Scrum ou PMBOK, qual o melhor para minha empresa?

Os projetos podem ser definidos como um conjunto de ações temporárias com o objetivo de criar um produto, serviço ou algum tipo de resultado único. Ele é tido como temporário, pois tem um início e fim definidos. Além disso, é considerado único já que não se trata de uma operação de rotina, mas um conjunto específico de operações destinadas a atingir um objetivo específico.

Como tudo na vida, um projeto precisa de organização e parâmetros. Por isso, existem algumas práticas que definem a melhor forma de conduzir um trabalho, ou seja, o projeto. Duas dessas formas são o SCRUM e o PMBOK. Vamos ao conceito de cada um.

SCRUM

O Scrum é uma metodologia ágil usada para a gestão dinâmica de projetos. Ele é uma ferramenta que permite controlar as atividades, potencializando as equipes que trabalham em prol de um objetivo em comum. Nessa metodologia, os projetos são divididos em ciclos (Sprints). Esse último representa um Time Box dentro do qual um conjunto de atividade deve ser executado. As metodologias ágeis de desenvolvimento dividem o trabalho em iterações, que são chamadas de Sprints no caso do Scrum. Esta metodologia é essencial para muitas empresas atualmente, porque não apenas facilita a definição de objetivos, como também ajuda a cumprir os prazos estabelecidos.

PMBOK

O guia para o conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos (PMBOK) pode ser considerada como um divisor de águas na história da gestão de projetos. De autoria do Project Management Institute (PMI) tem por objetivo abranger os principais aspectos contidos no gerenciamento de um projeto. O PMBOK faz uma padronização que identifica e conceitua processos, áreas de conhecimento, ferramentas e técnicas. Não é considerado uma metodologia, mas como já dito, um guia com as melhores práticas para atingir o bom desenvolvimento de um projeto.

Mas quando e qual a melhor forma de utilizar cada um no meu projeto?

Isso vai depender do escopo e do tamanho do seu projeto. Mas, antes de responder essa pergunta, vamos falar um pouco sobre o conceito de escopo.

O escopo descreve todos os seus produtos de um projeto, bem como, os serviços necessários para realizá-los e os resultados finais esperados. Além disso, o escopo descreve o que é preciso fazer para que alcance os objetivos. O escopo de um projeto divide-se em escopo do produto (descreve as características do produto final) e escopo do projeto (descreve o trabalho necessário para que seja entregue com as características especificadas). Em outras palavras, o escopo possui a abrangência das atividades do projeto e lista dos produtos ou entregas a serem fornecidos.

A administração do Escopo compreende o planejamento, a execução e o controle dos produtos ou entregáveis do projeto, ou seja, a administração do escopo define até onde o trabalho vai. O processo de planejar o escopo é feito em duas etapas: declaração (enunciado sucinto dos produtos que serão fornecidos) e detalhamento (relação minuciosa dos produtos que serão fornecidos).

Agora que já temos um embasamento sobre escopo, podemos responder quando utilizar o SCRUM ou o PMBOK de acordo com o tamanho e o tipo de escopo que tem o seu projeto.

Quando se fala em gestão de projetos , a referência não se atém apenas ao controle das ações e gerenciamento das equipes dentro de uma empresa, mas vai além, pois consiste em planejar, definir metas, acompanhar, dar suporte a equipe, mapear performances e identificar quais são os pontos que podem melhorar durante a execução do processo. A boa gestão de projetos depende da implantação de uma metodologia consistente de gerenciamento, metodologia essa que pode influenciar positivamente todos os setores da empresa, gerando resultados satisfatórios em todos os níveis organizacionais.

Mas, qual a melhor ferramenta de gestão para eu aplicar em minha empresa? Isso vai depender da sua realidade, do seu ramo de negócio e de vários outros aspectos. Sendo assim, quem pode responder qual a melhor ferramenta de gestão de projetos é o próprio gestor. A empresa deve definir sua metodologia, independente da escola (SCRUM ou PMBOK) e adotar as ferramentas que julgar importantes.

Fonte: netproject

As sete dimensões na seleção de projetos

Por David Vicentin

Um dos momentos mais importantes para as organizações é o momento de identificação dos potenciais projetos que serão realizados nas ondas de melhoria contínua. Nesta fase, há uma grande expectativa de quais ideias serão transformadas em projeto e influenciarão positivamente nos lucros da organização.

A verdade é que cada organização, principalmente em função do estágio de maturidade em que se encontra, desenvolveu um método para identificar e priorizar os projetos. Algumas empresas com processos mais estruturados do que outras mas todas com um objetivo comum: Selecionar Projeto que tragam Resultados.

Ao longo de anos de consultoria identificamos 7 dimensões chaves que permitirão que as ideias se transformem em grandes resultados positivos. Hábito, Momento, Propósito, Importância, Trade-Off, Alcançável e Perseverança são as 7 dimensões que serão apresentadas a seguir e permitirão que o leitor as aplique em sua empresa e atinja grandes resultados.

HÁBITO

A identificação das oportunidades deve ser uma prática diária. As oportunidades de novos projetos aparecem em todos os momentos, sejam momentos de insatisfação ou de insight. Tenha em mente que mesmo pequenas oportunidades podem se transformar em grandes projetos e encantar os mais exigentes clientes. O Hábito de identificar as oportunidades para melhorias que otimizem os processos, reduzam custo, aumentem valor ou melhorem o relacionamento com o cliente permite criar uma grande lista de oportunidades que poderão se converter em grandes resultados.

Boa Prática: A boa prática é manter os registros de todas as oportunidades que surgem. Pequenas e grandes ideias podem ser registradas em bancos de dados ou formulários, eletrônicos ou de papel, para que possam ser utilizadas no momento de priorização de ideias.

MOMENTO

A seleção das oportunidades está intimamente associada ao momento em que a organização está. Se for um momento de prosperidade, as ideias serão focadas em crescimento e expansão. Por outro lado se o momento é de crise e austeridade as ideias estarão focadas em contenção, redução e otimização de recursos.

Boa prática: Selecione ideias que foquem tanto na expansão quanto na otimização de recursos. Use checklists para garantir que as ideias contemplem todas as oportunidades da organização.

PROPÓSITO

O propósito escolhido também influencia na geração e seleção das ideias. Se o foco é resolver problemas, os projetos focarão em reclamações e não conformidades previamente identificadas. Por outro lado se os projetos estiverem focados em melhoria organizacional as ideias focarão em estrutura, mudanças no processo e conceitos de novos negócios.

Boa Prática: Possua processos estruturados que permitam identificar as necessidades dos clientes, processos e negócio e classifique as ideias em seus grupos correspondentes, garantindo um equilíbrio entre as iniciativas.

IMPORTÂNCIA

O sentimento de importância é um dos sentimentos mais valiosos que as organizações podem desejar. Ele não pode ser comprado nem imposto, mas pode ser conquistado diariamente. Quando as pessoas se sentem importantes e parte do processo, elas se apropriam da ideia e se empenham para transformar o objetivo em realidade. Permita que as pessoas envolvidas se sintam parte da ideia desde seu nascimento, desenvolvimento, implementação e monitoramento.

Boa prática: Envolva as pessoas de outras áreas e permita que elas contribuam com a sua ideia. Faça a ideia evoluir do “minha ideia” para “nossa ideia” e consequentemente “nosso projeto”.

TRADE-OFF

A realização de projetos está condicionada também à relação entre “o que se ganha, e o que se perde” denominada trade-off. É muito importante conhecer esta relação no momento de seleção de projetos e para isto devemos saber claramente quais são os benefícios e o esforço necessário para alcançar o resultado. Escolher fazer um projeto pode significar ganhar mais qualidade nos produtos e serviços e consequentemente maior vendas em detrimento de algum investimento de tempo para realizar os projetos.

Boa Prática: No momento de priorização, reúna um time multifuncional para quantificar o esforço e impacto. Transforme estas informações em unidades comparáveis como tempo e valores financeiros para facilitar a tomada de decisão.

ALCANÇÁVEL

Todos os projetos precisam de recursos para que sejam realizados. Os recursos podem ser algumas vezes adquiridos e outras vezes estão disponíveis dentro da organização. Podem ser recursos financeiros, físicos ou humanos para que transformem a ideia em realidade. Entretanto não é incomum ver situações de escassez ou restrição de recursos para se investir na ideia. O projeto precisa ser alcançável, ou seja, é fundamental começar o projeto com a visibilidade de que há recursos para desenvolvê-lo e que o grupo acredita ser possível. Caso contrário este projeto tente ao fracasso e não avançará.

Boa Prática: É muito importante que os grupos envolvidos pensem em diferentes possibilidades e estratégias para conduzir o projeto. Criar cenários e realizar o projeto em fases auxiliará muito no processo de dimensionamento de recursos necessários e permitirá conduzir o projeto.

PERSEVERANÇA

Perseverança, vontade e paixão são alguns dos sentimentos que fazem os grupos de projetos seguir em frente. Sabemos que há projetos de diferentes complexidades e que poderão exigir alguma competência ainda em desenvolvimento da equipe mas a perseverança é o elemento que vai fazê-los vencer e superar as barreiras para alcançarem os resultados.

Boa Prática: Celebrar conquistas, compartilhar os projetos realizados e formar novos grupos a partir destas pessoas, criará uma organização positiva e equipes focadas no resultado.

David Vicentin – Gerente de Excelência de Negócios do Setec Consulting Group. Mestrando em Finanças e Economia pela Fudação Getúlio Vargas, Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e Master em PNL pela SBPNL. Atua há 10 anos como Master Black Belt, liderando Projetos de Excelência Operacional com foco em aumento de valor, redução de custos, aumento da qualidade e produtividade em diversos países da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia.