Startups das áreas de saúde e bem-estar trazem inovações para a população na Oiweek 2017

No segundo dia da 9ª Open Innovation Week 2017, as startups com soluções em saúde e bem-estar demonstram como a tecnologia pode contribuir para a melhoria em diversas áreas da sociedade. Neste ano, o evento conta com 50 projetos que vão desde simulador que ajuda no treinamento do futuro médico a testes em pele artificial para desenvolvimento de cosméticos. Conheça algumas das novidades

MedRoom – desenvolve simuladores para treinamento médico com realidade virtual, recriou uma sala cirúrgica, onde o aluno pode treinar na prática como fazer procedimentos diversos, como drenagem torácica, intubação, entre outros. A empresa vem para revolucionar a maneira como os estudantes aprendem e praticam a clínica médica.

Guepardo Sistemas – apresenta o protótipo Gproxy, um sistema de transmissão de exames de imagens médicas, que utiliza a internet 3G. O equipamento cabe na palma da mão e é integrável a qualquer sistema PACS existente no mercado.

New Tissue – startup de biotecnologia que desenvolve testes em pele artificial para desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas e cosméticas. Assim, a empresa busca reduzir o uso de animais necessários para testes de produtos.

Nuclearis – software dedicado para medicina nuclear que incorpora metodologias para aquisição e processamento de imagens de medicina nuclear que garantem o aumento da produtividade, redução de custos e padronização da qualidade dos exames. Com as informações disponíveis em tempo real, ressalta-se o ganho de eficiência operacional, sem a necessidade de recorrer a sistemas genéricos desconectados, ou de fazer cálculos manuais para gerenciar a agenda e rotina de exames com máxima eficiência.

Sensorweb – monitora a temperatura, umidade, energia e abertura de portas em câmaras, estufas, freezers, ambientes e geladeiras com um serviço contínuo e online. São mais de 2.500 pontos de monitoramento de temperatura em clientes de diferentes portes em setores da saúde, alimentos e ciências da vida, com atuação em todo o Brasil.

Sugarzyme – startup de biotecnologia que desenvolve produtos para a indústria cosmética e farmacêutica, utilizando resíduos agroindustriais (biomassa), visando agregar valor a toda cadeia produtiva e contribuindo para a diminuição do impacto ambiental.

Audicor – wearable de monitoramento cardíaco que pode ser integrado. A Tecnologia permite detectar, gravar documentar e analisar os sons cardíacos, associando-os a funções cardíacas normal e anormal. O sensor pode ser integrado a uma vestimenta.

AltaMedia – Plataforma de monitoramento e análise cognitiva em tempo real da exposição da reputação em todas as mídias. Monitora e aplica ferramentas cognitivas para interpretar em tempo real a qualidade de exposição da reputação em todas as mídias on e offline, incluindo redes sociais. Estabelece uma ruptura para a área de comunicação, ao propiciar análise automática de grandes volumes de dados, gerar indicadores confiáveis e orientar ações de alta efetividade para a promoção de marcas.

Ambra Saúde – especializada em tecnologia de informação em saúde, dedicada a tornar o compartilhamento de imagens médicas (DICOM) mais simples e acessível. Ao simplificar o processo de compartilhamento de imagens médicas, conecta instituições de saúde, médicos e pacientes em todo o mundo. A plataforma continua em constante evolução para posicionar o seu hospital, clínica ou serviço de diagnóstico por imagem com um sistema robusto, prático e ágil de transmissão, armazenamento e visualização de imagens e laudos médicos para transformar o seu modo de praticar a Medicina.

Esses e outros projetos estão sendo apresentados na etapa final do Movimento 100 Open Startups, durante a 9ª Open Innovation Week (Oiweek), principal evento de empreendedorismo e inovação aberta entre startups e grandes empresas, que acontece até amanhã, 22/2, em São Paulo.

Com o tema central “Novos modelos de negócios para inovação”, a Oiweek reunirá mais de 150 startups e 100 grandes companhias. As startups que tiverem melhor desempenho na Open Innovation Week irão compor o ranking do Movimento 100 Open Startups 2017.

Faça seu credenciamento: http://migre.me/w3Uzl

Veja a agenda completa no site: www.oiweek.com.br/2017

Serviço: 9ª edição da Open Innovation Week

Dias: 21 e 22 de fevereiro – das 8:00 às 19:00

Local: Centro de Convenções Rebouças: Av. Rebouças, 600 – São Paulo

Startup catarinense Sensorweb é reconhecida pela Anprotec como melhor incubada do Brasil

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A Sensorweb, startup que desenvolve soluções em Internet das Coisas (IoT) para o mercado de Saúde, encerra 2016 comemorando o reconhecimento como melhor incubada no Brasil pelo Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador 2016. Promovido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em parceiria com o Sebrae, a iniciativa prestigia projetos, incubadoras de empresas, parques tecnológicos e empresas graduadas e incubadas, que, por meio de suas ações, serviços e produtos, fortalecem o movimento empreendedor no Brasil. A Sensorweb, que hoje é a responsável pela unidade de conectividade da FANEM, tem sede em Santa Catarina e nasceu dentro do MIDI Tecnológico, também premiado na ocasião como a melhor incubadora orientada ao desenvolvimento local e setorial (DLS).

“Ao longo desses anos temos trabalhado fortemente para proporcionar qualidade de vida, conectando ambientes, dispositivos e pessoas na área da saúde. Esse reconhecimento só fortalece e reafirma nossa preocupação em oferecer serviços de excelência aos clientes. Mais do que resultados financeiros, o impacto positivo que nossas soluções proporcionam ao mercado de saúde foram essenciais para essa conquista”, afirma Douglas Pesavento, CEO da Sensorweb.

Além do prêmio recebido, a startup encerra 2016 com um incremento de 50% em seus negócios e projeta até 2021 um crescimento aproximado de 80% ao ano. De acordo com CEO, Douglas Pesavento, os planos para os próximos anos incluem ingressar em novas áreas da saúde, como a neonatal e os gases medicinais. Já para 2017 o foco é aumentar a presença nos principais hospitais do país, em especial no estado de São Paulo, atingindo quatro mil pontos monitorados.

Fundada em 2009, a Sensorweb tem alcançado resultados expressivos desde então. Ao todo, a startup cresceu mais de 2000% neste período de incubação, permitindo uma economia de mais de R$5 milhões em seus clientes, sendo este valor investido em medicamentos e insumos críticos na área de saúde que tiveram suas perdas evitadas com o uso da solução. Em 2014, a empresa associou-se a Fanem, multinacional brasileira que fabrica produtos nas áreas de neonatologia e de laboratórios, o que a permitiu alavancar novos mercados.

Atualmente, a Sensorweb tem mais de 2,5 mil sensores em operação espalhados em várias regiões do país, número que demonstra o grau de confiabilidade e robustez da solução entregue aos clientes, entre eles estão Grandes Hospitais, Clínicas Oncológicas, Bancos de Sangue, Institutos e Laboratórios de Pesquisa. As soluções completas da Sensorweb atuam de maneira significativa na preservação de produtos e insumos sensíveis à temperatura e umidade, tais como sangue, vacinas, medicamentos, pesquisas, reagentes e ambientes. São mais de 260 mil bolsas de sangue, R$120 milhões em medicamentos, especialmente os que se destinam a tratamentos como câncer que possuem um alto custo, além de amostras biológicas com valores inestimáveis, como embriões, medulas e pesquisas. Por exemplo, atualmente a pesquisa da chikungunya são monitoradas pela solução.

“Entregamos uma solução completa de tecnologia e serviços de forma a garantir um monitoramento à distância preciso, seguro e contínuo. Assim os clientes reduzem seus riscos de perdas com o disparo de alertas eficientes e podem contar com nossa equipe capacitada atuando para o funcionamento integral do sistema. Nossa solução não é somente tecnologia, vai muito além disso, pois a mesma necessita de engajamento dos usuários e um suporte rápido e continuado para permitir o sucesso na sua aplicação”, finaliza.

Internet das Coisas: um aliado na luta contra as perdas de insumos na saúde – Por Douglas Pesavento

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A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que 50% do total de vacinas produzidas em todo mundo são perdidas anualmente. Resolver esse problema não é tão simples, demanda tempo e discernimento para a escolha do melhor investimento a ser feito, especialmente porque não existe um único vilão nessa história e sim uma série de fatores, que juntos contribuem para esses indicadores tão alarmantes. As causas do desperdício são diversas, desde falhas de energia, falta de treinamento de profissionais da saúde, até refrigeradores inadequados abarrotados de vacinas. Sem falar da deficiência e escassez no monitoramento contínuo das temperaturas e condições nas quais esses insumos vitais são armazenados.

Embora não existam números consolidados relacionados às perdas no Brasil, a imprensa noticia com grande frequência ocorrências deste tipo, especialmente na rede pública de saúde. A Prefeitura de São Paulo, recentemente, divulgou um relatório afirmando que mais 630 mil doses foram perdidas em 18 meses (entre 2014 e 2015), nos mais de 450 postos de saúde da cidade. No município de Florianópolis, algumas unidades de saúde tiveram uma média superior a seis alterações de temperatura no ano, ou seja, a cada dois meses as vacinas foram descartadas por falha de conservação. Os motivos reportados são os mesmos em ambos os casos: danos em equipamentos ou falhas nos sistemas de distribuição de energia elétrica. Diante disso, o primeiro pensamento que vem a cabeça é: se regiões mais desenvolvidas, incluindo a capital do estado mais rico do país, apresentam estes indicadores, como ficam as demais, especialmente localidades menos abastadas? Ademais, imagine o impacto disto para os cofres públicos.

O Brasil é um país onde houve uma enorme evolução no que tange à produção de vacinas, porém, ainda há muito para se avançar no que diz respeito à preservação desses insumos. Claro que estamos falando de um país de grandes dimensões, onde as temperaturas, em um mesmo período, podem ultrapassar os 40 graus no interior do estado do Tocantins ou serem negativas nas Serras Catarinenses – o que certamente dificulta a criação de um padrão de conservação. Porém, a tecnologia e o conceito de Internet das Coisas (IoT) e, sobretudo, o bom senso, podem ser cruciais nessa luta contra o desperdício.

É importante, antes de tudo, contextualizar, que existem dois tipos de perdas. A primeira delas, chamada de técnicas, ocorrem devido ao ciclo de vida das vacinas: frascos multidoses são abertos, mas como não há demanda acabam não sendo consumidos dentro do prazo de vencimento, ocasionando inevitavelmente o descarte. Já a segunda categoria, às das perdas físicas, está relacionada aos erros de manipulação e problemas com a rede de frio. E são exatamente essas perdas que com algumas medidas poderiam ser mitigadas.

A conservação adequada e o monitoramento de temperaturas, que muitas vezes ficam em segundo plano nos investimentos governamentais, são itens imprescindíveis dentro deste contexto. Uma pesquisa de amostragem realizada na região metropolitana de Fortaleza (CE) relacionou os elevados índices de desperdício aos desvios na temperatura. Parece irônico, mas, a grande maioria das perdas, foi por congelamento das vacinas, que deveriam ficar na faixa de 3ºC a 7ºC, deixando os últimos graus (2ºC e 8ºC) como a faixa limite para resolver eventuais problemas. E o que poucos têm noção é que o investimento necessário para um monitoramento 24 horas de temperaturas, por exemplo, não ultrapassa 1% dos valores correspondentes aos insumos armazenados em estoque, mas em contrapartida, permitem reduzir ou até mesmo eliminar o índice de perdas físicas, que chega a ser 5% deste mesmo total.

Infelizmente o cenário no armazenamento de vacinas é de precariedade. Geladeiras tradicionais ainda são amplamente utilizadas para essa finalidade, sendo que o controle térmico desses equipamentos não é nada preciso, sem falar que em muitos destes locais, como não existe se quer um único termômetro para medição, não há nenhuma anotação a respeito da situação de armazenamento. Isso é ainda mais contraditório pelo fato da Anvisa já ter recomendado a descontinuidade dessa aplicação e a substituição dos refrigeradores pelas câmaras de conservação. Desenvolvidas exatamente para isso, as câmaras possuem diversos sensores para fixar temperaturas exatas, representando um considerável avanço de estabilização térmica de produtos críticos para a saúde. Além disso, as mais modernas do mercado possuem painéis eletrônicos, que de forma simples e intuitiva para o usuário, permitem executar inúmeras funcionalidades capazes de aprimorar e facilitar as atividades e ainda estabelecer um controle técnico assertivo. No caso de falta de energia, a tecnologia das câmaras permite a manutenção da temperatura evitando a perda do material armazenado.

Além disso, hoje em dia é possível contar com tecnologias que monitoram minuto a minuto a temperatura e disparam alertas no momento certo, ou seja, quando a temperatura ultrapassar a mínima ou a máxima configurada pela equipe de saúde. São sistemas ou serviços simples que ajudam a monitorar as vacinas, a energia e também os equipamentos, em caso de falhas. Com o registo manual, por exemplo, não é possível ter a mínima ideia do que acontece dentro do centro, nos finais de semana e feriados. E parece que, são exatamente nestes dias, quando ninguém está olhando, que ocorrem os problemas. A vantagem é que, com o apoio da tecnologia, mesmo à distância, seja ou não dia de folga, consegue-se viabilizar um procedimento emergencial. Isso é possível, graças ao monitoramento contínuo e Internet das Coisas (IoT), que traz um panorama de cada câmara, 24 horas, todos os dias da semana, assegurando assim a confiabilidade do sistema e garantindo que os responsáveis sejam comunicados imediatamente após a identificação de algum problema.

Ao contrário do que muitos pensam, a saída para o desperdício que está ocorrendo não é a compra de novos lotes de vacinas. É claro, que em alguns momentos isso é necessário, mas se não tivermos a consciência dos cuidados que envolvem o armazenamento e direcionar os esforços para o correto armazenamento, nada adiantará. Investir em tecnologia assegura não só a integridade das vacinas, a economia de recursos, mas principalmente a vida de milhões de pessoas. Em um cenário tão complexo e adverso direcionar recursos para monitoramento a distância é um bom caminho na redução das indesejáveis perdas de insumos.

Douglas Pesavento é CEO e Co-founder da Sensorweb, startup que desenvolve soluções em Internet das Coisas (IoT) para a Saúde e é responsável pela unidade de conectividade da FANEM.