Risco cibernético será tema obrigatório na agenda de Conselhos de Administração em 2018

Os Conselhos de Administração não estão preparados para direcionar adequadamente as maiores companhias do Brasil sobre os riscos cibernéticos.

Esta é uma das conclusões da votação interativa da 62ª Mesa de Debates do ACI Institute. O ACI é um instituto da KPMG que tem o objetivo dedisseminar a importância da Governança Corporativa e do compliance. A 62ª Mesa de Debates contou com a participação de 123 executivos, entre conselheiros de administração, conselheiros fiscais e membros dos comitês de auditoria das principais empresas que atuam no Brasil.

Segundo os dados, o direcionamento foi considerado adequado por apenas 20% dos respondentes. Trinta e três por cento avaliaram o direcionamento como regular, 41% como não adequado e 6% não souberam opinar.

“Com base nos dados, 80% dos executivos não estão seguros quanto à qualidade do direcionamento oferecido pelos Conselhos de Administraçãosobre riscos cibernéticos. O índice é bastante elevado e preocupa, sobretudo diante da exposição crescente das empresas a ataques dessa natureza”, afirma o líder do ACI Institute e sócio da KPMG no Brasil, Sidney Ito.

Os executivos consultados também debateram, neste evento do ACI Institute, os principais tópicos que precisam estar na agenda doConselho Administração em 2018. Entre os temas de destaque estão disrupção tecnológica, inovação e resultados a longo prazo, tone at the top e cultura corporativa, ativismo e a relação com os investidores, diversidade e o tempo de mandato dos conselheiros.

Mais de 40% dos conselheiros consideram a dependência dos sistemas de TI o maior risco tecnológico das empresas

Diante de um cenário no qual as empresas estão cada vez mais utilizando a tecnologia em seus processos, os conselheiros acreditam que a grande dependência que as companhias têm dos sistemas é o maior risco relacionado à tecnologia da informação (TI). Em segundo lugar, com 34%, os riscos relacionados à segurança e a proteção de informações em geral são itens que preocupam os conselheiros.

Os dados foram levantados em pesquisa interativa realizada durante a 46ª mesa de debates do Audit Committee Institute – ACI da KPMG no Brasil, com público de 111 participantes composto por conselheiros de administração, conselheiros fiscais e membros de comitê de auditoria de empresas de diversos setores.
“Assuntos relacionados à TI ainda precisam ser melhor discutidos. A própria pesquisa aponta que 25% do respondentes diz que uma dedicação maior do conselho poderia melhorar o monitoramento do cyber security. Além disso, 24% dos participantes aponta que é necessário maior expertise do conselho no tema”, afirma o sócio da KPMG e líder do ACI, Sidney Ito.

Risco e estratégia
A pesquisa também indicou que 51% dos conselheiros não estão satisfeitos com a conexão entre risco e estratégia nas discussões do conselho. Para eles a maior ligação entre esses dois itens poderia trazer melhorias no processo de tomada de decisões sobre riscos da empresa.