014, o país não estivesse enfrentando uma lenta recuperação da recessão de 2015 e 2016. Somente uma mudança profunda nas expectativas dos investidores (nacionais e estrangeiros) sobre as potencialidades de negócios em nosso território e uma renovação de otimismo sobre a capacidade do governo de entregar reformas econômicas e conduzir privatizações relevantes seria capaz de compensar os efeitos danosos do coronavírus à economia.

Porém, as coisas ainda podem ficar piores globalmente. Desde a Grande Recessão de 2008, as políticas monetárias das principais economias mundiais, em particular os EUA e a Zona do Euro, foram acentuadamente expansionistas com o objetivo de estimular o crescimento e a recuperação das economias — tais como o “quantitative easing” (flexibilização quantitativa) do Federal Reserve estadunidense.

As taxas de juros artificialmente baixas fizeram com que uma série de ativos relacionados a projetos de investimento outrora pouco rentáveis se tornassem atrativos. Alimentados pela injeção de liquidez, os mercados de capitais internacionais fugiram de taxas de juros negativas de vários títulos soberanos e passaram a buscar qualquer possibilidade de rentabilidade em projetos de retorno duvidoso. Em decorrência, os preços dos ativos nos mercados internacionais dispararam, o que pode se chamar de “inflação de ativos” e uma bolha parece ter sido gestada.

Pode ser que os desdobramentos econômicos do coronavírus e a queda de demanda agregada sejam tais que representem o “pontapé” inicial para uma ampla correção dos preços de ativos (o que levará a uma desvalorização das bolsas de valores e das taxas de câmbio) e a fuga de capitais para ativos reais, como o ouro — que desde de 2018 vem sendo cada vez mais negociado internacionalmente e com cotação crescente — o que indica uma apreensão já existente nos mercados. Neste caso, revelar-se-ia um excesso de oferta e de capacidade produtiva em diversos setores econômicos mundiais, encaminhando o mundo para mais uma crise global depois de pouco mais de 10 anos após o crash de 2008.

Portanto, se as repercussões mais negativas acontecerem, mais do que a apreensão com o COVID-19 pela esfera da saúde pública, devemos nos preocupar também com as consequências econômicas da doença e a quantidade de vidas que podem ser afetadas em termos de emprego, renda e oportunidades.

Vladimir Fernandes Maciel, mestre em economia e doutor em administração pública e governo. É Coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica e professor do Programa de Pós-Graduação em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Brasileiros acreditam em melhora da economia, mas otimismo diminui

Mais da metade da população economicamente ativa está otimista com os rumos da economia neste ano, após a aprovação da reforma da previdência e a queda da Selic ao mínimo patamar histórico. De acordo com pesquisa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) encomendada ao Datafolha, 62% dos brasileiros esperam que o cenário melhore em 2020. O resultado representa queda de 12 pontos percentuais em relação a 2019, quando 74% dos entrevistados responderam de forma positiva.

O otimismo é maior entre os homens, já que 66% acreditam que a economia terá melhor desempenho este ano, contra 57% das mulheres. Os moradores do Norte e do Centro-Oeste também são mais esperançosos: em cada uma dessas regiões, 71% dos entrevistados responderam que 2020 será melhor do que 2019 (62% no Nordeste, 61% no Sudeste e 60% no Sul).

Entre os pessimistas, aumentou de 14% para 21% a parcela da população que espera piora na economia este ano. Os que acreditam que a atividade econômica deve permanecer igual passaram de 12% para 17%.

Propensão dos brasileiros a investir

A pesquisa também apresentou aos entrevistados três importantes temas que dominam a pauta econômica dos noticiários e que poderiam aumentar, diminuir ou manter as intenções de investimento em 2020. A redução dos juros é o principal fator de estímulo às aplicações financeiras, apontado por quase metade dos entrevistados (48%). O risco de desemprego estimula 37% das pessoas a investir, ao mesmo tempo em que diminui a propensão de outros 37%. Já a reforma da previdência motiva 36% da população a fazer aplicações financeiras, de olho na aposentadoria.

“O contexto econômico deve ser levado em conta ao se fazer qualquer tipo de investimento. Os juros baixos, por exemplo, trazem a necessidade de diversificar as aplicações. A reforma da previdência, por sua vez, acende um alerta sobre como se preparar para aposentadoria”, afirma Ana Leoni, superintendente de Educação e Informações Técnicas da ANBIMA. ”O brasileiro deve estar cada vez mais consciente de que é o responsável pela sua vida financeira, e de que a forma como lida com o dinheiro hoje vai se refletir na tranquilidade ou no aperto financeiro que ele vai viver no futuro”, completa.

Para a pesquisa, foram realizadas 3.433 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 149 municípios, com a população economicamente ativa, inativos que possuem renda e aposentados, das classes A, B e C, a partir dos 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Confira os resultados:

Como organizar as finanças em 2020

Segundo pesquisa divulgada no dia 2 de janeiro pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), guardar dinheiro é a principal meta financeira do brasileiro para 2020 (49%). Este objetivo não é novidade, afinal o resultado se repetiu no ano passado. Porém, 83% dos entrevistados relatam que não conseguiram realizar os desejos ligados a finanças em 2019.

Para que neste ano os planos saiam do papel, Carlos Terceiro, CEO e fundador da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, pontua algumas dicas para se planejar e colocar em prática as metas de ano novo.

1 – Limite seu orçamento

Estabelecer cotas mensais fixas reduz as chances de desperdício. As áreas da saúde, moradia, transporte e alimentação são essenciais, então devem ser priorizadas. Com isso, separar uma quantia fixa para usar com os extras evita o consumo exagerado com itens desnecessários.

2- Necessidade

Fazer uma lista do que deseja comprar é passo fundamental para a organização. Dividir os itens nas categorias: “quero” e “necessito”, faz com que os produtos da segunda categoria possuam prioridade em relação aos da primeira.

“Usar a técnica chamada “3 Ps e 1 Q” pode ser uma ótima opção. O consumidor tem que perguntar a si mesmo se realmente PRECISA do que ele quer adquirir, se ele pode PAGAR por aquilo, se o PREÇO está bom e se ele realmente QUER, evitando o impulso”, afirma Carlos.

3 – Organização

Um dos maiores problemas dos gastos com compras excessivas é a perda de controle por falta de organização. Roupas, calçados, livros e tudo aquilo que leva ao desejo do consumo, sempre devem estar muito bem organizados e à vista para que você se lembre de tudo que já tem.

4 – Cuidado com o cartão de crédito

Inicialmente, uma compra de valor baixo pode parecer inofensiva, mas o acúmulo de pequenos gastos, pode comprometer o orçamento dos meses seguintes. Ao optar por pagamentos parcelados, inclua o valor da fatura no seu planejamento de compras. Mas, dê preferência por opções à vista, e evite ao máximo recorrer ao cheque especial.

5 – Comparação de preços

Atualmente, com a ajuda da internet, pesquisar sobre a variação de preços de um mesmo produto pode render uma boa economia. Os valores podem variar das lojas físicas, onlines às multimarcas. Ficar atento aos cupons de desconto pode ser interessante – um grande número de sites de compras, de quase todos os segmentos, oferecem voucher de descontos.

6 – Corte de gastos

Em casos da renda mensal ser menor ou próxima do total de gastos, a verificação de possíveis cortes é a melhor alternativa, para evitar situações sufocantes em que a única saída seriam os empréstimos. Atividades de lazer e entretenimento de alto custo, podem ser substituídas por opções mais baratas e até mesmo gratuitas.

7 – Poupança

Guardar mensalmente uma parcela da renda total, traz grandes benefícios, principalmente a longo prazo. A construção de uma poupança gera uma segurança maior dentro do planejamento financeiro. Uma maneira para estimular essa poupança é estabelecer metas e aplicar o dinheiro em algum investimento que proporcione rendimentos.

8 – Reserva para emergências

Imprevistos acontecem a qualquer hora, por isso é primordial ter uma quantia guardada para situações extremas. A reserva de emergência pode variar dependendo de cada pessoa, porém normalmente ela representa seis vezes o valor do custo fixo mensal, é essencial para alcançar a tranquilidade financeira ter essa reserva.

9 – Software de controle de finanças pessoais

Um sistema de controle financeiro pode ajudar na organização e planejamento dos gastos mensais, mostrando cada passo e consequência das compras.

10 – Invista num curso de educação financeira

Para colocar em prática e tornar hábito todas as dicas anteriores é preciso estudar sobre finanças. Por isso, um curso de educação financeira pode ajudar quem quer melhorar a relação com o dinheiro em 2020. O Mobills oferece o curso de Planejamento Financeiro na Prática. O conteúdo é todo online e aborda desde de como sanar dívidas, passando por como poupar mais até como começar a investir para aumentar o patrimônio. As inscrições podem ser feitas entre os dias 15 e 17 de janeiro. No primeiro dia de inscrições (15) o valor promocional é de R﹩ 497,00. Para os outros dias (16 e 17), o investimento será de R﹩ 997,00. Os meios de pagamento são cartão de crédito ou débito, boleto bancário, PayPal e débito bancário.

Para 60% dos empresários, Reforma da Previdência sai do papel e clima é de otimismo com medidas econômicas

Com a perspectiva das medidas econômicas e a reforma da previdência aprovada este ano, o Brasil vai crescer em 2019. É o que mostra pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) realizada com 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos. O otimismo do setor privado na aprovação de reformas econômicas está alto. A área que os executivos mais sentem confiança em relação ao novo governo é na economia (61%), com expectativa de aprovação de reformas como a previdenciária e tributária.

A maioria dos empresários acredita que a reforma da Previdência vai ser aprovada esse ano, mas com ressalvas. Essa é a reforma possível para 63% deles, que responderam a pesquisa “Plano de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019”. Para eles, a expectativa é de aprovação de um projeto que não consiga abarcar todos os setores da sociedade, mas que ainda assim terá um impacto positivo nas contas do governo.

“O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários brasileiros estão confiante na capacidade do governo de conduzir o comunicar os motivos da reforma e os efeitos que pretendem ser alcançados”, comenta Devorah Vieitas, CEO da Amcham Brasil. A Câmara Americana de Comércio reúne no Brasil 5 mil empresas, em 15 cidades, sendo 85% delas de origem brasileira.

A aprovação de uma reforma estrutural e ampla, que consiga abarcar todos os setores – incluindo militares e todos os servidores públicos – até o final do ano, foi votada por 20% do público. O otimismo do setor privado é grande. Só 16% acham que a reforma ainda enfrentará certa resistência para ser aprovada, provavelmente não sendo aprovada até o fim do ano. E só 2% não acreditam que ela sairá em 2019.

Articulação com o Congresso

Mas, para a reforma sair esse ano, vai ser preciso uma grande capacidade de articulação do governo com o Congresso. Para os empresários, o tema demanda três focos de trabalho do novo governo. O fator crucial para o Governo Bolsonaro endereçar seu texto, pelo menos para 32%, é manter a defesa e o debate da proposta, assumindo a condução da disputa sobre pontos com menores concessões (ex: militares e servidores públicos).

Mas 30% responderam que o fator decisivo será o protagonismo do Presidente na discussão, direcionando seu capital popular para essa pauta estratégica e abrindo mão temporariamente de temas de grande popularidade. Outros 29% acham que é importante dialogar mais com o Congresso, com envolvimento de todas as lideranças partidárias para aprovação da reforma no Congresso, pausando temporariamente o discurso bélico contra opositores.

Só 9% responderam que, antes do grande teste da Previdência, o governodeve priorizar a aprovação de outras pautas, testando e mapeando as alianças costuradas e números de votos conquistados.

Os primeiros 40 dias e outras reformas

A avaliação do governo nos primeiros 40 dias é bem positiva. 60% respondeu que os anúncios de medidas econômicas é positiva, com perspectivas de melhora da economia, geração de empregos e aumento de competitividade. Pouco mais de um terço (36%) achou neutro, uma vez que não houve tempo ou marcos suficientes para avaliação da gestão. E 4% acharam que o começo foi negativo, com pouca perspectiva de crescimento da economia.

Além da Previdência, o governo terá algum folego para aprovar outras reformas. A que tem mais chances de acontecer, para 41%, é um ambicioso programa de privatização e prestação de serviços de infraestrutura. Em seguida, vêm a mudança do sistema tributário (15%), reforma administrativa e liberação comercial (com 13% cada), redução e racionalização dos subsídios concedidos da União, e autonomia do Banco Central (9% cada).

Baixa confiança

Por outro lado, o público está pessimista em relação à atenção que o governo vai dedicar a algumas áreas importantes. 37% dos respondentes estão menos confiantes em medidas para as áreas social e cultural. Em seguida, vêm a área ambiental (24%), educação e saúde (23%) e relações exteriores (10%).

Das reformas com menos chance de acontecer nos próximos 4 anos, a mudança do sistema tributário foi a mais votada, com 37%. Também há baixa expectativa de reforma administrativa (19%), redução e racionalização dos subsídios concedidos da União (17%) e autonomia do Banco Central (15%).

No tema da competividade, os empresários entrevistados pela Amcham esperam medidas importantes. Quase metade (48%) votou na simplificação e redução de carga tributária. O restante ficou dividido entre atração de investimentos (20%), desburocratização (15%), ajuste fiscal (10%) e combate à corrupção (6%).

A PESQUISA

A pesquisa “Plano de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019” foi realizada nesta quinta-feira (7/2) envolvendo 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos econômicos.

Fiesp: Banco Central mantém Selic em 6,5% ao ano, mas o custo do crédito continua acima de 300%

O Banco Central decidiu, na reunião desta quarta-feira (6 de fevereiro), manter a taxa Selic em 6,5% ao ano. Vamos completar um ano com a Selic em seu patamar histórico mais baixo, porém o custo do crédito para as empresas e famílias continua bastante elevado, e o cheque especial, em particular, continua acima de 300% ao ano.

A Federação dos Bancos (Febraban) lançou uma cartilha de 164 páginas com sua receita para baixar os juros no Brasil. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) tem uma receita de apenas quatro palavras: BANCOS, BAIXEM OS JUROS.

O país precisa urgentemente ter um custo de crédito em padrões competitivos para alcançar o crescimento econômico e a geração de empregos de que tanto precisamos.

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Ciesp

PIB brasileiro deve subir 1,2% em 2018, projeta Associação Comercial de SP

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve apresentar crescimento de 1,2% em 2018 na comparação com o ano passado, segundo projeção da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Esse número é baixo, não recupera as fortes quedas do PIB nos últimos anos”, comenta Marcel Solimeo, economista da ACSP. Em 2017, o PIB subiu 1%. Já em 2016 e 2015 registrou quedas de 3,5%, em ambos os anos.

Solimeo pondera que há espaço para o indicador crescer mais em 2018. “Se o ambiente político melhorar e se estabilizar, a projeção para o PIB pode ser maior”.

A mediana do último relatório Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, prevê um crescimento do PIB de 1,5%. “A nossa projeção está dentro do que o mercado acredita que vai acontecer, embora nenhum dos dois números ? 1,5% ou 1,2% ? seja satisfatório”, reforça o economista.

A projeção foi elaborada pelo Instituto de Economia da ACSP com base em índices de confiança do empresariado, Índice Nacional de Confiança (INC) do consumidor da ACSP, taxa de juros (pessoa física e jurídica), níveis de crédito (pessoa física e jurídica) e massa salarial ampliada disponível.

Há duas semanas, a ACSP divulgou sua estimativa para o desempenho do varejo brasileiro, de alta de 3,6% no volume de vendas neste ano em relação a 2017.

CNI apresenta aos candidatos à Presidência da República 43 propostas para estimular o crescimento do país nos próximos quatro anos

Da Agência CNI de Notícias

Os próximos governantes terão à frente grandes desafios para recolocar o Brasil na rota do desenvolvimento econômico e social sustentado. A cada ciclo eleitoral, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta aos candidatos à Presidência uma série de medidas consideradas fundamentais para superar obstáculos ao crescimento da economia, estimular o amadurecimento institucional e melhorar a qualidade de vida da população.

Em 2018, a indústria organizou 43 propostas para o Brasil construir, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. “O setor produtivo está fazendo a sua parte e as propostas servem de bússola para o longo caminho ainda a ser percorrido. A agenda de reformas deve ser o carro-chefe desse novo tempo. Mais do que nunca, é fundamental que os brasileiros escolham governantes que estejam verdadeiramente comprometidos com a retomada do desenvolvimento do país”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Os 43 documentos para o novo governo foram elaborados com base no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022. Os estudos traçam diagnósticos e sugerem ações em áreas como eficiência do estado, segurança jurídica, infraestrutura, tributação, educação, meio ambiente, inovação, financiamento e segurança pública.

As recomendações foram discutidas com os presidenciáveis durante o Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência da República, que reuniu cerca de 2 mil líderes empresariais nesta quarta-feira (4), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. A CNI apresenta as propostas da indústria aos presidenciáveis desde a eleição de 1994.

Confira a relação de documentos em https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/institucional/cni-apresenta-aos-candidatos-a-presidencia-da-republica-43-propostas-para-estimular-o-crescimento-do-pais-nos-proximos-quatro-anos/

Maior transparência das renúncias fiscais – Por Marco Aurélio Pitta

Passado o capítulo da greve dos caminhoneiros, às vésperas da Copa do Mundo, o plenário aprovou no último dia 12 de junho o texto base do projeto de lei do Senado n.º 188/2014, que autoriza a Receita Federal a dar transparência aos beneficiários de renúncias fiscais no Brasil. Isso significa tornar público os nomes de pessoas e empresas beneficiadas por quaisquer benefícios concedidos pelo Governo.

São mais de R$ 280 bilhões por ano somente envolvendo benefícios tributários concedidos pela União. São mais de 60 tipos de renúncias tributárias diferentes. Destes, quatro representam mais da metade de todo o montante de concessões (52%): Simples Nacional e Microempreendedor Individual (MEI), Zona Franca de Manaus, Desoneração da cesta básica e a “famosa” Desoneração da Folha de Salários. Os setores mais contemplados são de Comércio e Serviços (29%), Trabalho (15%), Saúde (13%) e Indústria (12%).

Cabe destacar que renúncias fiscais fazem parte da política dos países mundo afora. A Polônia, por exemplo, incentiva a população que tem mais de um filho com menor tributação. Esse fato ocorre neste país europeu e em outros países da OCDE, pois necessita-se de mão de obra mais jovem para manter o crescimento da economia.

Voltando a falar do Brasil, tais benefícios são justos? Depende do ponto de vista. Dizer que há injustiças seria leviano de minha parte. O mais adequado seria estudar a fundo cada um desses benefícios, entendendo quem seriam os elegíveis (pessoas físicas e jurídicas), suas regras e as contrapartidas.

A fiscalização é necessária para que não tenhamos a sensação de injustiça. Por que determinado setor tem determinado benefício e outros não? São questões que precisam ser respondidas. Elencamos alguns exemplos. Pequenas empresas e microempreendedores individuais não têm estruturas como as grandes corporações têm. Por isso, as pequenas precisam de um incentivo. Ainda mais que, de acordo com o IBGE, empregam mais da metade dos brasileiros. Não incentivar o chamado MEI poderia trazer, além de informalidades, quedas na própria arrecadação.

Outra situação que me parece adequada seria em relação a benefícios para alavancar economias regionais menos favorecidas. Sem a Zona Franca, a região de Manaus estaria perto da situação atual? Me parece pouco provável. Não podemos esquecer que o “cobertor” continua do mesmo tamanho. Ou seja, se tirarmos de um lado, precisamos cobrir o outro. As últimas semanas demonstraram isso. O Governo precisou abdicar da arrecadação de PIS, COFINS e CIDE por conta dos reflexos da greve dos caminhoneiros. Essa renúncia fiscal precisou ser compensada com redução de outra: a reoneração da folha. Foram mais de 40 setores reonerados, permanecendo somente 17. Entendo que seria preciso, antes talvez de revisitar as renúncias, refletirmos sobre duas situações: o tamanho da máquina pública e as sonegações fiscais. O primeiro passa por mudanças na estrutura estatal, que parece ser exagerada. A nova geração de governantes precisa rever esse ponto. Já em relação à sonegação tributária, passa pela atitude de cada contribuinte. Estima-se em mais de R$ 500 bilhões sonegados por ano em nosso país. Isso compensaria todo o déficit fiscal, além de reforçar o caixa do Governo para maiores investimentos em setores necessários da nossa população.

Por isso tudo, defendo que programas de renúncias fiscais devem continuar para tentar equilibrar as enormes injustiças do ambiente tributário brasileiro. Isso desde que sejam transparentes e justos para todos os contribuintes.

Marco Aurélio Pitta é coordenador e professor dos programas de MBA da Universidade Positivo (UP) nas áreas Tributária, Contábil e de Controladoria.

Cisco apresenta estudo global sobre preparação digital dos países

Brasil está no estágio intermediário, denominado “Acelerar”, que inclui países que estão aproveitando a tecnologia digital e que devem continuar a investir no desenvolvimento de capital humano para aumentar o ritmo de inovação

Estamos imersos em um mundo onde o progresso tecnológico é uma constante que pode alterar o modo de fazer negócios e a vida da sociedade. Nesse contexto, a digitalização é um aspecto fundamental que permite que os países mantenham a competitividade global, aumentem o PIB, incentivem a inovação e criem empregos. Mas quão preparados estão os países para se aventurarem nesse desafio?

Esta questão deu origem ao Cisco Digital Readiness Index, estudo desenvolvido em conjunto com o Gartner Research, que mediu a preparação digital de 118 países, sendo 19 da América Latina, a partir de componentes como insfraestrutura tecnológica, capital humano, necessidades básicas e investimento governamental e empresarial.

Em geral, os países da América Latina estão em um estágio entre a preparação digital básica, denominada Ativar, e intermediária, chamada Acelerar. O Brasil está na 10ª colocação entre os países pesquisados na América Latina, no estágio Acelerar, que inclui os países que devem continuar investindo no desenvolvimento do capital humano para aumentar o ritmo e o alcance da tecnologia digital dentro e fora de suas fronteiras.

Os países no estágio Ativar estão iniciando sua jornada digital e incluem muitos países da África e alguns do Oriente Médio e Ásia. Os países no estágio Acelerar obtiveram uma pontuação intermediária, com algumas pontuações de componentes com margem para melhorias. Os países nesse estágio intermediário incluem muitos da América Latina, Europa Oriental e alguns da Ásia. Um terceiro estágio, Amplificar, dos países com o mais alto nível de preparação digital, inclui os Estados Unidos, muitos países da Europa Ocidental e alguns na Ásia, como Cingapura, Japão e Austrália.

O valor de preparação digital foi calculado com base em sete componentes fundamentais para criar um ambiente com oportunidades econômicas para todos em um mundo cada vez mais digital:

Infraestrutura tecnológica: telefonia fixa e assinaturas de banda larga; servidores de Internet, serviços de rede, gastos estimados em TI;

Adoção de tecnologia: difusão de dispositivos móveis, uso da Internet, serviços em nuvem (estimativa de gastos com TI);

Capital humano: força de trabalho total, taxa de educação de adultos, índice de escolaridade (anos de estudo), população prospectiva da futura força de trabalho (de 0 a 14 anos);

Necessidades básicas: esperança de vida, taxa de mortalidade (abaixo dos 5 anos), acesso à eletricidade;

Facilidade de fazer negócios: estado de direito e ambiente regulatório, logística e infraestrutura, serviços;

Investimento Governamental e Empresarial: investimento estrangeiro direto, exportação de alta tecnologia, sucesso do governo na promoção de TI;

Empreendedorismo: força dos direitos legais, tempo necessário para iniciar um negócio, disponibilidade de capital.
América Latina e Brasil

Segundo o estudo, a média da América Latina foi de 11,78. A média global de preparação digital é 11,96. As pontuações globais de preparação digital para os países no estágio mais alto (Amplificar) tiveram uma média de 16,83. Aqueles no estágio intermediário de preparação digital (Acelerar) tiveram uma média de 12,49, e aqueles no estágio inferior de preparação digital (Ativar) tiveram uma média de 7,91.

Neste cenário, o Brasil obteve uma média geral 11,80. Isso coloca o país 2,7 pontos abaixo da média que o classificaria na categoria Amplificar. Quando analisados os resultados de componentes específicos, o Brasil obteve resultados variados. O país tem a melhor colocação da América Latina em Investimento Governamental e Empresarial e está bem colocado na Adoção de Tecnologia e Infraestrutura Tecnológica, sendo 7º e 5º na América Latina, respectivamente. O país ocupa a oitava posição na região em Empreendedorismo, mas apenas o 17º lugar em Facilidade para se fazer negócios. Com relação ao Capital Humano, o país é o 13º na região.

“A transformação digital vai ser fundamental para inclusão social no Brasil. Saber analisar os gaps e oportunidades de melhorias é crítico para que os governos possam concentrar os esforços para acelerar essa transformação. Este estudo pretende apoiar os governos e recomendar quais as áreas prioritárias para uma economia digital inclusiva”, afirma Laercio Albuquerque, presidente da Cisco Brasil. “Os resultados apontam que o Brasil ainda tem muito potencial de desenvolvimento em seu ambiente digital e, embora sejam necessárias melhorias em alguns componentes, o país se destaca em áreas importantes, como adoção e infraestrutura tecnológica e investimento empresarial”.

Outros destaques do estudo

A partir do Digital Readiness Index, foi descoberta uma relação entre a preparação digital e o PIB per capita de cada região pesquisada. Estes índices revelam quais países estão bem preparados digitalmente e os que são menos preparados, bem como os que têm oportunidades para que os governos locais, indústria, instituições de ensino e organizações comunitárias possam trabalhar juntos e colaborar a fim de aumentar a preparação digital.

O estudo revelou que são necessárias diferentes atividades específicas, investimentos e intervenções, dependendo do estágio de preparação digital de um país, como segue:

Os países em estágio intermediário (Acelerar), como o Brasil, beneficiariam-se mais do desenvolvimento do capital humano, melhorias nas necessidades humanas básicas e avanços na facilidade de fazer negócios no país.

Países que estão iniciando sua jornada digital (Ativar) se beneficiariam principalmente a partir de intervenções voltadas para a melhoria das necessidades humanas básicas e desenvolvimento do capital humano, especialmente o aumento do conhecimento fundamental de TI.

Os países em estágio mais elevado (Ampliar) se beneficiariam mais com o desenvolvimento do capital humano, especialmente um foco em habilidades tecnológicas emergentes e especializadas.

A metodologia

A Cisco desenvolveu juntamente com o Gartner um modelo para medir a preparação digital dos países e descobrir as principais intervenções que podem ajudá-los a mover em direção à preparação digital. Este modelo, de essência holística, também pode ser aplicado aos níveis regional e estadual usando as métricas correspondentes.

Para ter pontuações comparáveis em cada país, foi essencial usar pontos de dados padronizados disponíveis para cada um deles. Usando os sete componentes, cada país recebeu uma classificação com base em pontos de dados padronizados de fontes de dados, como Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial, Nações Unidas e Gartner, adicionadas para se criar uma pontuação total de preparação digital.

Geopolítica em evidência – Por Augusto Sales, da KPMG

Faltando poucos meses para as eleições no Brasil, a indefinição com relação aos nomes dos candidatos, o fenômeno da polarização e o ânimo exaltado dos brasileiros com relação ao tema indicam que será uma das disputas mais curiosas das últimas décadas. Se um candidato de direita, de esquerda ou de centro-direita for eleito, qual será o cenário? Se fulano de tal se tornar presidente, qual será o direcionamento dele em relação à abertura de mercado? Questões essas eram analisadas superficialmente por investidores que têm a intenção de entrar ou expandir seus negócios no país, mas que agora têm um lugar de destaque no rol de preocupações, numa escala quase que prioritária. É o desafio em fazer negócios em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo em termos geopolíticos.

Nesse aspecto, questões tradicionais como identificação de concorrência, do público alvo e taxa de retorno agora passam a dividir as atenções com a geopolítica que passou a ser fator que requer cautela nas estratégias empresariais do investidor estrangeiro que quer entrar no Brasil, daquele que está aqui e quer fazer expansão pelo país e do empresário brasileiro que pensa em internacionalizar seus negócios.

Não só no Brasil, mas ao redor do mundo, organizações bem-sucedidas estão colocando as questões sociodemográficas e geopolíticas no centro de uma ampla estratégia empresarial. O ambiente político e social é hoje uma das maiores preocupações dos investidores, e esclarecê-las permite que respondam melhor às ameaças e também para a identificação de oportunidades. Como sabemos, pilares de uma estratégia e dos planos de negócios que apoiam as decisões de investimento – tamanho da oportunidade, mercado, ambiente competitivo, regulação, taxas de juros, alíquotas de impostos, tarifas etc. – podem sofrer alterações significativas dependendo do viés político de quem administra um país ou ente federativo. Trump, Brexit, Impeachment? Elevação de taxas de importação, tratados bilaterais, guerra-fria? O investidor informado tem aprendido que economia, mercado e política estão cada vez mais interdependentes.

Os líderes empresariais globais estão mais atentos aos resultados, positivos, neutros ou negativos, advindos de um ambiente geopolítico global relativamente volátil, de baixa previsibilidade e cujos impactos podem atravessar as fronteiras de vários países. Impactos podem ser difíceis de prever sem um monitoramento cuidadoso e com uso de cenários. O tempo de reação é limitado. Os riscos negativos podem muitas vezes ser obscuros demais para se proteger deles de forma adequada. Além disso, as oportunidades oriundas de mudanças políticas podem ser exploradas pelos concorrentes antes que se compreenda o que está ocorrendo.

Passa pelos questionamentos dos investidores uma abordagem que envolva os modelos tanto de negócio como o operacional. Dessa forma, busca-se saber, entre outras coisas, se os atuais pressupostos de planejamento empresarial poderiam ser prejudicados pela geopolítica; e de que forma a ordem política global em constante mudança influenciará suas operações em particular. Eles questionam ainda o que precisam fazer se as previsões de seus planos de negócio forem submetidas a testes de stress com relação às rupturas geopolíticas e o que significa uma maior incerteza em termos de acesso e custo de capital e recursos.

Embora a abordagem “espere para ver” possa ser vista como o caminho mais fácil, os sinais podem ser previstos se você procurar nos lugares certos, se souber como aproveitar as oportunidades identificadas e se conseguir transformar este exercício em ação. Mundo afora, a experiência mostra que organizações e executivos bem preparados estão aprendendo a tirar vantagem do ambiente social e político, compreendendo melhor as regras do jogo e reduzindo o risco de serem surpreendidos por mudanças no ambiente.

Em um mundo complexo comandado por grandes e controversos líderes, gestores e investidores precisam estar bem equipados e confiantes ao fazer escolhas estratégicas em meio à incerteza e à constante ruptura, e os ganhadores aprenderão a integrar estratégias de mercado e geopolíticas em busca de vantagem competitiva. Ao final do dia, de forma geral, o investidor profissional não precisa ter partido político.

Augusto Sales, sócio de estratégia da KPMG

Reflexos da greve dos caminhoneiros no sistema tributário brasileiro

Por Marco Aurélio Pitta

Os últimos dias têm sido um caos. A greve dos caminhoneiros trouxe consequências pouco esperadas pelos nossos governantes. Desabastecimentos que vão desde combustíveis até itens de primeira necessidade. Essas paralisações reduzem o ritmo da economia e já resultam em perdas bilionárias para a própria União em termos de arrecadação de impostos. Vários setores da economia estão parados. R$ 26,3 bilhões deixaram de circular na economia brasileira com negócios que não puderam ser fechados. Já são mais de R$ 3,8 bilhões não arrecadados, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Justo ou não, o pedido foi feito pelos grevistas e atendido pelo governo: redução de impostos. O presidente Michel Temer prometeu redução de R$ 0,46 no litro do diesel, além de redução à alíquota zero do CIDE, PIS e COFINS para esse combustível. Esses 3 tributos representam cerca de 13% do preço do diesel. Mas as consequências podem ser ainda maiores. Imaginar que várias classes trabalhadoras possam reivindicar benefícios e questionar injustiças podem causar um colapso nunca visto anteriormente. E todos estes temas estão, de forma direta ou indireta, relacionada a questões tributárias.

Quando o ministro da fazenda Eduardo Guardia foi questionado sobre as formas de compensar esses gastos não previstos pelo Governo, a resposta foi imediata: provável aumento de impostos! O fim da desoneração da folha se tornou urgente do dia para a noite. São 28 setores que devem deixar a sistemática da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). Isso pode trazer reflexos importantes em alguns setores. Aumento de preços para os cidadãos é líquido e certo. O fato da desoneração atual ter a opção anual e irretratável conforme regras atuais podem gerar questionamentos judiciais por conta de vários contribuintes.

Mas o que mais está por vir? No âmbito tributário, temos diversas questões que precisam ser apreciadas pelo judiciário. Uma das principais é a redução do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS. O STF deve se pronunciar sobre questões da possível modulação e definição do conceito de ICMS nos próximos meses. Mas existem muitos outros casos. O próprio Governo vem prometendo mudanças importantes na sistemática do PIS e COFINS há um bom tempo. São diversas alterações, como a mudança de base de cálculo, mudanças de alíquota, forma de creditamento e a unificação destes 2 tributos.

A tributação sobre dividendos é outro tema que sempre surge. Poucos países no mundo ainda não tributam essa destinação aos acionistas de empresas privadas. O Brasil é um deles. Chegando perto da Copa do Mundo, a comparação com outros países – não só no futebol – é inevitável: o Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Somos um dos maiores países em tributação sobre o consumo, que atinge todos os cidadãos de maneira igualitária. Uma família que ganha 10 salários mínimos paga o mesmo imposto que uma família que ganha 1 salário mínimo. Parece muito desigual. Já em relação aos tributos sobre a renda, estamos na zona de rebaixamento. Embora todos dizerem que pagam muito imposto de renda, o que acontece é que o Brasil tributa em média 20% somente. EUA e vários países europeus chegam a cobrar mais de 40%.

E não para por aí. Em dezembro de 2017, o Governo Trump fez uma ampla reforma tributária nos EUA, reduzindo o Imposto de Renda para as empresas de 35% para 21%. No Brasil, a tributação média desse imposto é de 34%. Efeitos práticos? Falta de atratividade dos investidores americanos no nosso país. Outras economias do mundo estão se mexendo. Inclusive nossos vizinhos Argentina, Paraguai e Colômbia. Aliás, este último acabou de entrar no seleto grupo de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Equilibrar a política fiscal e alinhar regras tributárias são lições de casa para o Brasil também fazer parte deste grupo.

Enfim, os desafios tributários no Brasil são imensos. Me parece que o “cobertor é curto” e, sem uma reforma tributária ampla e bem discutida, teremos muitas dificuldades no futuro próximo. Propostas não faltam. O Centro de Cidadania Fiscal e a Reforma Tributária liderada pelo Deputado Federal Luiz Carlos Hauly são caminhos interessantes. Passam por simplificação tributária, redução de tributos sobre o consumo, imposto de renda de forma progressiva, entre outros. Caberá ao novo presidente fazer isso acontecer.

Marco Aurélio Pitta é gerente de contabilidade e tributos do Grupo Positivo, coordenador e professor dos programas de MBA da Universidade Positivo (UP) nas áreas Tributária, Contábil e de Controladoria.

Indicador de Nível de Atividade da indústria recua 0,9% em janeiro, aponta Fiesp

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista recuou 0,9% em janeiro ante dezembro na série com ajuste sazonal. Já na série sem ajuste, o resultado para o mês ficou positivo em 2,6%, enquanto que na variação acumulada no ano, o indicador apresentou a melhor variação positiva nesta base de comparação (7,6%) desde 2013, quando subiu 6,5%. O fator vendas reais manteve-se estável, 0,0% no mês, mas a variável das horas trabalhadas na produção e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuaram 1,1% e 0,5 p.p., respectivamente, na análise com tratamento sazonal. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 07/03, pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).

“O resultado de queda do INA em janeiro não reverte a tendência de recuperação e do crescimento da indústria para os próximos meses, com a retomada do emprego. Não vamos ter um forte ritmo de crescimento, mas um ritmo de crescimento possível”, argumenta o segundo vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, lembrando que o INA apresentou crescimento consecutivo nos últimos dois meses – 0,5% em novembro e 1,8% em dezembro.

Entre os setores pesquisados, os destaques ficaram por conta de celulose, papel e produtos de papel, com queda de 0,3% em janeiro, na série com ajuste sazonal. As horas trabalhadas na produção e o NUCI recuaram 0,5% e 0,2 p.p., respectivamente. Apenas o total de vendas reais teve avanço de 2%.

O INA do setor de bebidas também recuou (-1,9%) no mês. As horas trabalhadas na produção apresentaram leve avanço de 0,2%. Já o total de vendas reais e o NUCI recuaram 7,5% e 1,0 p.p, respectivamente.

Sensor

A pesquisa Sensor de fevereiro, também produzida pelas entidades, cedeu 2,1 pontos, para 52,1 pontos. Leituras acima de 50 pontos sinalizam expectativa de aumento da atividade industrial para o mês.

Dos indicadores que compõem o Sensor, a variável de vendas recuou, ao variar de 53,7 pontos em janeiro para 50,8 pontos em fevereiro. Houve retração também no indicador de estoques, que cedeu 1,5 pontos ante janeiro, marcando 51,1 pontos. Resultados acima de 50 pontos indicam que os estoques estão abaixo do nível desejado. Para a variável que capta as condições de mercado, houve recuo para 56,7 pontos em fevereiro, frente os 58,3 pontos de janeiro. Acima dos 50,0 pontos indica melhora das condições de mercado. Por fim, o indicador de emprego também obteve variação negativa, ao cair 0,8 pontos, para 51,9 pontos em fevereiro. Resultados acima dos 50,0 pontos indicam expectativa de contratações para o mês.

Micro e pequenas empresas fecham 2017 no azul após 3 anos de quedas seguidas no faturamento

Depois de três anos seguidos no vermelho, as micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo conseguiram encerrar 2017 com resultado positivo ao registrar aumento de 5,1% no faturamento real (já descontada a inflação) sobre 2016. A receita total das MPEs em 2017 foi de R$ 635,9 bilhões, o que representa R$ 30,9 bilhões a mais do que no acumulado do ano anterior. Os dados são da pesquisa Indicadores, realizada pelo Sebrae-SP.

Ao considerar apenas dezembro de 2017, as MPEs paulistas apresentaram variação de +0,4% na receita em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar de ser uma alta relativamente pequena, foi o décimo mês consecutivo de crescimento real no faturamento, quando comparado com igual período do ano anterior.

“São dez meses ininterruptos de crescimento do faturamento dos pequenos negócios, um claro sinal que a retomada da economia está mais consistente, puxada pela queda da inflação, redução da taxa de juros, reformas estruturais e retomada o poder de compra das famílias”, explica o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “Agora é acelerar as reformas e crescer”.

Em 2017, o faturamento das MPEs foi puxado pelo comércio e pelos serviços, que registraram aumento de 5,6% e 6,4% na receita real, respectivamente, ante o acumulado de 2016. As MPEs da indústria, porém, chegaram ao fim do ano passado com variação de -0,7% no faturamento. Este setor foi o último a apontar recuperação no seu desempenho, ocorrida principalmente no segundo semestre.

Por regiões, o melhor desempenho foi das MPEs do município de São Paulo, com aumento de 7% no faturamento em 2017 no confronto com 2016. Em seguida, aparecem os pequenos negócios do interior, com crescimento de 5,1% da receita. Na região metropolitana de São Paulo, a elevação no indicador de evolução da receita foi de 5%. Já as MPEs do Grande ABC apresentaram retração de 7,7% no faturamento acumulado de 2017 ante 2016.

“A explicação para as MPEs do Grande ABC destoarem negativamente está no fato de a região concentrar empresas da indústria, cuja recuperação demorou mais do que a de outros setores. Especificamente para as MPEs da região do ABC, a retomada começou apenas em outubro; é possível que nos próximos meses já apareçam resultados melhores”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Em 2017, houve redução de 0,9% no pessoal ocupado nas MPEs do Estado na comparação com o ano anterior. Contudo, o rendimento dos empregados nessas empresas subiu 4,4% e a folha de salários aumentou 1,5% no mesmo período.

Microempreendedor Individual

O Microempreendedor Individual (MEI) também encerrou 2017 com ganhos: o faturamento da categoria cresceu 3,7% sobre 2016. A receita total em 2017 foi de R$ 47,7 bilhões. O desempenho dos MEIs de serviços foi o melhor entre os setores: alta de 3,9% na mesma comparação. O comércio apresentou crescimento de 3,6% e a indústria teve expansão de 3,2% no faturamento real.

Quando analisado apenas o resultado de dezembro, houve crescimento de 15,7% ante dezembro do ano anterior. Foi o sexto mês consecutivo de alta do indicador de evolução da receita, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Os MEIs da região metropolitana de São Paulo viram sua receita aumentar 3,3% no ano passado em relação a 2016. Já os do interior registraram um desempenho ainda mais animador: evolução de 4,2% no faturamento.

Expectativas

Para os próximos seis meses, 46% dos donos de MPEs de São Paulo projetaram, em janeiro, manutenção na receita do negócio (eram 47% em janeiro de 2017) e outros 34% acreditam em aumento ante 35% de um ano antes. Assim, a avaliação quanto à evolução do faturamento das MPEs mostra uma certa estabilidade nas expectativas.

Em relação à economia, 44% esperam manutenção do panorama atual ante 42% de um ano atrás. Já 34% falam em melhora, parcela menor do que os 40% que pensavam assim em janeiro de 2017. Os números mostram empresários mais cautelosos quanto à atividade econômica.

Entre os MEIs, em janeiro, 46% têm perspectiva de melhora no faturamento, ante 48% um ano antes. Para 39% haverá estabilidade (35% em janeiro de 2017). Sobre a economia, 42% falam em estabilidade, praticamente igual aos 41% de um ano atrás, e 46% acreditam em melhora, assim como em janeiro de 2017.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

Banco Central acerta em reduzir a Selic para 6,75%, avalia a FecomercioSP

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) considerou positiva a redução da Selic de 7% para 6,75% ao ano. Segundo a Entidade, apesar do ritmo de queda ter sido um pouco menor do que os anteriores, a taxa de juros chegou ao seu menor patamar histórico. Além disso, o corte de 0,25 ponto porcentual (p.p.) é compreensível, dado que o Banco Central (BC) vem reduzindo a taxa desde 2016, quando seu patamar era superior a 14% e a inflação estava muito mais alta do que a do atual momento.

Para a assessoria econômica da Federação, o desemprego ainda elevado – mesmo com indício de recuperação dos postos de trabalho – e a liquidez internacional elevada, com taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos abaixo do que se previa, ainda que com tendência de alta, também influenciaram a decisão do BC. Além disso, o IPCA acumula em 12 meses menos de 3% e não há indícios de fortes pressões no curto prazo, apesar da expectativa do mercado ser de uma inflação um pouco maior este ano (cerca de 3,5% a 4%).

A Entidade destaca ainda que desde o começo do ano o dólar também caiu, o que abre mais espaço para essa nova redução. Com a inflação baixa, câmbio valorizado e com a redução das projeções do IPCA para 2018, provavelmente o Banco Central deve encerrar o ciclo de quedas com a Selic em 6,5% sem grandes riscos momentâneos. Ao que tudo indica, o Copom mira uma inflação de 4% neste ano, acima da atual. Há ainda fatores importantes que sustentam as condições para a manutenção dos juros relativamente baixos (para os padrões do País) por um período mais longo, mesmo este sendo um ano de fortes movimentações políticas, incluindo ainda um processo eleitoral.

A FecomercioSP, que sempre apoiou todo o processo de redução de juros, começa a identificar que, agora ou em breve, esse ciclo vai se encerrar, pelo menos por enquanto. Infelizmente, o Brasil ainda não apresenta as condições de estabilidades fiscal, política e econômica em geral que permitiriam ao País taxas de juros em padrões invejáveis como nos Estados Unidos ou na Europa, abaixo de 2% ao ano. Agora, o ideal é acompanhar e pressionar o ambiente político para que as reformas sejam aprovadas e que, assim, o Brasil atinja nos médio e longo prazos essas condições.

Decisão do Copom foi adequada, diz Associação Comercial de SP

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apoia a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual.

“É um corte adequado, considerando que a inflação segue baixa, o que abre espaço para a Selic cair mais”, comenta Marcel Solimeo, superintendente institucional da ACSP.
Ele ressalta que juros menores beneficiam as duas pontas do mercado. “De um lado, as empresas arcam com custos menores de financiamento, podendo investir mais e contratar mão de obra. Do outro lado, com juros menores, o trabalhador consome mais e tem mais oportunidades de emprego”.

“O nível de atividade econômica está relativamente fraco e o desemprego ainda é muito elevado. É preciso alavancar esses dois componentes da macroeconomia”, finaliza Solimeo.

Fiesp: BC reduz a Selic, mas precisa atacar os juros para o tomador final

Nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, o Banco Central definiu o novo valor da taxa Selic em 6,75% ao ano, redução de 0,25 ponto percentual.

Este é o menor valor da taxa Selic em toda sua história, mas isso adianta muito pouco, porque os juros para o tomador final no Brasil ainda estão entre os maiores do mundo. As altas taxas para o tomador final retiram poder de compra das famílias, inibem o investimento e a geração de emprego por parte das empresas e dificultam a retomada do crescimento.

O Banco Central precisa deixar de só fazer ameaças ao sistema bancário. Tem que tomar ações incisivas para reduzir a taxa de juros ao tomador final.

Paulo Skaf

Presidente da Fiesp e do Ciesp