Tecnologia nas cidades: a importância da parceria público-privada em prol da segurança – Por Ricardo Luiz

Em tempos de humanização de processos, o conceito de economia colaborativa ganha mais força diariamente. De acordo com um estudo elaborado pela IE Business School, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Economia e Competitividade espanhol, o Brasil é líder na América Latina em iniciativas colaborativas. Dentre as companhias analisadas, 32% foram fundadas em território nacional, número superior aos 13% da Argentina e do México e do Peru, ambos com 11%.

As ações têm o intuito de aproximar a sociedade, colocando-a como parte da solução de problemas políticos e sociais. Com a evolução da tecnologia e o crescente número de aparelhos conectados à internet os empreendedores passaram a perceber que é preciso contribuir com o entorno da sociedade e que a inovação pode ser a maior aliada.

O uso constante de Big Data, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) aproxima as empresas das pessoas, desde a possibilidade de locação de um imóvel até a solicitação de um veículo particular, com motorista. Dessa maneira, a sociedade passa a atuar cada vez mais em conjunto, valorizando o acesso ao invés da posse.

Uma das maiores preocupações da população, governo e empresas é o elevado índice de criminalidade do país. Segundo a pesquisa Better Life Initiative, divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 8% da população brasileira já foi vítima de assalto nos últimos 12 meses. O número é o dobro da média mundial.

Acompanhando o ritmo ditado pelas inovações trazidas pela tecnologia, empresas buscam e desenvolvem cada vez mais ações em prol de um bem comum. É dessa forma que a economia colaborativa abriu caminho para soluções de segurança colaborativa. Nelas, a população pode contribuir ativamente para a redução dos índices de criminalidade por meio do uso de dispositivos conectados, que permitem, não só o monitoramento, mas a rápida execução de medidas. O uso da tecnologia em larga escala, visando colaborar com os cidadãos, compõe o conceito de smart city (cidade inteligente).

Singapura (Ásia), Masdar (Abu Dhabi) e Songdo (Coreia do Sul) foram as três primeiras smart cities do mundo. Por definição, são cidades evoluídas e tecnológicas, que aplicam o uso dessa inovação a favor da população, atuando com fontes renováveis de energia, água reutilizável, transporte sustentável e, claro, segurança colaborativa, proporcionada por meio de câmeras inteligentes que são conectadas com plataformas na nuvem, possibilitando maior armazenamento e disponibilidade dos arquivos. No Brasil, o projeto Smart City Laguna pretende criar, no Ceará, a primeira cidade inteligente do país.

Cada vez mais empresas e governos se unem em benefício da sociedade. Projetos que visam a segurança colaborativa já são realidade e dependem do cidadão para seu pleno funcionamento. Para garantir um modelo sustentável, é preciso que o tripé da segurança seja definido e suportado em todos os lados. Dessa maneira, é possível transformar índices de violência em dados do passado, e não mais numa descrição de um presente alarmante.

Ricardo Luiz é Gerente de Negócios da Tecvoz, empresa de tecnologia referência no mercado de Circuito Fechado de TV (CFTV).

Tecvoz doa 500 câmeras para projeto City Câmera, da Prefeitura de São Paulo

A segurança é uma das principais preocupações de gestores públicos e da população no geral, principalmente em uma cidade como São Paulo, que registrou aumento de 2,6% em roubos só de janeiro a abril desse ano ante o mesmo período de 2016, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). O projeto City Câmera, que faz parte da iniciativa Cidade Segura da Prefeitura da capital, tem como objetivo inibir a ação de criminosos e promover a segurança com a instalação de 10 mil câmeras em toda a cidade.

A Tecvoz, referência no mercado de Circuito Fechado de TV (CFTV), doou 500 câmeras para o projeto, sendo 300 destinadas ao bairro do Brás e 200 para a vigilância de monumentos na cidade. Além dos equipamentos, a empresa também disponibilizou seu sistema de gravação que permite acessar as imagens por meio de plataforma que funciona em cloud, o Tecvoz Nuvem.

“Acreditamos no City Câmera como uma iniciativa que pode revolucionar a segurança na cidade de São Paulo, afinal a Tecvoz trabalha desde 2002 com tecnologia e desenvolvimento de equipamentos que são aliados no combate à criminalidade”, comenta Ricardo Luiz, consultor comercial da Tecvoz. “A proposta do projeto é integrar câmeras públicas e privadas, instaladas pela população em suas casas e comércios para chegar ao número de 10 mil equipamentos. Com a doação dos 500 aparelhos buscamos fortalecer a iniciativa, e as instalações já estão a todo vapor”, explica o executivo.

Vigilância Solidária

O potencial do monitoramento compartilhado fez com que a Tecvoz aplicasse o conceito à sua rede de franquias que leva o nome de Vigilância Solidária. Com dois modelos, um com loja física e outro que possibilita ao franqueado utilizar a plataforma de sua própria casa, chamados VS Store e VS Home, respectivamente, o empreendedor fica responsável pela gestão das câmeras instaladas pelo bairro, recebendo um pagamento mensal dos moradores para ter o acesso às gravações.