Carros serão data centers sobre rodas

O diretor da divisão de TI da T-Systems, A T-Systems Brasil, provedora alemã com amplo portfólio de soluções digitais e serviços de TI, François Fleutiaux, acredita que os carros estão se tornando data centers sobre rodas. Exatamente por isso, é hora do mercado de preparar para trabalhar com estes dados.

Não por acaso, muitos dos carros fabricados atualmente contam com mais de 100 sensores embarcados, capazes de monitorar permanentemente itens como velocidade, temperatura do motor e funcionamento dos freios, coletando para isso uma série de outras informações. Estes sensores fazem com que estes automóveis produzam cerca de 25 GB de dados por hora. Em se tratando de carros autônomos, a previsão é de que este volume salte para 3.600 GB por hora.

Fleutiaux explica que os dados não são gerados apenas com o veículo em movimento. “Eles são produzidos em toda a cadeia de valor, do design e desenvolvimento, produção, vendas e uso, até as revisões e manutenção”, diz, lembrando haver um consenso entre especialistas de que empresas com capacidade de coletar, integrar e analisar estes dados com inteligência estarão entre os vencedores da revolução digital. “Estas empresas serão capazes de melhorar a eficiência de uma série de processos e de abrir novas possibilidades de vendas com serviços inovadores”, prevê, citando três exemplos de serviços já realizados pela T-Systems neste novo mercado:

Manutenção preditiva em produção automotiva – de acordo com a IFR (International Federation of Robotics), 2,6 milhões de robôs estarão em uso até 2019, muitos deles já em operação. Um carro médio tem cerca de 6 mil pontos de solda. Se um único robô de soldagem tem uma parada inesperada, toda a linha é paralisada, causando prejuízos de cinco a seis dígitos para o fabricante. Há dados de medição e consumo de energia que permitem prever uma parada deste tipo com seis dias de antecedência, permitindo que a manutenção trabalhe de forma programada.

Seguro automotivo pago por uso do carro – poucas seguradoras utilizam tecnologia telemática para monitorar o comportamento dos motoristas, premiando hábitos de direção segura com taxas mais baixas. Uma caixa telemática, ou mesmo o smartphone, pode ser utilizado para gravar estes dados e envia-los para a companhia seguradora. Se o automóvel tiver um SIM card instalado, estes dados podem ser transferidos sem problemas. Seguradoras e fabricantes de automóveis já estão trabalhando para estabelecer um framework legal que permita o fornecimento de dados relevantes para as seguradoras.

Semáforos que reconhecem veículos de emergência – muitos semáforos já estão equipados com câmeras de monitoramento, permitindo sua otimização de acordo com o fluxo. A cidade de Milton Keynes, na Inglaterra, está equipando seus cerca de 2,5 mil semáforos com câmeras inteligentes capazes de reconhecer ambulâncias e mudar as fases para permitir sua passagem.
Lucratividade

Fleutiaux defende que o mercado precisa, para potencializar os dados produzidos por veículos, desenvolver mais conectividade, capacidade de storage e softwares inteligentes. De acordo com o Gartner, um em cada cinco veículos serão equipados com alguma forma de conexão sem fio até 2020, que devem totalizar cerca de 250 milhões de veículos globalmente.

Este desenvolvimento está sendo estimulado pela obrigatoriedade da instalação do sistema de chamadas de emergência eCall em todos os carros da União Europeia até o final de março deste ano, equipando cada um deles com um SIM card.

“Outra tecnologia, chamada NarrowBand IoT, está destinada para o gerenciamento de estacionamentos inteligentes e outras aplicações do tipo”, afirma. Trata-se de uma rede WAN que não apenas estende a vida dos sensores operados por bateria, como funciona em prédios e garagens subterrâneas, sinalizando vagas livres para os motoristas.

Os softwares também estão se tornando incrivelmente avançados, alguns inclusive com funcionalidades de aprendizado. “De acordo com a McKinsey, as soluções de inteligência artificial vão ampliar o ROI da indústria automotiva em 9% até 2025, com maior potencial de crescimento nas áreas de produção e compras”, revela Fleutiaux.

O executivo afirma que, neste momento, a criatividade torna-se o recurso mais importante, permitindo às empresas desenvolverem novos serviços, modelos de negócio e fontes de receita baseadas em dados veiculares. “Na verdade, pode ser o início de uma corrida do ouro moderna, porque no futuro será possível fazer mais dinheiro a partir dos dados veiculares do que da produção em si”, prevê.

Para comprovar sua previsão, o executivo lembra que a margem de lucro dos fabricantes de automóveis geralmente gira em torno de 10%. Por outro lado, a margem de empresas especializadas em processamento de dados, é de cerca de 30%. A questão é: quem vai abocanhar este lucro? Para o executivo, já há no mercado uma competição sobre o uso comercial de dados veiculares.

“Fabricantes, fornecedores e startups estão considerando as oportunidades e enfrentando a competição de empresas de outros segmentos, como a Apple e o Google, que já descobriram o potencial deste mercado e têm conhecimento e musculatura financeira para agita-lo. A luta pelos dados automotivos está apenas começando”, conclui.

Especialistas da UL alertam sobre o risco de hacking automotivo

Imagine dirigir pela estrada e, sem aviso prévio, o seu carro “ganha vontade própria” e começa a selecionar as estações de rádio ou ajustar o sistema de refrigeração. Ou ainda pior, o veículo aciona os freios bruscamente sem o seu comando. Embora possa soar impossível, especialistas da Underwriters Laboratories (UL), organização global de ciência da tecnologia, afirmam que a ameaça de ataques cibernéticos em automóveis é real.

De olho na indústria, principalmente a automotiva que promove uma corrida tecnológica para lançar o primeiro veículo totalmente autônomo, a UL lançou o Programa de Garantia de Segurança Cibernética (CAP) que ajuda os fabricantes, compradores e usuários finais, públicos e privados, a mitigar os potenciais riscos de segurança de dispositivos interligados por meio de avaliações metódicas de risco e avaliações.

Atualmente, alguns países permitem testes em veículos semiautônomos, ou seja, os carros já estacionam sozinhos e até guiam sozinhos, mas sempre é necessária a presença de um humano. Em meio a essa disputa, os especialistas da UL alertam que além da discussão em torno de falhas da operação, a utilização de tecnologias de consumo inteligentes para melhorar a experiência do motorista, incluindo conveniências como a ignição remota a partir de um smartphone, hotspots Wi-Fi no veículo e aplicativos de comida e entretenimento do painel podem servir como porta de entrada para que os cyber criminosos acessem os sistemas dos carros.

“Todas as conveniências eletrônicas são, potencialmente, vulnerabilidades eletrônicas”, disse Jack Dunham, membro da equipe de Segurança Cibernética da UL. “Em uma era pré-conectada, o pior cenário era a perda de informações pessoais ou número de cartão de crédito, mas o hacking automotivo tomou outras proporções, podendo causar a morte”, afirmou.

As crescentes preocupações sobre o potencial de hacking automotivo levaram a Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos EUA (NHTSA) a lançar diretrizes destinadas a proteger veículos contra potenciais cyber ataques. O objetivo das diretrizes é garantir que a segurança cibernética seja um fator chave entre os designers e fabricantes de automóveis em um mundo onde a eletrônica conectada controlará cada vez mais os carros.

Entre outras recomendações, a NHTSA destaca que:

– Os freios, aceleração e direção – componentes rotulados como “sistemas críticos de controle para a segurança” – devem ser uma área prioritária de foco para as montadoras

– As “entradas” nos sistemas eletrônicos básicos de um carro, que os desenvolvedores de software usam para corrigir bugs, devem ser trancadas ou seladas quando os carros velocidade compatível às estradas

– Chaves de criptografia e senhas que dão acesso ao computador de um carro não deve fornecer acesso a vários veículos

Ao trabalhar com os principais interessados, a UL auxilia o avanço da segurança cibernética antes de se torne um problema. “Uma abordagem proativa em relação à segurança, ao invés de reagir às ameaças à medida que surgem, é fundamental para proteger as pessoas e permitir que as montadoras continuem a inovar com tecnologias dentro do veículo”, concluiu Dunham.

BMW Group, Intel e Mobileye terão veículos autônomos em teste nas ruas no segundo semestre de 2017

BMW Group, Intel e Mobileye anunciaram hoje, durante a CES 2017, que uma frota de aproximadamente 40 veículos autônomos da BMW estará nas ruas até o segundo semestre de 2017, demonstrando os significativos avanços alcançados pelas três empresas rumo à condução totalmente autônoma. As empresas ainda explicaram que o BMW Série 7 empregará tecnologias de ponta de Intel e Mobileye durante os testes globais, começando nos EUA e Europa.

Este anúncio é continuidade da parceria que foi anunciada em julho do ano passado. As empresas desenvolveram uma arquitetura escalável que pode ser adotada por outros desenvolvedores automotivos e fabricantes de carros para realizar projetos em estado da arte e criar marcas diferenciadas. As ofertas variam dos principais módulos individuais integrados à uma completa solução fim a fim que fornece uma ampla gama de experiências diferenciadas para os consumidores.

“Transformar a condução autônoma em realidade é a ambição compartilhada por trás da nossa cooperação com Intel e Mobileye. Esta parceria conta com todas as habilidades e talentos necessários para superar os enormes desafios tecnológicos que teremos pela frente, bem como para a comercialização de veículos autoconduzidos. Por isso, já estamos pensando em termos de escalabilidade e em dar as boas-vindas para outras empresas – fabricantes, fornecedores ou empresas de tecnologia – para participar e contribuir para a nossa plataforma autônoma. Este ano, a nossa frota de veículos já testará esta tecnologia conjunta globalmente sob condições reais de trânsito. Este é um significativo passo adiante rumo ao lançamento do BMW iNEXT em 2021, que será o primeiro veículo totalmente autônomo do BMW Group”, declarou Klaus Fröhlich, Membro do Conselho Administrativo do BMW AG para Desenvolvimento.

“Do ponto de vista da indústria, já observamos economia, com o compartilhamento de custos, e produtividade com a aceleração do desenvolvimento de uma plataforma completamente autônoma. O sistema automotivo na nuvem terá um comportamento consistente e previsível e está validado para o mais alto nível de segurança”, disse o CEO da Intel, Brian Krzanich. “É por isso que esta parceria está inovando. Criamos uma equipe dedicada com objetivos claros e compartilhados, além de uma cultura de inovação, agilidade e responsabilidade”.

“Ao longo dos últimos seis meses, tivemos um ótimo progresso no projeto de uma solução em estado da arte para a condução autônoma tanto em estradas, quanto em áreas urbanas. A solução foi definida de uma maneira escalável para permitir que os fabricantes de carros afiliados atendam seus requisitos únicos”, disse o Cofundador, Chairman e CTO da Mobileye, o Professor Amnon Shashua.

Como parte dessa parceria, o BMW Group será responsável pelo controle e dinâmica da condução e avaliação da segurança funcional geral, incluindo a configuração de um mecanismo de simulação de alto desempenho, a integração geral de componentes, a produção de protótipos e, eventualmente, a ampliação da plataforma por meio dos parceiros de implantação.

A Intel traz para esta parceria elementos da computação de alto desempenho que abrangem do veículo ao data center. A recém lançada solução Intel® GO™ para a condução autônoma oferece processador e tecnologias FPGA de classe mundial para o equilíbrio mais eficiente de desempenho e poder, ao mesmo tempo em que atende os exigentes requisitos de temperatura e segurança da indústria automotiva. Dentro do carro, a solução Intel GO oferece uma plataforma computacional e de desenvolvimento escalável para funções críticas, incluindo união de sensores, política de condução, modelagem do ambiente, planejamento do caminho e tomada de decisões. No data center, a Intel GO oferece uma ampla gama de tecnologias que variam dos processadores de alto desempenho Intel® Xeon® aos FPGAs Intel® Arria® 10, aos Intel® Solid State Drives e à plataforma Intel® Nervana™ para inteligência artificial, que fornece um mecanismo poderoso, treinamento em aprendizagem profunda e a infraestrutura de simulação necessários para a indústria de condução autônoma.

A Mobileye contribui com o seu processador de visão computacional de alto desempenho EyeQ®5 proprietário, que oferece segurança funcional automotiva e desempenho com baixo consumo de energia. O EyeQ®5 é responsável pelo processamento e interpretação da entrada dos sensores de visão do entorno em 360 graus, bem como a localização. O EyeQ®5, em conjunto com as tecnologias de CPU e FPGA da Intel, forma a Plataforma Computacional Central que será integrada em cada veículo autônomo.

A Mobileye colaborará ainda mais com o BMW Group para desenvolver uma solução de união de sensores, criando um modelo completo do ambiente que cerca o veículo, usando dados de entrada dos sensores de visão, radar convencional e a laser. Além disso, estabelece uma política de condução, incluindo os algoritmos de reforço do aprendizado da Mobileye usados para dotar o sistema do veículo com a Inteligência artificial necessária para negociar com segurança situações complexas de condução.

Para fomentar ainda mais o desenvolvimento da plataforma autônoma, a parceria planeja lançar amostras de hardware e atualizações de software nos próximos anos. O modelo iNEXT da BMW, que será lançado em 2021, será a base da estratégia de condução autônoma do BMW Group. Depois deste veículo, uma gama de modelos altamente automatizados de todas as marcas do BMW Group será lançada.

Volvo Cars inclui nos novos carros da Série 90 Skype for Business da Microsoft

Join Skype for Business meeting in a Volvo car

A Volvo anunciou que apresentará o Skype for Business, o aplicativo líder de produtividade colaborativa da Microsoft, para os novos carros da Série 90. A montadora sueca é a primeira empresa a lançar uma ferramenta de produtividade em veículos.

“Diversas pessoas já tentarem participar de conferências dentro do carro e, ao sentarem, se atrapalharam ao mexer no celular ou até mesmo deixaram cair, não é nada prático. Além disso, celular e direção não combinam. Com a adição do Skype for Business, todas essas questões irão melhorar”, disse Anders Tylman-Mikiewicz, vice-presidente de Serviços de Conectividade do Grupo Volvo Cars.

O Skype for Business é utilizado por milhões de pessoas no mundo. Nos novos carros da série 90 da Volvo, as pessoas serão capazes de ver as próximas reuniões, acessar os detalhes dos participantes e poderão entrar nas reuniões com apenas um clique, por meio da tela central.

“O Skype for Business representa um grande avanço para a nossa proposta de conectividade e comunicação dentro dos carros. Com o lançamento de veículos autônomos, a Volvo permitirá que as pessoas reduzam o tempo de suas jornadas no trabalho. Esta inovação irá nos permitir enxergar uma nova maneira de passar o tempo dentro dos carros “, disse Anders Tylman-Mikiewicz.

As diversas inovações da Volvo baseiam-se no desejo da montadora de facilitar e assegurar a vida dos seus clientes utilizando a mais recente tecnologia de forma inteligente.

Com a parceria da Microsoft, incluindo também a exploração do sistema Cortana, o assistente pessoal e inteligente da Microsoft, a empresa tem a intenção de agregar reconhecimento de voz e insights contextuais para apoiar a vida das pessoas ao prever ativamente suas necessidades.

“A Volvo Cars está liderando o caminho, pois reconhece que a natureza do trabalho é cada vez mais móvel. As pessoas precisam ser produtivas de qualquer lugar – incluindo seus carros “, disse Ben Canning, diretor de gerenciamento de produtos da Skype para a Microsoft. “Estamos animados ao proporcionar reuniões mais modernas para os clientes da Volvo.”

Trabalhar em conjunto com a Microsoft e a Ericsson, que fornecem soluções baseadas na nuvem para a Volvo Cars, faz com que a empresa sueca continue a desenvolver e fornecer serviços e recursos visionários para sua crescente base de clientes.

“O conceito de carro conectado é algo com que trabalhamos há anos na Volvo. Desde os aparelhos internos da década de 1980 e início da década de 1990, até a nossa funcionalidade de mãos livres com o Bluetooth®, compreendemos a importância de tornar a vida mais fácil para as pessoas que estão em movimento, mantendo um foco na segurança e minimizando a distração dos condutores ” Acrescentou Anders Tylman-Mikiewicz.

Tecnologia da Atos permite carros conectados 24 horas por dia

A Atos, líder internacional em serviços digitais, em parceria com pesquisadores da Universidade de Paris Marie Curie, apresenta uma tecnologia que pode revolucionar o mercado dos veículos conectados. O projeto, chamado “Car-Fi”, consiste em manter carros, ônibus e caminhões em movimento online o tempo todo, sem interrupções de sinal, nem a necessidade de uso de redes 3G ou 4G.

A tecnologia já está sendo testada nas ruas do Reino Unido e se baseia nos pontos de acesso Wi-Fi já existentes. A ideia é de que o veículo utilize duas redes Wi-Fi: uma conectada e outra pesquisando o próximo ponto de acesso livre antes de mudar de conexão. Esse serviço descarta a necessidade de usar redes 3G ou 4G.

A expectativa é que a novidade tenha os usos mais diversos, incluindo o suporte à atuação de policiais e militares, entretenimento para os passageiros no banco traseiro dos carros e até mesmo aos futuros carros autônomos.

Sucesso nos testes

Os testes estão em fase avançada e demonstrações reais do serviço já foram conduzidas. Clientes da Atos foram guiados pela cidade de Londres em um carro 100% conectado.

A equipe que conduziu os testes foi capaz de fornecer transmissão, sem falhas, nos aplicativos YouTube e Periscope e em outros serviços de Internet aos quais dificilmente seria possível se conectar dessa forma com o veículo em movimento.

“Os desafios atuais para a conectividade de veículos são o custo e a espera da conexão, tempo no qual você já saiu do lugar. Uma conexão Wi-Fi usual leva aproximadamente 14 segundos para se concretizar. Já o Car-Fi reduz esse prazo para cerca de 1 segundo”, explica Gerry Sheridan, vice-presidente de Managed Services da Atos no Reino Unido e na Irlanda.

O serviço é configurável para favorecer conexões de baixo custo ou de alta qualidade, conforme a preferência.

*A pesquisa com a Universidade de Paris Marie Curie é feita em conjunto com a Atos e a Renault.

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