Big data no setor de construção civil

Por Eduardo Tardelli, CEO da upLexis

Diversos são os setores que entendem o quanto o big data analytics pode permitir um entendimento mais profundo acerca de produtos, prazos, variarias ambientais e outras informações relevantes. Por meio da análise de dados, as construtoras e incorporadoras podem desenvolver modelos de negócios mais econômicos, eficientes e assertivos, integrando o trabalho de equipes de tecnologia da informação (TI) e engenheiros em busca de soluções mais vantajosas no que tange cronograma, compra e uso de materiais, definição de tipos de obra e planejamento em geral.

Na área da construção civil, seja residencial, empresarial ou pública (de vias e acessos) essa ferramenta ajuda a prever e simular o resultado de determinadas escolhas que podem fazer a diferença na tomada de decisões. É possível, por exemplo, estipular o impacto no orçamento e o tempo de conclusão da obra ao substituir determinado material ou procedimento, ou calcular cenários adversos e o período que impactaria na execução do trabalho para considerar compras de instrumentos e utensílios e determinar contratos com prestadores de serviço.

Em paralelo, informações sobre finanças, prazos e documentos técnicos, entre outros dados relevantes, também podem ser adicionados aos sistemas a fim de auxiliar nas escolhas. Outro exemplo prático é analisar o tipo de perfil de cliente de uma região, os projetos já existentes para atender uma determinada área e pareceres de vendas para definir quais tipos de finalizações e funcionalidades serão necessárias em cada obra.

Em substituição ou complementação ao trabalho analógico e aos montes de papéis relacionados a cada projeto, os softwares alimentados com as informações corretas minimizam ruídos na comunicação, erros de orçamento e acompanhamento, falhas na análise de dados e dificuldades com registros passados que, desde que atualizados em tempo real, geram informações facilitadas e mais ágeis, incluindo fatores climáticos, geográficos, consumo de recursos e controle de impactos ambientais, que tanto interferem no andamento da obra. Afinal, como em qualquer outro setor, a inovação é sempre o objetivo para quem deseja melhora da qualidade de materiais de construção, equipamentos mais precisos e a otimização de tempo e recursos que resultam na redução do custo das obras.

No pré-projeto, as negociações com empresas e fornecedores podem ser mais facilmente estudadas, trazendo análises mais precisas dos riscos de cada um desses contatos e garantir maior assertividade nas simulações de condições geográficas, financeiras e estruturais, disponibilizando valores finais mais fiéis. Nesse caso, a gestão de indicadores também demonstra os acertos e as possíveis falhas de cada projeto e orçamento, identificando pontos que precisam ser revistos.

Naturalmente, como toda e qualquer tecnologia, a implementação do big data no dia a dia exige treinamento e alinhamento com a equipe, para que façam uso em todo o seu potencial. Para isso, além de buscar e investir em plataformas especializadas, indicamos instruir os personagens que as utilizarão e pesquisar constantemente o que está em alta na transformação digital.

Por mais que ainda haja resistência, o conhecimento sobre a ferramenta e o investimento necessário para sua implementação serão compensados rapidamente em tempo, precisão e assertividade. A tendência, de modo geral, é que com essas soluções tecnológicas o setor se torne mais democrático para lojistas, construtores e empreendedores de todos os portes, acelerando os negócios e a economia em um momento delicado para o País.

Crescimento da construção civil: a tecnologia como alavanca para o impulso do setor

Por Rogério Maciel

A construção civil, que foi pouco desafiada pela pandemia, pois não paralisou suas atividades durante a quarentena, ganhou um novo impulso e deve ser um dos setores com maior crescimento nos próximos anos. Iniciativas governamentais foram decisórias para este aquecimento. Enquanto outros setores fecharam suas portas e reduziram o quadro de funcionários nos últimos meses, a Engenharia e Construção contratou mais de cinco mil pessoas somente durante este período e há previsão de falta de mão de obra com tantos lançamentos imobiliários previstos.

Encerrando positivamente 2020, o ministro da economia, Paulo Guedes, garante que os números continuarão em ascensão nos próximos cinco a dez anos. Mas para que as empresas aproveitem a boa maré do setor, será preciso apostar em tecnologia e automação, construindo bases sistêmicas sólidas para acompanhar a velocidade das atividades deste mercado. No âmbito de sistemas de gestão, será preciso encurtar o caminho entre a informação que ocorre num canteiro de obra e os ERP´s, que gerenciam todo o back office da operação. O setor precisa acelerar sua transformação digital.

Lidando com um grande volume de notas fiscais de entrada de materiais e serviços, além dos pedidos de compras de suprimentos, por exemplo, as empresas deste setor, na maioria, não têm sistemas parametrizados e personalizados para simplificar o apontamento das informações que são geradas dia a dia numa obra, facilitando trâmites como os relacionados às questões fiscais.

Para automatizar tais processos, é necessário conectar o próprio ERP na ponta, ou seja, quem está no campo precisa de um acesso facilitado ao sistema, que normalmente é mais complexo porque foi desenvolvido para aqueles que estão dentro de um escritório. Ajustando módulos, customizando apontamentos ou até mesmo utilizando ferramentas complementares, é possível driblar tais dificuldades e conquistar mobilidade e simplicidade na interface.


Além de automatizar do fluxo e ganhar velocidade, eliminam-se as falhas e as duplicidades de informações. E, em se tratando de uma obra, os processos são cíclicos e as áreas codependentes, por isso, é preciso ter visão e gestão das atividades em tempo real, evitando erros que ocasionam aumento de custos e atrasos no andamento do projeto.

Há uma gama de possibilidades de customizações e personalizações num ERP para facilitar a rotina e o controle de obras e projetos, preparando a construção civil para este “boom” de mercado. Agora, mais que nunca, a automação de sistemas será aliada desse crescimento para, mais que crescer, ser assertivo e organizado, tirando proveito, de fato, deste momento tão esperado do setor.

Rogério Maciel, líder de Tecnologia da Focus IT, consultoria especializada em serviços SAP

http://hubimobiliario.com/

Loft adquire Decorati e concretiza 15º exit da ACE

A ACE, empresa de inovação, acaba de anunciar mais um Exit, ou seja, a venda de uma startup do seu portfólio. A Decorati, especializada na reforma e decoração de apartamentos, foi comprada pela Loft, plataforma digital que utiliza a tecnologia para simplificar a compra, reforma e venda de apartamentos de luxo. Com esse novo deal, a ACE já acumula 15 exits em seu portfólio.

A startup chegou à ACE em 2017, ano em que também atingiu seu break even. Em seu primeiro ano de operação, foram realizados 193 projetos com 58 clientes. Hoje, a Decorati tem 115 funcionários e ultrapassou a marca de 300 clientes no último ano. Além de movimentar um ecossistema de mais de 1 mil pessoas, incluindo engenheiros, empreiteiros, marceneiros, arquitetos e demais profissionais envolvidos nas obras.

“A Decorati passou pelo nosso processo de aceleração em 2017, e foi investida ao fim do programa. Desde então, a startup apresentou um crescimento de 600%”, explica Mike Ajnsztajn, cofundador da ACE.

Em outubro de 2018 a Decorati foi responsável por fazer toda a estrutura do escritório da empresa de inovação, tendo em mãos seu primeiro grande projeto a ser finalizado dentro de 60 dias. Apesar do curto prazo, a startup conseguiu entregar, em 53 dias, um ambiente mais sério e maduro, com cores sóbrias e muito uso de madeira. “Foi uma maneira de colocar o produto da Decorati à prova e é satisfatório ver que outras empresas estão valorizando isso também”, afirma Ajnsztajn.

A gestão da empresa permanecerá com seus co-fundadores Rafael Pais e Murillo Morale, e seguirá atuando como uma empresa independente, atendendo a Loft e outros clientes. “A ACE nos ajudou a ser quem somos hoje, eles nos deram todo o suporte necessário, além da oportunidade de reformar o escritório, um grande desafio que nos preparou para os próximos”, conta Rafael Pais, co-fundador da Decorati.

“Já realizamos mais de 2.000 projetos, mais de 18 mil metros quadrados de obras entregues em ciclos de 60 dias e hoje tocamos 150 reformas simultâneas”, conta Rafael Pais.

A ACE, como uma das únicas investidoras da Decorati e tendo acompanhado o processo de crescimento da startup tem muito orgulho dos resultados alcançados. Além dessa startup a ACE já produziu outros 14 exits, como Hiper, InfoPrice, Kaplen, LoveMondays, Venda.la, e Conaz.

Ecossistema de inovação: é preciso abrir a mente para esta jornada

Por Marcus Granadeiro

Abril de 2019 – Com a crise, há uma motivação extra das empresas para se movimentarem e se reinventarem. Inovar deixa de ser uma opção para ser uma necessidade. Este é um desafio normalmente complexo para qualquer área, mas ele se torna muito maior quando essa demanda ocorre num setor tradicionalmente conservador, como é o caso da construção civil.

Notadamente, um dos caminhos preferidos para acelerar a inovação é a busca por parcerias com startups. Trata-se de um universo que envolve incubadoras, desafios, coworking e fundos de investimentos. Este modelo atrai mentes, empreendedores, ideias e busca a inovação por meio de estruturas que conseguem encontrar novos processos, pivotar e validar de forma mais competente e ágil que as empresas constituídas.

Olhando no retrovisor para entender essa estrutura, vale lembrar que este caminho nasceu do conceito de inovação aberta, desenvolvida no início dos anos 2000 pelo professor Henry Chesbrough, da Universidade da Califórnia. O fio condutor desta abordagem se baseia no fato de que nem todos os profissionais inteligentes trabalham para a mesma empresa, assim como desenvolver um bom modelo de negócio é melhor que ser pioneiro no mercado, ou seja, não é preciso ser o dono da ideia para poder se beneficiar dela.

Não há dúvida de que este é um caminho interessante, porém há outros que estão sendo esquecidos ou subutilizados. A inovação pode acontecer através do canal de fornecedores estabelecido por meio de alianças, de licenciamentos ou até mesmo através de acordos de OEM (Original Equipment Manufacturer), ou seja, quando um parceiro agrega alguma inovação como parte de um sistema.

As startups são, por definição, organizações temporárias projetadas para pesquisar modelos de negócio replicáveis e escaláveis. Uma vez tendo sucesso, elas deixam de ser startups e, se contratadas, passam a ser fornecedores e, a partir daí, precisam ter processos e passam a se preocupar com entregas e com a qualidade. Isso significa que, nos atuais projetos de inovação, elas deixariam de estar no radar para outras inovações. Sendo assim, o framework de inovação deve abranger as operações no modelo scale-ups, ou seja, aquelas que crescem o negócio de forma escalável, sem aumentar os custos na mesma proporção, e as demais empresas do ecossistema de fornecimento.

Esta necessidade fica ainda mais premente quando pensamos que o objetivo não é apenas buscar por inovar nos produtos e nas ofertas, mas também aplicá-la nos processos, seguindo o conceito da transformação digital. O ecossistema aberto de inovação não deve ficar restrito a grandes empresas e startups, mas a todo o ecossistema que gira em torno dela, envolvendo fornecedores, startups ligadas a eles ou diretamente à empresa, assim como os próprios concorrentes e até mesmo empresas de outro setor. O lema é manter a mente aberta. E você, já arquitetou o seu ecossistema de inovação?

Marcus Granadeiro , engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, presidente do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia e membro da ADN (Autodesk Development Network) e ​ do RICS (Royal Institution of Chartered Surveyours).

A realidade virtual e as vendas personalizadas do setor imobiliário

Por Antonio Coutinho, co-founder da VROne

A Realidade Virtual – conhecida também como VR (Virtual Reality termo em inglês) – é uma ferramenta poderosa, onde os ambientes são criados digitalmente e apresentados ao usuário por meio de óculos especiais ligados a um computador de alta performance. Essa é uma experiência capaz de transportar o indivíduo ao mundo digital para que o mesmo vivencie uma imersão impactante, fazendo com que ele perceba o espaço digital como a realidade daquele momento.

Se tratando do mercado imobiliário, essa modernidade se apresenta como uma incrível ferramenta de vendas, onde existe a possibilidade de o comprador explorar remotamente empreendimentos que ainda não foram construídos.

Apesar de o apartamento decorado físico ser a maneira mais convencional de conhecer o imóvel, esta opção exige um alto investimento financeiro, aliado a uma pesquisa de perfil de comprador que muitas vezes limita as opções a serem demonstradas. É nesta hora que a realidade virtual abre caminho para um novo modelo de vendas personalizadas. O cliente pode conhecer todas as versões disponíveis da planta, de diversos acabamentos de pisos e paredes, além da variação de layout, como a sala ampliada, cozinha aberta, vista da varanda, entre outros.

Segundo um relatório divulgado pela imobiliária Coldwell Banker Real Estate, dos Estados Unidos, a realidade virtual vem sendo cada vez mais utilizada no mercado imobiliário americano. O estudo mostra também que a ferramenta já é uma tendência nos demais países, incluindo o Brasil. O estudo destaca também que 84% dos americanos veem os vídeos digitais como uma adição bem-vinda às ofertas da propriedade. Além disso, 77% gostariam de passear por um tour de realidade virtual antes de visitá-las pessoalmente. Até mesmo o próprio agente imobiliário, que oferece essa opção virtual em suas ofertas, seria mais confiável aos olhos de 62% dos compradores.

Prometendo revolucionar o mercado imobiliário, um decorado virtual resulta na economia de até 90% em relação ao valor de um apartamento físico decorado para construtoras e incorporadoras. Mais do que isso, permite com que atinjam, de uma forma mais assertiva, múltiplos perfis de compradores. Sendo assim, se mostra como uma alternativa extremamente versátil onde os decoradores não se restringem a um orçamento definido podendo optar por acabamentos e mobiliários variados, ampliando, desta forma, as percepções do cliente sobre o tão sonhado imóvel.

A realidade virtual interativa já é uma alternativa disponível no prática. Como ferramenta de encantamento ao cliente tem condições de incrementar a performance nas vendas por meio de uma visita padronizada com alto grau de excelência, auxiliando o corretor na prestação de um atendimento de qualidade, elevando o profissionalismo que o mercado sempre deseja atingir.

Drones chegam à construção civil para otimizar obras

Criados inicialmente para auxiliarem exércitos em missões de espionagem, os drones vêm ganhando novas utilizações em diversos setores da sociedade. Na construção civil, as pequenas aeronaves não-tripuladas já são consideradas soluções viáveis para reduzir o tempo de obras e auxiliar os softwares na modelagem de edificações.

“Equipados com sensores, os drones podem ser usados para capturar uma enorme gama de dados, tornando mais eficientes vários processos da construção”, explica Roberto de Souza, idealizador da Rede Construção Digital, iniciativa que reúne 32 empresas do setor, entre construtoras, incorporadoras, projetistas e fabricantes, para debater como novas tecnologias podem otimizar processos e solucionar fluxos defasados do setor.

“Os trabalhos de inspeção, que costumam demorar semanas, agora serão realizados em apenas alguns dias. O mapeamento da área a ser construída é outro processo da construção que pode se apropriar de análises dos drones, através de modelos em 3D ou simulações em realidade virtual gerados pelas imagens aéreas”, considera o engenheiro.

Nas rotinas da construção, caberão aos drones auxiliarem desde processos de segurança do trabalho, inspeção de obras a lançamentos de empreendimentos. Neste último caso, empresas poderão produzir vídeos e fotos com dados captados pelos veículos, gerando simulações e permitindo aos clientes visualizarem todas as áreas de um projeto antes que ele seja finalizado.

Empresas discutem viabilidade de novos projetos

Após a análise do uso de drones pela Rede Construção Digital, foi criado um grupo específico para estudar a viabilidade de novos projetos com essa tecnologia. AutoDoc, Gafisa, França & Associados, Saint-Gobain, CTE, Alphaville Urbanismo, Maply e EmDrone, que compõem este coletivo, discutirão três iniciativas sugeridas e selecionadas pela RCD: integração de dados coletados por drones com dados de softwares para modelagem de informações (BIM); aferição da qualidade entre o planejado e o executado em obras; integração entre softwares e drones para gerarem ‘as built’ – controle do que foi construído – e revisões de projetos.

Para Roberto de Souza, a união de empresas da construção civil é necessária num processo de reciclagem do setor. “Cada período necessitou de questionamentos. Nos anos 1990, o debate dentro da construção civil girava em torno da qualidade, as certificações. Já no começo dos anos 2000, veio a questão da sustentabilidade. Agora, é hora de pensarmos na transformação digital”

Vitacon, IBM e Intel lançam projeto de smart home e prédio totalmente conectado em São Paulo

Imagine-se vivendo em um edifício que consiga entender a rotina dos seus moradores e fornecer serviços que se adequem às especificidades de cada um. Desde automação de ambientes e eletrodomésticos inteligentes até como você se relaciona com o ambiente onde vive. Este é objetivo da parceria entre Vitacon, IBM e Intel ao lançarem o projeto SOUL (Smart Options for Urban Life). A primeira etapa do projeto contará com um apartamento (laboratório) conectado destinado a startups e parceiros que queiram testar e aplicar inovações para smart home com base no conceito de Internet das Coisas.

Concebido também em parceria com a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), o studio de 26 m², localizado na Rua Gomes de Carvalho, em São Paulo, terá a API aberta (Interface de Programação de Aplicação, em português) o que permitirá testes e instalação de sensores que meçam consumo de energia, água, gás, movimento, proximidade, temperatura, luminosidade e umidade; sistemas de notificação sem fio via Bluetooth e WiFi; dispositivos para interligar a rede central do prédio à de cada morador; câmeras de vigilância inteligentes, entre outros.

O objetivo será testar a aplicação da tecnologia no dia a dia de pessoas convivendo em um ambiente real e sentindo o profundo impacto de se ter tudo conectado e integrado, desde a chegada ao edifício até a entrada no apartamento, e a circulação entre quarto, sala, banheiro e cozinha.

Na segunda fase do projeto, as tecnologias mais maduras e integradas poderão ser aplicadas no edifício VN Bela Cintra no bairro dos Jardins, próximo à Av. Paulista. O empreendimento deve ser concluído em 2018.

“Unimos grandes corporações na geração de negócios e valor agregado. Vamos reinventar a experiência de morar através da tecnologia” explica Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon. “Nós entendemos que o mercado imobiliário deve criar experiências, promover o empreendedorismo e criar cidades mais inteligentes. Estamos criando um futuro em que os prédios receberão atualizações e aplicativos exatamente como um smartphone.”

Como parte dessa parceria, a IBM disponibilizará o Watson, sua plataforma de inteligência artificial para negócios, com soluções de Watson IoT (Internet of Things), assim como alguns projetos em colaboração com sua área de pesquisa, IBM Research.

“Inteligência artificial já é uma realidade no Brasil. IBM Watson está ajudando empresas e profissionais de diversos segmentos e está sendo usado por startups que desenvolvem novos produtos no mercado brasileiro”, comenta Carlos Tunes, Executivo de Watson IoT da IBM América Latina. “As soluções cognitivas de Watson IoT permitem às instituições terem sua capacidade cognitiva potencializada, explorando o mundo físico e conectando-o a sistemas inteligentes. “SMART LIVING” é a tradução dessa experiência do mundo conectado no nosso cotidiano, nas nossas residências, no nosso ambiente de trabalho”, conclui Tunes.

A Intel colocará à disposição da Vitacon soluções de IoT com arquitetura Intel para casas inteligentes por meio de uma série de diapositivos e software de parceiros e desenvolvedores, incluindo soluções para identificação, segurança e autenticação; sensoriamento e controle por voz, gestos ou automáticos; e monitoramento e controle de recursos públicos (água, gás, energia, esgotos etc.), tanto para os apartamentos quanto para o edifício.

Já Mauricio Ruiz, diretor-geral da Intel Brasil, finaliza avaliando que as “cidades inteligentes começam a partir de empreendimentos conectados, com estrutura para serviços digitais que facilitam a vida e melhoram a experiências das pessoas. As soluções de Internet das Coisas estão por trás de toda essa transformação. A parceria com a Vitacon reforça a preocupação da Intel com o desenvolvimento do ecossistema de tecnologia local para startups”.

Tigre e Startse firmam parceria para prospecção de startups e inovação no Vale do Silício

O Grupo Tigre, líder na fabricação de tubos e conexões e um dos maiores provedores de soluções para o setor da construção civil, anuncia a parceria com o StartSe, o maior ecossistema de startups do Brasil, que engloba um portfólio de serviços e recursos tecnológicos para acelerar negócios.

O objetivo da parceria é aumentar a velocidade dos processos de inovação do Grupo Tigre para o desenvolvimento de novos produtos, de processos mais eficazes e de soluções para sistemas que envolvam condução e tratamento de água, bem como os demais negócios da companhia.

O StartSe oferece diversos programas que conectam as empresas parceiras às startups instaladas no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Dessa forma, será possível identificar e aproximar-se de projetos relacionados ao planejamento estratégico da Tigre.

“Com este movimento, seremos os pioneiros no País a adotar esse modelo de prospecção de startups e inovação. A iniciativa trará um grande aprendizado para ambos os lados, com benefícios múltiplos. Há muito tempo sonhamos em colocar os pés e a cabeça no Vale do Silício. O Silicon Valley Spot viabiliza este desejo ”, avalia Luis Roberto Wenzel Ferreira, diretor de Marketing, Vendas e Inovação do Grupo Tigre.

“As empresas brasileiras não podem esperar a inovação chegar no Brasil para, então, se posicionarem, elas precisam se antecipar aos movimentos e buscar a inovação na fonte para estabelecer novos diferenciais competitivos. E hoje a maior e melhor fonte é o Vale do Silício. Estamos muito felizes em ter a Tigre como a primeira parceira do Silicon Valley Spot, criando essa conexão direta com o Vale através do StartSe”, afirma Felipe Leal, Head StartSe Corporate.

Feicon Batimat lança aplicativo para smartphones

app-feicon A maior feira da construção civil e arquitetura da América Latina, a Feicon Batimat, lança aplicativo para smartphones. O app possui a agenda completa com todas as programações do evento, informações sobre expositores e palestrantes, além de dicas que facilitam o acesso ao evento, que em 2017 acontece no São Paulo Expo, de 04 a 08 de abril.

O aplicativo pode ser baixado gratuitamente para usuários Android através do Google Play e usuários do sistema iOS através da App Store. Tudo na palma da mão. Com o app é possível favoritar expositores e traçar uma rota pelo pavilhão para facilitar o trajeto, além de marcar produtos favoritos e lhes adicionar notas. Também é possível receber alertas das sessões escolhidas e não perder nada. Um diferencial do aplicativo é que ele também funciona off-line.

23ª FEICON BATIMAT

Data: entre 04 a 08 de abril de 2017
Horário: terça a sexta das 11h às 20h e sábado das 9h às 17h
Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP – Brasil
Endereço: Rod. Imigrantes Km 1,5 s/n
Informações:www.feicon.com.br

BIM, IoT e BI: edifícios gastões – Por Marcus Granadeiro

Quando compramos um carro nos preocupamos em avaliar o seu consumo, o custo do seguro além dos aspectos relacionados à manutenção. A razão para isto parece simples e óbvia: o mercado valoriza carros e marcas que prezam estes aspectos. Os modelos novos custam mais, os usados são mais valorizados.

Se para comprar um carro há esta preocupação, por que ela não ocorre na compra de um imóvel? Por que não se busca entender se o projeto foi desenvolvido pensando na usabilidade, no conforto e na economia operacional? Por que o mercado não valoriza estes aspectos já que passamos muito mais tempo com os imóveis do que com os carros e que os gastos com a operação dos imóveis serão inevitavelmente maiores e mais representativos do que um tanque de combustível?

Uma arquitetura que não pensou na ventilação natural, uma janela de tamanho inadequado, colocada na face errada da edificação, uma economia no material de vedação, projetos elétricos deficientes e focados em apenas reduzir o custo da obra e não em otimizar a operação, economia nos sistemas de aquecimento de água etc. Todos estes são exemplos comuns de obras que foram feitas para custar menos na aquisição, mas muito mais na operação. São nossos “edifícios gastões”.

Pessoas que, conscientemente, não comprariam um muscle car v6, que são carros com potência, tamanho e performance elevada, pois se tratam de consumidores ambientalmente preocupados, estão comprando “edificações beberronas” e fazendo isto sem se atentar. O mercado, que está avidamente competindo por preço, deve buscar o custo operacional como diferencial com cada vez mais intensidade.

Neste cenário, o BIM (Building Information Model), a Internet das Coisas (IoT) e o BI (Business Intelligence) têm muito a contribuir.

O BIM é a construção virtual. Com ele, conseguimos fazer estudos, simulações, vislumbrar e antever o comportamento da edificação antes que ela exista fisicamente. Isto é fundamental desde as fases iniciais de projeto para que se crie um projeto otimizado para a operação a partir do início. É o BIM que vai poder dizer quanto a edificação vai consumir, quando será necessário ligar o ar condicionado, acender as lâmpadas e o que se consumirá de energia, gás e água.

Assim como um carro tem um painel com hodômetro, velocímetro e contador de rotações do motor, sendo que para isto possui sensores nas rodas e motor para coletar os dados, vamos precisar inserir sensores na edificação para medi-la, avalia-la e conhecê-la. Vamos fazer isto não apenas para checar se as simulações do BIM estavam certas, mas para fornecer insumos para uma manutenção mais eficiente e para registrar o que já aconteceu com a edificação. Você compraria um carro sem saber quantos quilômetros ele rodou e quanto ele performa? Você compraria um carro apenas consultando o ano de fabricação? Sem a internet das coisas é assim que compramos imóveis usados.

A terceira tecnologia que vem para apoiar esta mudança é o BI e ela se torna necessária, pois o volume de dados gerados nas simulações e pela internet das coisas é enorme. É o tal do Big Data. Para que possamos realmente tirar proveito deles não basta colocá-los em uma planilha, há necessidade de desenvolver análises bem mais profundas. Análises com regressões, cruzamento de dados e incorporação de visualizações em gráficos e diagramas dinâmicos, que é justamente a entrega que o BI faz.

A conclusão é que nossos “edifícios gastões” são oportunidades e não obstáculos e que é necessário mudar este cenário, seja por uma questão mais macro sob o ponto de vista de energia, seja como necessidade de se criar diferenciais em um mercado competitivo e em crise.

Marcus Granadeiro, engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, presidente do Construtivo.

Ferramenta web viabiliza gestão de equipamentos locados

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Na construção civil, diferentes componentes fazem parte do sucesso e qualidade da obra. Todos eles regidos pelo bom gerenciamento da obra, que envolve a administração, cumprimento de cronograma e da previsão financeira, além da gestão de diferentes especialidades de profissionais.

Ao longo dos anos, surgem ferramentas que tendem a facilitar alguns processos da gestão do canteiro, principalmente com investimentos em tecnologia por parte do executor e também dos fornecedores. A exemplo disso existe o SH Online, ferramenta já conhecida entre os clientes da SH, locadora de fôrmas, andaimes e escoramentos para construção.

O SH Online é um sistema web que tem facilitado a gestão de equipamentos locados desde 2010. Por meio de um login e senha, o cliente da SH pode acompanhar e consultar informações referentes ao seu contrato como, faturas, notas fiscais, projetos e relatórios de visita. Ou seja, trata-se de um ambiente que reúne todas as informações importantes relacionadas ao serviço locado.

Ferramenta exclusiva da SH, o SH Online agora é totalmente responsivo, podendo ser acessado por meio de smartphones e tablets. Além disso, os clientes contam com um novo ambiente de upload de conteúdos como, manuais, catálogo de equipamentos e vídeos.

Luis Flávio Machado, Gerente de TI da SH e responsável pelo desenvolvimento do projeto, conta que o principal objetivo da ferramenta é deixar ao alcance dos clientes as informações relevantes no dia a dia. “A ideia que motivou a reformulação do SH Online foi a de que o maior número possível de clientes utilizasse o recurso. Pensando nisso, tornamos o SH Online mais funcional, ou seja, com novas funcionalidades, layout mais amigável e claro, apto a ser manuseado em dispositivos móveis”, explica. O novo SH Online permite também que os clientes avaliem os serviços da SH a qualquer hora por meio de uma breve pesquisa de satisfação.

Honeywell apresenta sistema operacional para internet das coisas durante a Greenbuilding Brasil

A Honeywell (NYSE:HON) apresentará seu sistema operacional para Internet das Coisas (IoT), o Niagara 4, durante a “Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo”, que acontece de 9 a 11 de agosto em São Paulo (no São Paulo Expo). A companhia também terá palestras de especialistas, workshops e estudos de caso sobre eficiência energética e sustentabilidade.

O Niagara 4, que inclui recursos avançados para ajudar desenvolvedores, integradores e usuários a aumentar a eficiência energética, reduzir custos e aprimorar a segurança de equipamentos conectados diretamente à internet, oferece um framework de primeira geração para Internet das Coisas que estabelece conectividade entre máquinas e pessoas.

No evento, a Honeywell também apresentará duas palestras sobre o tema eficiência energética, foco de discussões recorrentes em empresas no Brasil, principalmente após as recentes elevações das tarifas em 2015, que chegaram a 50%.

A Honeywell inicia o primeiro dia com uma palestra de Cintia Sanches, Gerente de Negócio, que apresentará um caso de sucesso do setor de varejo sobre o investimento em soluções de automação para reduzir gastos de energia elétrica. Já Igor Nakamura, Gerente de Conta, destacará quatro passos importantes da automação como resultado para o sucesso da eficiência energética.

Saiba mais na agenda abaixo:

Caso de sucesso do GPA: eficiência energética em Hipermercado

Palestrantes: Cintia Sanches, Honeywell, e Pierre-Yves Mourgue, GreenYellow Brasil

Data: 9/8 (terça-feira) das 16:00 às 17:00 horas

Quatro passos fundamentais para a obtenção de uma real eficiência energética

Palestrantes: Igor Nakamura, Honeywell; Leonilton Tomaz Cleto, Yawatz Engenharia Ltda; Jayme Spinola Castro Neto, SI 2 – Soluções Inteligentes Integradas Ltda.

Data: 10/8 (quarta-feira) das 14:30 às 15:30 horas.

Aplicativo móvel auxilia fiscalização de obras em Belo Horizonte

As obras realizadas pela seretaria de Serviços Urbanos de Belo Horizonte são fiscalizadas por uma ferramenta móvel para o gerenciamento das atividades. A aplicação chamada Sistema Integrado de Fiscalização foi desenvolvida pela Algar Tech, multinacional brasileira que integra soluções de TIC e BPO para a Prodabel, empresa de informática e informação de Belo Horizonte.

Os cerca de 350 fiscais de campo do município atuam com a ajuda de smartphones ou tablets com o software embarcado e uma impressora sem fio que se acopla ao dispositivo para imprimirem automaticamente notificações. Anteriormente à implantação da aplicação havia procedimentos operacionais em que todas as etapas do input de dados das ações de fiscalização eram feitas manualmente. Os fiscais iam a campo, desenvolviam o trabalho e depois remetiam os dados. Hoje, tudo é feito automaticamente.

O sistema possui a funcionalidade de consulta à legislação vigente para as fiscalizações, reduzindo a ocorrência de problemas técnicos ou equívocos. Outra vantagem em termos de transparência de informação é que ele permite gerar relatórios em tempo real para que as equipes que trabalham nos escritórios, no backoffice, possam acompanhar as ações.

A versão 2016 do software conta, inclusive com suporte offline, que possibilita aos agentes de fiscalização atuarem em áreas onde não há sinal de rede de telefonia. Quando o fiscal entra em uma área que possibilita a transmissão das informações, tudo é compilado automaticamente.

Para o secretário municipal de serviços urbanos de Belo Horizonte, Pier Senesi, a solução trouxe melhoria da produtividade, condição de trabalho e transparência das informações públicas: “A partir do momento que a prefeitura se dispõe a desenvolver em conjunto com seus servidores uma ferramenta de altíssima qualidade, esse resultado com transparência e informações mais rápidas são um ganho para os cidadãos. A cidade hoje tem que ser pensada como uma cidade inteligente. Se é possível incorporar ferramentas que signifiquem redução de custos e do tempo de trabalho e aumento de produtividade há um resultado muito positivo para a cidade com uma aplicação melhor dos recursos arrecadados”, afirma.

Construction Summit 2016: Palestrante fala da importância da tecnologia e dos dados para solucionar os problemas urbanísticos

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No ritmo em que ocorre a urbanização atual, tomadas de decisões inteligentes e assertivas são necessárias para transformar as cidades. Teorias servem apenas de base, mas são os dados e as informações que moverão o futuro. O conceito de Cidades Inteligentes tem como pilar o aproveitamento das tecnologias para ajudar a solucionar os problemas dos grandes centros urbanos.

Esse conceito foi abordado pelo colaborador em Inovação de Dados e Ferramentas do WRI Ross Centro para Cidades Sustentáveis, Diego Canales, no seminário Cidades em Movimento, durante o Construction Summit 2016, organizado pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis e pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). O evento foi aberto nesta quarta-feira e que prosseguirá até a quinta, em São Paulo.

Em sua palestra Cidades inteligentes – a tecnologia a serviço dos cidadãos, Canales comentou que, entre as principais barreiras no processo de construção de cidades inteligentes, está o desconhecimento de três pontos essenciais: formatos e protocolos abertos e padronizados, dados abertos e interfaces abertas e documentadas e componentes modulares (software). “Esses princípios ajudam a evitar que as soluções e tecnologias escolhidas não representem um atraso no futuro próximo, em cinco ou dez anos (ou a duração de um contrato), sendo que a tecnologia é algo que evolui muito rápido”, explicou.

Outra barreira, segundo Canales, é saber como colocar dentro de uma agência de governo pessoas que tenham essas capacidades técnicas, qual o tempo para inovar e como escolher as melhores tecnologias.

Dados abertos

Sobre os dados abertos, Canales avaliou que eles incentivam a prestação de contas, estimulam a colaboração institucional, ajudando a quebrar barreiras dentro dos governos municipais, e incitam empreendedorismo e inovação, juntamente com a criação de novos modelos de negócios e serviços. “Pode não parecer de primeira instância, mas uma política de dados abertos à comunidade consegue fazer uma cidade mais inteligente”, ressaltou.

O município de São Paulo é um exemplo, quando a partir de 2013, entraram no mercado aplicativos como Moovit, Citymapper e outros aplicativos locais, como Trafi e Cadê o Ônibus. “Mas esses foram produtos que surgiram depois que São Paulo abriu seus dado para que desenvolvedores os pudessem utilizar, tanto os dados estáticos como os dinâmicos”, avalia Canales. No período de 2009 a 2013, a única forma de informações sobre o transporte público era através do Google (melhores rotas e itinerários) e das informações em tempo real do ônibus (através do portal Olho Vivo).

De acordo com Canales, o preceito de dados abertos não só recai na utilização dos dados, mas ainda na reutilização. “Isso significa que a população está contribuindo na melhora desses dados, seja através da curadoria, do processamento ou da melhora de sua acessibilidade. Essa ação cria e incentiva uma participação ativa e mantida pela população. Em outras palavras, cria um hábito de participação cidadã, mas também uma mudança de cultura interna no setor público e de prestação de contas”.

Palestra no Construction Summit 2016 destaca as vantagens dos sistemas construtivos industrializados

Os diversos sistemas construtivos industrializados utilizados pela construção civil brasileira alcançaram um elevado grau de maturidade e conseguem uma convivência harmônica nas questões técnicas e institucionais. “Ao contrário do passado, quando se vivia uma clima semelhante a uma guerra, hoje todos os sistemas industrializados entendem que a tendência é de soluções mistas envolvendo drywall, estrutura metálica, pré-fabricado de concreto e madeira. É claro que em aspectos comerciais, cada um trilha seu caminho, disputando mercado”, afirmou Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) no encerramento do painel sobre Sistemas Construtivos Industrializados, realizado durante o Construction Summit 2016, aberto nesta quarta-feira e que prosseguirá até a quinta, em São Paulo.

Ao abrir o evento, Cover recordou as principais vantagens dos sistemas construtivos industrializados, que são, basicamente: redução do tempo de execução das obras, manutenção da qualidade final da construção, redução e previsibilidade dos custos, menor geração de resíduo e redução de consumo de energia. “Já a principal barreira que impede o maior uso dos sistemas industrializados no Brasil hoje é a falta de isonomia tributária com os sistemas convencionais”, apontou Cover.

Além dessa barreira, um dos palestrantes do painel, Luiz Antonio Martins Filho, gerente executivo da Associação Brasileira do Drywall salientou outras dificuldades para a disseminação do uso de sistemas construtivos industrializados. “Temos questões culturais, dificuldades com a falta de infraestrutura adequada de transporte e logística, e também obstáculos legais, pois os modelos de contratação de obra pública ainda são concebidos visando características dos sistemas convencionais”, ponderou.

Apesar dessas dificuldades apontadas pelos participantes do painel, os vários sistemas industrializados têm conseguido importantes avanços. “No caso do Steel Frame, por exemplo, podemos dizer que ele está bastante disseminado no Brasil e com grande potencial de crescimento, pois ainda representam apenas 15% do total das obras de múltiplos pavimentos, enquanto em países como Estados Unidos já representa 50%, e no Japão chega a quase 70%”, afirmou Eneida Jardim, integrante da Comissão Executiva do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA).

A tendência do uso misto de vários sistemas construtivos numa mesma obra, destacada pelos participantes do encontro, foi apontada também por Rosane Bevilaqua, representante da Associação Brasileira da Construção Metálica. “No caso, por exemplo do uso misto de concreto com estruturas metálicas representa uma série de vantagens, como, por exemplo, a dispensa do uso de fôrmas para pilares, o aumento da precisão dimensional das construções, a redução do peso e do volume das estruturas e uma diminuição que varia de 20% a 40% no uso de aço estrutural”, comentou a palestrante.

Outro participante do evento, o engenheiro Carlos Franco, representante da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), destacou as vantagens do uso de sistemas pré-fabricados de concreto. “Além da eficiência estrutural, o pré-fabricado possibilita flexibilidade arquitetônica, maior velocidade construtiva, uso racional de recursos, menor impacto ambiental em função da redução da geração de resíduos, além de resistência maior a propagação de fogo”, resumiu.

Franco também apresentou uma série de obras ligadas à infraestrutura e mobilidade urbana, nas quais o pré-fabricado foi utilizado com um diferencial de competitividade e de atendimento de prazos. “Em boa parte delas, o pré-fabricado foi utilizado de maneira harmoniosa com outros sistemas”, finalizou Franco.

O painel foi encerrado por José Márcio Fernandes, diretor da Tecverde Engenharia, empresa que desenvolve tecnologias inovadoras e sustentáveis ligada ao sistema Woodframe. “A grande vantagem do uso de madeira é a expressiva redução na necessidade de mão de obra no canteiro de obra. Enquanto uma construção convencional demanda 80 hora/homem por m2 de obra, o nosso sistema não passa da 7 hora/homem por m2. E temos testes dos materiais que nos permite assegurar que a casa construída com nosso sistema tem uma vida útil de 50 anos”, assegurou Fernandes.

Construction Summit 2016

Data: 15 e 16 de junho
Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center – Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Água Funda – São Paulo/SP
Informações: www.constructionsummit.com.br

Disputa por jovens talentos inflaciona folha salarial das empresas

A concorrência por profissionais qualificados está inflacionando a folha de pagamento das empresas. É o que mostra recente levantamento realizado pela Page Personnel, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência. De acordo com o Estudo de Remuneração 2012/2013 da companhia, as empresas estão gastando mais para contratar ou reter talentos. O salário de um administrador de banco de dados júnior em São Paulo, por exemplo, saltou de R$ 2,5 mil no ano passado para R$ 4,7 mil neste ano, o que representa aumento de 88%.

“Essa falta de mão de obra qualificada proporciona um enorme poder de barganha salarial aos profissionais que se enquadram no alto nível de exigência das empresas. É um fato novo no País, que trouxe consequências às relações trabalhistas no Brasil. Nos resta saber agora quanto tempo isso pode durar”, explica Gil Van Delft, diretor-geral da Page Personnel.

Para elaborar o estudo, a Page Personnel consultou, em julho deste ano, os informes de rendimentos de 30 mil candidatos de 20 a 30 anos de São Paulo, do Rio de Janeiro e do interior paulista. A partir dessa consulta, a Page Personnel conseguiu traçar a remuneração mensal fixa de 204 cargos em 11 setores nas capitais paulista e carioca e no interior de São Paulo. Os cargos estão listados em faixas salariais que variam de acordo com o conhecimento do profissional (júnior, pleno ou sênior) e porte da empresa (pequena, média ou grande).

Remuneração por áreas

O Estudo de Remuneração elaborado pela Page Personnel distribui os cargos nas seguintes áreas de atuação: Finanças, Bancos, Vendas, Marketing, Tecnologia da Informação, Seguros, Engenharia e Manufatura, Recursos Humanos, Imóveis e Construção, Suprimentos e Secretariado e Administrativo.

Finanças
No setor de Finanças, os cargos que mais tiveram alterações nas faixas salariais foram os de analista contábil júnior, analista fiscal tributário pleno e analista de custos e orçamentos. O salário mensal médio de um analista contábil júnior, em São Paulo, saltou de R$ 3,5 mil em 2011 para R$ 4,5 mil neste ano. No interior de São Paulo, os rendimentos de um analista tributário fiscal pleno passaram de R$ 4 mil no ano passado para R$ 5,5 mil neste ano. No caso do analista de custos e orçamentos, que atua no Rio de Janeiro, seus ganhos foram reduzidos. Caíram de R$ 3 mil em 2011 para R$ 2,5 mil neste ano.

“O complexo sistema fiscal brasileiro tem exigido profissionais com sólida expertise na área. As empresas pedem habilidades técnicas, conhecimentos em contabilidade internacional, domínio de softwares específicos e de idiomas. Por esses motivos, os salários aumentaram de uma forma geral”, explica Gil.

Bancos

No setor bancário, os cargos que apresentaram variações significativas na remuneração foram os de analista de produtos pleno – varejo e analista de crédito júnior – bancos de investimento, ambos com atuação em São Paulo. Os rendimentos de um analista de produtos pleno aumentaram de R$ 6 mil em 2011 para R$ 7,2 mil neste ano e do analista de crédito júnior saltou de R$ 5 mil no ano passado para R$ 6,5 mil.

“Nos bancos de investimentos e financeiras, os níveis salariais aplicados mantiveram-se, em geral, estáveis, exceto para as áreas de crédito”, resume o diretor da Page Personnel.

Vendas

O mercado de vendas no Brasil passa por uma fase de expansão e especialização. Por esse motivo, as empresas estão de olho nos profissionais de vendas técnicas, com atitude consultiva e fortes habilidades de comunicação. Os profissionais que tiveram mais ganhos nessa área no último ano foram os de vendas técnicas sênior e coordenador de engenharia de vendas, ambos para a área industrial. O salário para vendas técnicas sênior e coordenador de engenharia de vendas em São Paulo passou de R$ 6,5 mil em 2011 para R$ 7 mil em 2012.

Marketing

O setor de Marketing não apresentou muitas variações nas faixas salariais dos cargos avaliados.

“O mercado se manteve estável, mas percebemos grande movimentação no número de profissionais de mídias digitais contratados em relação ao ano passado. Acrescentamos a faixa salarial para essa posição no estudo deste ano”, diz Gil.

Duas mudanças sensíveis foram verificadas no interior de São Paulo para as posições de analista de marketing sênior e inteligência de mercado sênior. No ano passado, os ganhos de um analista de marketing sênior chegavam a R$ 5 mil e neste ano chegaram a R$ 3,3 mil. Os ganhos para o cargo de inteligência de mercado sênior caíram de R$ 5 mil em 2011 para R$ 4,2 mil em 2012.

Tecnologia da Informação

O setor de TI é o que apresenta o cargo com maior aumento percentual na remuneração. O salário de um administrador de banco de dados júnior, em São Paulo, saltou de R$ 2,5 mil no ano passado para R$ 4,7 mil neste ano, o que representa aumento de 88%. Os ganhos de um desenvolvedor/ programador também passaram de R$ 6,7 mil em 2011 para R$ 7,5 mil em 2012.

“Os profissionais de TI estão investindo mais tempo e dinheiro em qualificações técnicas, acadêmicas e cursos de idiomas e certificações, pois sabem que a demanda de oportunidades que buscam aumentou significativamente”, discorre Gil.

Seguros

Os níveis salariais aplicados aos profissionais da área de seguros mantiveram-se estáveis de uma forma geral. No caso do analista de crédito sênior, os ganhos saíram de R$ 5,5 mil no ano passado para R$ 6,5 mil neste ano.

Engenharia e Manufatura

A falta de profissionais com conhecimento técnico e perfil comportamental adequado aponta para uma escassez de talentos neste segmento. Por esse motivo, as altas salariais apareceram em alguns cargos. No caso de técnico de manutenção no Rio de Janeiro, os rendimentos pularam de R$ 5,8 mil em 2011 para R$ 6,5 mil neste ano. Para o cargo de engenheiro ambiental sênior no interior de São Paulo, os ganhos saíram de R$ 4 mil no ano passado para R$ 5, 1 mil em 2012. No Rio de Janeiro, a remuneração de um engenheiro químico passou de R$ 7,2 mil no ano passado para R$ 8 mil neste ano.

“Essa área é muito promissora no Brasil. E um fator influencia muito nos altos níveis salariais aplicados ao setor: Muitos engenheiros, depois de formados, resolvem não seguir a profissão. Isso dá aos que seguem a carreira um poder de barganha ainda maior no momento da negociação salarial”, reflete o diretor.

Imóveis e Construção

O setor de imóveis e construção passa por um momento de grande aquecimento, motivado principalmente pela crescente demanda de mão de obra técnica em áreas ligadas à Engenharia, como obras de infraestrutura, petróleo & gás e mercado imobiliário.

Um coordenador técnico de edificações em São Paulo recebia em torno de R$ 4,2 mil no ano passado e passou a ter ganhos de R$ 7,5 mil neste ano. O cargo de projetista civil pleno em São Paulo tinha remuneração média de R$ 4 mil em 2011 e neste ano é de R$ 7,5 mil. No Rio de Janeiro, o destaque ficou para o analista sênior de facilities, que viu seus rendimentos caírem de R$ 6,3 mil em 2011 para R$ 4,5 mil neste ano.

Suprimentos

A ideia de uma compra estratégica para uma venda com mais rentabilidade gera a necessidade de profissionais mais preparados tecnicamente. Há demandas nesse mercado para profissionais com foco em resultados financeiros, utilização de ferramentas de busca e interface com a área de planejamento.

O cargo de analista de comércio exterior pleno, em São Paulo, foi o que mais apresentou ganho nos últimos 12 meses. O salário subiu de R$ 3,6 mil em 2011 para R$ 4,7 mil neste ano. No Rio de Janeiro, por sua vez, os ganhos de um analista de PCP pleno recuaram de R$ 4,9 mil para R$ 4 mil.

“Uma área de destaque é a de distribuição e logística. O complexo viário no Brasil ainda não tem a estrutura necessária para dar vazão a todo o crescimento e expansão em diferentes setores. Isso exige dos profissionais dessa área jogo de cintura e criatividade maior do que a exigida em outros países, e quem se encaixa e consegue diminuir custos, se destaca”, diz Gil.

Recursos Humanos

A participação mais estratégica do RH nos negócios da companhia impactou diretamente na remuneração dos profissionais que atuam nessa área. A procura por um perfil mais estratégico também ajudou a melhorar a remuneração desse profissional. Para o cargo de remuneração e benefícios júnior, em São Paulo, o salário saiu de R$ 4,5 mil em 2011 para R$ 5,5 mil em 2012. No caso de um business partner júnior no interior de São Paulo, os ganhos saltaram de R$ 3,3 mil em 2011 para R$ 5 mil neste ano.

Secretariado e Administrativo

Os profissionais que atuam em São Paulo e no Rio de Janeiro nas funções de suporte, como secretárias e equipe administrativa, convivem com realidades diferentes. Um gerente de escritório sênior em São Paulo, tem rendimentos em torno de R$ 10 mil. No Rio de Janeiro, o salário de um profissional deste mesmo nível está em torno de R$ 6 mil. Um assistente administrativo júnior que atua em São Paulo tem ganho médio de R$ 4 mil e no Rio de Janeiro os ganhos desse mesmo trabalhador gira em torno de R$ 2,3 mil.

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