O Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou, nos dez primeiros meses do ano, uma queda média de 6,45% no movimento de vendas no varejo da capital paulista. Isoladamente, houve recuos de 5,8% e 7,1% nas vendas a prazo e à vista, respectivamente.
“Esse cenário decorre da queda da confiança do consumidor em relação ao emprego e da piora de sua situação financeira. Com isso, ele se sente menos confortável para comprar”, explica Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).
Já em outubro, na comparação com o mesmo período de 2014, as vendas do comércio paulistano apresentaram retração média de 16,1% (-14,3% nas vendas a prazo e 17,9% nas vendas à vista). Esses resultados evidenciam como o setor varejista desaqueceu de um ano para outro.
É importante ressaltar que, em 2015, outubro teve um dia útil a menos, o que realçou os números de queda. Na correção pela média diária, os recuos seriam de 11% e 14,7% (a prazo e à vista, respectivamente).
Já quando se confronta o acumulado dos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores, o Balanço de Vendas da ACSP apontou queda de 4,9% tanto nas comercializações à vista quanto a prazo.
Comparação mensal
Frente a setembro deste ano, as vendas apresentaram, em outubro, elevação média de 8,25% – sendo 4,9% nas vendas a prazo e 11,6% nas vendas à vista.
Os números positivos devem-se ao fato de setembro não ter contado com nenhuma data comercial, o que enfraqueceu a base de comparação ante outubro, que contou com o Dia das Crianças.
Contudo, as altas das vendas a prazo e à vista ficaram abaixo da média dos últimos três anos, que é de 13,2% e 21,4% respectivamente.
Inadimplência
O Balanço de Vendas da ACSP é elaborado com base em amostra fornecida pela Boa Vista SCPC. Em função da entrada em vigor da lei paulista n° 15.659/2015, que estabelece novas normas para o cadastro de negativados, a Boa Vista SCPC suspendeu temporariamente a divulgação dos números de inadimplência em São Paulo. Por isso, o Balanço de Vendas de outubro não contém o IRI (Indicador de Registro de Inadimplentes) e o IRC (Indicador de Recuperação de Crédito).
Contestada atualmente no Supremo Tribunal Federal, a lei estabelece, entre outras normas, que as empresas enviem cartas com aviso de recebimento aos consumidores antes de incluir seus nomes em cadastros de inadimplência.
Com isso, compromete-se a qualidade do crédito no comércio e a confiabilidade desses cadastros, que ficam defasados em consequência da nova lei.