Os coworkings, ambientes de trabalho colaborativos, têm atraído a atenção de investidores graças aos números positivos que o setor apresentou nos últimos anos. A expansão do segmento comprova essa tendência: no ano passado, as posições de trabalho cresceram mais de 50% em relação ao mesmo período de 2015.
O coworking é um empreendimento bastante promissor e o investidor não precisa ter nenhuma habilidade específica para ser capaz de lidar com o cotidiano de um espaço de trabalho compartilhado. No entanto, assim como qualquer setor, é preciso ter um perfil que se adeque a esse tipo de negócio.
Para Bruna Lofego, especialista e desenvolvedora do método “Como Montar um Coworking de Sucesso”, este é um bom momento para investir no segmento, porém antes de se arriscar é necessário que o empreendedor faça um auto análise para saber está apto a ter um coworking.
Ela destaca três pontos que considera importantes:
1° – Cultura do coworking
A diferença entre o escritório próprio e um coworking, fundamentalmente, é a privacidade. Para se dar bem nesse ramo, é importante saber que vai dividir o espaço e conviver com outras pessoas. Portanto, você terá que lidar com todas as vantagens e desvantagens que isso pode acarretar.
“Se a pessoa não gosta de um ambiente compartilhado, não há motivos para abrir um espaço de coworking” enfatiza Bruna, que possui quatro unidades de coworking em Belo Horizonte e São Paulo. “ O exemplo precisa vir de cima e, eu mesma, quando decidi empreender neste segmento, tive que abdicar de uma sala fechada, isolada das outras empresas”, lembra.
2° – Competência em administrar
Segundo Bruna, um escritório compartilhado é um negócio como outro qualquer, uma prestação de serviço que precisa de gestão. “Coworking é administração diária, pura e simples”. Por isso, é importante que você goste de administrar e faça um curso, caso ainda não tenha formação.
“Vale dizer que isso não elimina o seu sonho de abrir um coworking, mas é determinante para que você tenha sucesso no empreendimento”, diz.
3° – Networking diário
Profissionais das mais diversas áreas – de consultores e marqueteiros a advogados e educadores- se reúnem em um coworking. Esse modelo de escritório atrai pelos benefícios financeiros, mas, principalmente, pela possibilidade de networking. Portanto, os escritórios compartilhados apresentam essa característica de sociabilidade.
“Vale dizer que o fato de você não ter tanta facilidade para lidar com o público não tem caráter eliminatório. Eu, por exemplo, sou bem tímida, mas me cerco de pessoas que têm facilidade de comunicação”, recomenda a especialista.
Bruna Lofego possui mais de seis anos de experiência em coworking. Atualmente é CEO e Founder da CWK Coworking, que conta com quatro espaços, localizados em Minas Gerais e São Paulo.