EDP Energy Starter: startups podem inscrever soluções para acelerar o futuro da energia até 24/09

Startups e empresas tecnológicas de rápido crescimento (scaleups) que tenham soluções para acelerar o desenvolvimento de áreas estratégicas para o futuro da energia têm até o próximo domingo, 24 de setembro, para se inscrever no Energy Starter, programa global de inovação colaborativa da EDP. Este primeiro módulo é dedicado às Redes do Futuro e as inscrições podem ser feitas pelo site do Energy Starter.
 

Após o período de avaliação, que inclui um pitch online, as empresas selecionadas no primeiro módulo serão levadas para participar de um bootcamp em Santander, na Espanha, entre 28 e 30 de novembro, quando terão a oportunidade de apresentar suas ideias e discuti-las com especialistas da EDP de diferentes unidades de negócio e geografias para definir o escopo de projetos-piloto e as soluções de negócios a serem testadas.
 

Ao longo das últimas sete edições do Energy Starter, a EDP fechou parcerias com 183 startups de 27 países, desenvolvendo em conjunto 70 projetos-piloto e 27 rollouts (integração de um novo produto ou serviço no mercado) que já começaram a remodelar o panorama energético – projetos que envolveram um investimento total de 23 milhões de euros. Estes dados reforçam a atuação da EDP na promoção da inovação por meio da colaboração estratégica e reafirmam o compromisso da empresa em desenvolver tecnologias sustentáveis que promovam um futuro energético mais sustentável e eficiente.
 

As startups que participarem do programa terão, também, contato com um grupo de mentores e especialistas que, além de apoiarem o desenvolvimento de testes em conjunto com a EDP, darão feedback para aperfeiçoar produtos e serviços. Além disso, terão acesso a potenciais apoios financeiros e à experiência e networking da EDP Ventures, o veículo de investimento em startups da EDP que já investiu mais de R$ 300 milhões em startups ao redor do mundo.

 
Redes do futuro: um módulo, seis grandes desafios

Nesta primeira fase, a EDP procura ativamente empresas e soluções que contribuam para a empresa inovar em desafios da distribuição de energia e redes do futuro, desde a produção até o consumidor final. A ideia é mapear e investir esforços em soluções com startups e scaleups nesta área, não só pensando em modernizar infraestruturas existentes como também explorar novas vias de crescimento. Os projetos devem responder a desafios relacionados, principalmente, a Gestão da Vegetação, Gestão de Ativos, Flexibilidade da Rede, Segurança e Saúde, Impacto Ambiental e Jornada do Cliente 2.0.
 

As redes elétricas são uma área de crescimento estratégico para a EDP, com previsão de um investimento global de cerca de 4 bilhões de euros (representando 15% do investimento bruto total de 25 bilhões de euros) entre 2023-2026, de acordo com o último Plano de Negócios divulgado pela empresa.

Como compensar a demanda de pico para conter os custos com energia

Por Roberto Castaldini, especialista em ofertas globais para soluções de energia inteligentes na linha de negócios de AC Power da Vertiv

À medida que o equilíbrio entre a oferta e a demanda de eletricidade se torna globalmente mais urgente para provedores, muitos implementam estratégias para o gerenciamento de energia e para o gerenciamento da demanda de forma a aliviar a pressão em seus sistemas.

Hoje, o recurso de corte de pico (peak shifting) em uma Fonte de Alimentação de Energia Ininterrupta (UPS) é um recurso valioso que possibilita aos usuários melhor gerenciar o consumo de energia quando a demanda por eletricidade está em seu ponto máximo. Ao armazenar energia temporariamente durante horas que não são de pico e liberá-la durante as horas de pico, os usuários reduzem a pressão na rede elétrica e ajudam a equilibrar a oferta e a demanda. Essa transferência resulta em economia nos custos para o usuario já que a eletricidade é normalmente mais cara durante os horários de pico.

Equilibrando a Oferta e a Demanda: Estratégias para Atender às Cargas de Pico Elétricas

A demanda por energia varia entre o ponto máximo de carga no sistema (carga de pico) e o mínimo (carga de base). Para atender a essa demanda, os operadores de rede dependem de uma combinação de recursos e de estratégias. Uma abordagem tradicional é usar uma combinação de centrais elétricas não programáveis e geração despachável, a qual pode ajustar a sua saída para se igualar à demanda. Outras opções para equilibrar a oferta e a demanda incluem contratos de longo prazo para eletricidade, uso do mercado de energia de compra pontual de eletricidade e a redução geral no consumo.

Um eventual aumento na demanda de pico pode ser equilibrado por um aumento correspondente no fornecimento de energia, graças à construção de geração, linhas de transmissão e redes de distribuição adicionais. Um método alternativo pode ser reduzir a energia pelo lado da demanda através de uma redução na carga e caminhar para ter períodos de picos menores.

Há diversas estratégias nas instalações de produção e de distribuição para reduzir o consumo e os custos da energia ao mesmo tempo em que se atende aos objetivos de sustentabilidade. Dois exemplos são o corte de pico e a resposta à demanda.

É importante compreender que a maioria das contas de energia elétrica são divididas em dois componentes principais: custos básicos de energia para o consumo geral durante o período de faturamento e custos de demanda para o uso máximo ou demanda de pico. Os clientes pagam pela eletricidade de duas formas: consumo medido em quilowatt-hora (kWh) e demanda medida em quilowatts (kW). Os clientes residenciais normalmente só pagam pelo consumo, enquanto os clientes comerciais muitas vezes têm um índice de demanda e pagam tanto pelo gerenciamento de demanda e pelo consumo.

Além disso, os operadores da rede elétrica podem cobrar taxas de demanda para cobrir os custos de transmissão. Essas taxas de demanda podem ser uma parte significativa da conta, oscilando entre 30 e 70% e variam dependendo da estação do ano e da hora do dia. Elas tendem a ser maiores no verão e no período diurno. Os clientes são cobrados pelos custos de demanda com base no seu maior uso registrado, também chamado demanda de pico.

Os preços das tarifas de eletricidade que os usuários finais pagam dependem da estação do ano e do período do dia em que a energia é usada. São normalmente tarifas diferentes que correspondem aos diferentes períodos:

  • No Pico (preço mais alto)
  • Semi-pico (preço baixo)
  • Fora de Pico (preço mais baixo)

É possível reduzir ou eliminar as caras demandas de pico com uma combinação de energia solar e armazenamento de energia realizado por inteligência artificial que carrega as baterias quando há sol e descarrega a energia armazenada durante os horários de pico do consumo de energia.

A energia solar com baterias é tida como a melhor maneira de reduzir os picos. Outros métodos como geradores a diesel ou desligamento manual de equipamentos têm importantes desvantagens. Por outro lado, sistemas de armazenamento de energia por baterias não geram ruído nem poluição, não necessitam de pessoal para operá-los e não têm impacto sobre as atividades empresariais. Além disso, elas viabilizam a energia solar para mais clientes, gerando economias adicionais.

Gerenciando os Custos da Demanda de Pico

É possível reduzir os custos de demanda controlando ou reduzindo o uso da eletricidade durante períodos de pico de demanda conforme definidos pela concessionária. Isso pode ser alcançado através de um processo chamado de corte de pico, que envolve reduzir temporariamente o consumo de energia por um curto período de tempo para evitar as despesas no pico. Isso pode ser feito através do deslastre de carga (load shedding), que envolve excluir determinadas cargas durantes períodos picos máximos de demanda, ou através da adição de capacidade, o que envolve adicionar geração no site para aumentar a energia disponível sem aumentar a demanda. Por outro lado, o deslocamento de carga (load shifting) envolve uma redução de curto prazo no consumo de energia seguida por um aumento na produção depois quando os preços da eletricidade ou a demanda da rede forem menores.

Além da economia nos custos, esta tecnologia pode apresentar oportunidades para a geração de receita através de programas que respondam à demanda nos países onde as concessionárias oferecem aos clientes incentivos para que reduzam sua demanda durante períodos de condições críticas do sistema ou em situações com altos custos para o mercado de eletricidade. Os usuários recebem uma compensação para reduzir o uso de eletricidade não essencial ou para ligar a carga elétrica em um horário diferente.

Solução para a crise energética na Europa

Por Sergio Marques, fundador da H2B Energy

A crise energética na Europa tem sido um desafio desde o início da guerra na Ucrânia, já que o país é um dos principais transportadores de gás natural da Rússia. Com a interrupção no fornecimento, houve escassez e aumento nos preços da energia. A União Europeia está buscando fontes alternativas de energia para reduzir a dependência da Rússia e a crise econômica global está afetando a capacidade dos países europeus de lidar com a questão. Isso está acelerando a transição energética, oferecendo oportunidades para empresas investirem em fontes de energia renováveis.

Uma dessas fontes é o hidrogênio em forma de amônia verde. É um sistema mais rápido, que faz com que a matéria-prima seja transportada a menos 23 graus, com uma densidade muito maior, e que já possui tecnologia e logística suficiente para tal. Além disso, para produzir a amônia verde, é necessária muita energia. Por isso, esse ativo, hoje, na Europa tem sido cotado a preços que chegam a U$ 1.300,00 a tonelada, quatro vezes mais o valor que era cobrado em 2021. 

O hidrogênio verde é produzido através da eletrólise da água e com o uso de energias renováveis, como a eólica e a energia solar. Ele pode ser utilizado em diversas aplicações, incluindo geração de energia, veículos movidos a hidrogênio, armazenamento de energia e produção de material. Além disso, ele não emite dióxido de carbono ou outros gases nocivos para a atmosfera, tornando-o uma alternativa atrativa às fontes tradicionais de energia. É uma tecnologia emergente, mas já está sendo utilizada em diversos países do mundo. 

Ao exportar a amônia verde colaboramos para a difusão desse tipo de energia produzida a partir do hidrogênio verde. A Europa precisa de novas matrizes, devido à guerra da Ucrânia com a redução drástica do fornecimento de gás pela Rússia, além do processo de descarbonização, que é um tema muito caro para eles como sociedade. Nesse aspecto, o mercado europeu está muito propenso a comprar a nossa amônia verde, que é limpa, sustentável e certificada. 

O mercado de hidrogênio verde vai cair nas mãos dos geradores e distribuidores de energia, por ser um processo muito mais eletrointensivo do que químico. Esse é um dos motivos que faz com que a questão da transição energética esteja em um ritmo acelerado. O Brasil é um país com potencial imenso para ser um dos maiores nesse setor.

O hidrogênio verde é a solução de um dos maiores desafios do mundo atual: a crise energética. Com tecnologia inovadora e dedicação à transição energética, o Brasil tem potencial para ser protagonista na construção de um futuro mais sustentável e equilibrado para todos.

Array STI Norland amplia operações com novo escritório em São Paulo

Com um crescimento considerável a cada ano desde o início das operações no Brasil em 2015, a Array STI Norland – agora parte da Array Technologies, multinacional e uma das empresas líderes no setor de rastreadores solares- , acaba de inaugurar um novo espaço de trabalho para seus colaboradores. Localizado no bairro de Pinheiros e próximo ao prédio atual da empresa, esse novo anexo tem por objetivo criar uma melhor distribuição dos espaços de trabalho, proporcionando mais conforto no ambiente corporativo.

“Estamos tendo um aumento considerável no número de projetos, por conta da alta demanda de energias renováveis como fonte energética, sendo a solar uma das mais procuradas. Essa transição para um espaço maior se deu graças ao constante crescimento; não só o varejo, como vários outros setores da economia que estão enxergando a energia solar como uma solução viável e benéfica em todos os sentidos. Com esse novo espaço, o time poderá ter mais sinergia e produtividade, além de se desenvolver cada vez mais”, comenta Vinicius Gibrail, Diretor Geral da Array STI Norland no Brasil.

Atualmente, a Array tem 83 colaboradores no escritório de São Paulo e conta com cerca de 170, no geral, entre obras, pessoas alocadas na fábrica e no escritório do Brasil. Segundo Gibrail, a expectativa é expandir ainda mais as operações e consequentemente abrir novas oportunidades de trabalho. 
 

Com sete anos em operação no Brasil, a Array já soma mais de 100 projetos no país e, atualmente, a maior parte deles está concentrada no Sudeste e Nordeste do país. Ainda assim, seus rastreadores já estão instalados em usinas por todo o Brasil, visto que nacionalmente o país vem avançando na ampliação da geração solar, sendo o modelo STI-H250, o produto mais requisitado da empresa por conta de fatores como o seu desempenho e o LCOE, ou Custo Nivelado de Energia.

Geração de energia renovável bateu recorde em 2022, aponta CCEE

Usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa foram responsáveis por 92% do total de eletricidade produzida pelo país, maior porcentual dos últimos 10 anos

O ano de 2022 foi marcado pelo avanço da energia renovável no Brasil. O país ultrapassou o marco de 92% de participação de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total gerado pelo Sistema Interligado Nacional — SIN, o maior percentual dos últimos 10 anos.

O levantamento é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica — CCEE mostra que as fontes produziram quase 62 mil megawatts médios de energia, um reflexo do cenário hídrico climático mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios de água, e da expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol.

“Este é o resultado de uma matriz energética diversificada, característica que nos coloca à frente de quase todos os outros países. Além de ser um ganho imensurável para o meio ambiente, essa característica nos traz uma série de oportunidades em novos mercados, como o de créditos de carbono e de hidrogênio renovável, que vão gerar benefícios para a sociedade nos próximos anos”, avalia Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

A geração solar centralizada teve o maior aumento em 2022, de 64,3% na comparação com o ano anterior. Ao todo foram produzidos mais de 1,4 mil MW médios. A chegada de 88 novas fazendas solares ao Sistema Interligado Nacional — SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de representatividade na matriz nacional.

Com relação à geração hidráulica, as chuvas de 2022 contribuíram para um aumento de 17,1% na produção das hidrelétricas, para 48 mil MW médios. A reversão do cenário crítico de 2021 deixa o país em uma situação muito mais confortável para 2023. Hoje a capacidade instalada desta fonte é de 116.332 MW.

A geração eólica cresceu 12,6% no comparativo anual, fornecendo à rede elétrica mais de 9 mil megawatts médios. Hoje o país conta com 891 parques eólicos, que juntos somam mais de 25 mil megawatts de capacidade instalada.

A produção de energia a partir da biomassa, que tem como principal matéria-prima o bagaço da cana-de-açúcar, registrou um leve aumento de 0,3%, entregando ao sistema quase 3 mil MW médios em 2022. Atualmente existem 321 usinas deste tipo, com capacidade instalada total de 14.927 MW.

Grupo Energisa anuncia investimentos de mais de R$6 bilhões para 2023

Montante é o maior da história do Grupo em um único ano

Distribuição mantém ritmo de aportes e é base para o crescimento dos demais negócios

O Grupo Energisa anunciou nesta terça-feira, 31 de janeiro, investimentos na ordem de R$ 6 bilhões em 2023, reforçando a estratégia de crescimento e diversificação do portfólio da Empresa. O valor é quase 10% superior ao planejado para 2022, além de ser o maior volume da história do Grupo para um ciclo anual.

“Estamos criando um ecossistema completo de soluções energéticas. Fornecemos serviços essenciais para mais de 20 milhões de pessoas em 862 municípios de todas as regiões do Brasil, mantendo no centro da nossa proposta de valor os serviços regulados de distribuição e transmissão, que asseguram confiabilidade, universalização e acesso à energia elétrica para todos. Ao mesmo tempo, nosso crescimento também prevê a diversificação do portfólio, contemplando a geração distribuída, geração e comercialização de energia para o mercado livre e serviços de valor agregado ofertados através da (re)energisa”, declara Ricardo Botelho, CEO do Grupo Energisa.

A Distribuição, base de negócio do Grupo, irá destinar seus investimentos na expansão de redes e ligação de novas unidades consumidoras, melhoria da qualidade e da prestação de serviço para os clientes, adequação às exigências regulatórias, bem como ampliar o acesso à energia a regiões mais remotas do Brasil, através dos programas ‘Mais Luz para Amazônia’ e ‘Luz para Todos’. Entre as distribuidoras, o destaque fica por conta da Energisa Mato Grosso, que irá receber mais de R$ 900 milhões, impulsionado, principalmente, pelas demandas do agronegócio no Estado.

A (re) energisa responderá por R$ 1,1 bilhão de investimentos destinados à produção de energia renovável, serviços de valor agregado e demais soluções energéticas, tais como tecnologias de armazenamento em baterias, para comercialização para clientes pessoas físicas e jurídica em diversas regiões do país. “O Grupo Energisa está pronto para atender as mais diversas necessidades dos nossos clientes por serviços energéticos e comercialização de energia elétrica capitalizando em nossa experiencia centenária no setor”, complementa Botelho.

Energy Hub inaugura sede no Rio de Janeiro

Carlos Junior, CEO e fundador do Grupo de Inovação e Investimentos Sai do Papel

orkshop mundial do Programa de Aceleração Regional do MIT (Reap MIT). O evento terá muito networking e conexão, e terá um painel sobre Inovação na Energia e Sustentabilidade, com a participação de Felipe Murad, cofundador da MindSim, André Sih, managing partner da Fu2re, Mariana Bressan, diretora-executiva da Heliosfera e Vinícius Oliveira, partner e head of sales do Rio Analytics no painel com moderação de Luiz Mandarino (Sócio da Sai do Papel e Conselheiro Energy Hub).

Durante o evento no próximo dia 01 de fevereiro, às 18h, na Rua Visconde de Pirajá, 54, 3º andar, Ipanema, o Grupo Sai do Papel apresentará o primeiro hub de inovação do Rio de Janeiro multisetorial (que sediará diversos hubs, inclusive o Energy Hub), e será ponto de encontro do ecossistema carioca de startups e inovação.

Em apenas três anos, o Energy Hub tornou-se o maior hub de energia do Brasil. Nascido em 28 de janeiro de 2020, o projeto foi desenhado para ter sede própria e teria seu primeiro evento em 18 de março de 2020, mas a pandemia da Covid 19 dois dias antes fez um lock down e o primeiro evento do Energy Hub que já estava com 200 pessoas inscritas foi feito online. O Energy Hub foi idealizado pelo fundador do Grupo Sai do Papel, Carlos Júnior, que se inspirou no Mining Hub e convidou Luiz Mandarino, que é especialista no setor, para liderar a implementação, estruturação dos produtos e a conexão com startups, empresas e agentes do setor.

Em seu primeiro ano de existência, o Hub fechou com 18 startups na casa. O modelo deu tão certo que em 2021 já eram 46 startups e, em 2022, o número mais do que dobrou, passou para 115 startups conectadas. “Hoje conectamos todo o ecossistema de Energia, incluindo Óleo e Gás, Energia Elétrica e Energias Renováveis. O Hub é hoje referência no segmento de energia e permite que startups desenvolvam soluções de negócios para empresas de grande porte”, conta Carlos Junior, fundador do Grupo de Inovação e Investimento Sai do Papel.

Luiz Mandarino, sócio do Grupo Sai do Papel e idealizador do Energy Hub Ventures, aposta mais alto e afirma que vamos ter em breve no Brasil alguns unicórnios do segmento de energia: “temos mais de 115 startups de energia no hub, o Brasil é um gigante quando falamos no setor de energia e em soluções para a transição energética, e certamente no futuro seremos ainda mais dominantes neste segmento. Para mim, algumas excelentes candidatas ao posto de unicórnio nos próximos anos estão na mandala do Energy Hub!”

Em 2020 fizemos uma articulação com os atores de inovação do ecossistema do Rio, já naquele ano realizamos desafios de inovação para a TBG e diversas rodadas de negócio de startups com a Enel e a Accenture. E em 2020 e 2021 fomos co-realizadores do II e III Seminário de Inteligência artificial da Indústria do Petróleo com a ABGP.

Ainda em 2021, a Constellation e Neoenergia tornaram-se mantenedores do Energy Hub e, em abril daquele ano, e Luiz Mandarino foi convidado para ser parte do board do MIT Reap Rio. O executivo agregou à iniciativa a força do Energy Hub e do Grupo de Inovação e Investimentos Sai do Papel. Com isso, em 2022, a Sai do Papel e o Energy Hub participaram da operação da III Olimpíada de Inovação em Energia Eletrobras, e da trilha de aceleração do EnergINN, o maior programa do Brasil de formação empreendedora e aceleração de projetos e startups de energia e sustentabilidade. “O propósito do MIT Reap Rio é construir o “Vale do Silício da Energia e Sustentabilidade” no Rio de Janeiro”, comenta o idealizador do Energy Hub.

Em julho de 2022, o Grupo de Inovação e Investimentos Sai do Papel, se uniu a FCJ Venture Builder, que é líder no segmento de venture builder na América Latina, e lançou o Energy Hub Ventures, a primeira corporate venture builder focada 100% em transição energética, sustentabilidade (atuando fortemente na descarbonização) e mobilidade. “Estamos captando R$ 8 milhões para serem investidos em pelo menos 30 startups ao longo de cinco anos, sendo em média 7 startups investidas ano a ano, a maior parte delas vindas do Energy Hub”, enfatiza Mandarino.

Em novembro de 2022, o marco foi o crescimento do Energy Hub Summit, evento organizado pelo Energy Hub dentro do Rio Innovation Week (RIW 2022) e se consolidou como “o evento da Energia” no ecossistema. Com curadoria diferenciada, registrou mais de 150 palestrantes e 70 empresas (EDP, Vibra, Neoenergia, Ouro Nova, Raízen, Comgás, Petrorio, Rio Energy, Ipiranga, Deloitte, MIT REAP Rio, MSW Capital, Subsea 7, Stefanini, Alvarez e Marsal, TCS, Kongsberg, Infotec, ABEEólica, ABSolar, ONIP, FIRJAN, PTI, IBP, Gartner, entre outros) e debateu as pautas mais palpitantes do setor de Energia, por meio do olhar das corporações, empreendedores, universidades, governo e capital de risco. O Energy Hub também realizou o primeiro Master Hack de Energia durante o RIW 2022 e reuniu no evento empresas como Petrobras, Eletrobras, Órigo, Constellation, entre outras.

Com preço 51% menor, mercado livre de energia cresce 17% em 12 meses

Em dezembro de 2022, o custo da energia, um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 277/MWh no mercado regulado e de R$ 135/MWh do mercado livre, uma diferença de 51%

O mercado livre de energia ganhou 4.497 novas unidades consumidoras nos últimos 12 meses encerrados em novembro, crescimento de 17% no período. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia elétrica. Essas unidades consumidoras estão agrupadas em 10.865 consumidores. O custo da energia, um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 277/MWh no mercado regulado, em média, contra R$ 135/MWh do mercado livre em dezembro de 2022, uma diferença de 51%.

Atualmente, somente grandes consumidores de energia podem escolher o fornecedor e os aspectos do fornecimento, como prazos, fonte energética e outras flexibilidades e serviços associados. Eles correspondem a 0,03% de todos os consumidores de energia no Brasil. São Paulo é o estado com a maior quantidade de consumidores livres, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2023, a regulação passou a permitir que qualquer consumidor com demanda acima de 500 kW possa participar do mercado livre de energia. Em janeiro de 2024, novo gatilho regulatório permitirá que qualquer consumidor de energia em alta tensão possa escolher o próprio fornecedor, segundo portaria publicada em setembro passado.

A expectativa da Abraceel é que, ainda em 2023, tanto o Congresso Nacional quanto o Poder Executivo avancem nas ações legais e normativas para conceder o direito de escolher o fornecedor e participar do mercado livre de energia a todos os consumidores de baixa tensão, alinhando o Brasil a 36 países que abriram completamente o mercado elétrico.

ApexBrasil inclui sustentabilidade e energia renovável entre suas prioridades

A sustentabilidade, as mudanças climáticas, energias renováveis e a agenda ESG (meio ambiente, social e governança) estarão entre os princípios norteadores das ações da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), de acordo com diretrizes anunciadas pelo Presidente da Agência, Jorge Viana. 

Na manhã desta terça-feira (10), Viana deu posse à nova diretoria em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da ApexBrasil (CDA), que contou com a presença do Vice-Presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do Ministro de Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira.

Na ocasião, Viana, que é ex-governador do Acre, afirmou que uma de suas metas é trabalhar a geografia das exportações brasileiras. “Se pegarmos as exportações do ano passado, veremos que dos US$ 334 bilhões, US$ 28 bilhões vieram da região Norte e US$ 27 bilhões vieram do Nordeste. Então é a região mais discutida, debatida do mundo, que é a Amazônia, participa com tão pouco nas exportações”, disse em entrevista à imprensa.

Para tanto, o Presidente da ApexBrasil planeja missões pelas 27 unidades da Federação a fim de discutir com os governadores os principais produtos e setores com potencial para o comércio exterior que podem ser trabalhados de forma intensiva. “Cada estado tem dois ou três produtos que precisam ganhar força”, comentou Viana, destacando que o foco será na sustentabilidade do produto exportado a ser promovido. Para ele, antes, os compradores buscavam produção em grande escala e com menor preço, mas, hoje, a busca é por aqueles que produzem de forma sustentável. 

Novo momento

Dentre as pautas elencadas pela nova Diretoria da ApexBrasil, a Agência também concentrará esforços para atrair investimentos voltados para o setor de energia renovável, principalmente para plantas de hidrogênio verde e eólicas onshore e offshore. 

O incremento do diálogo e das relações comerciais com a América Latina, especialmente  Argentina, região do Caribe, América Central e África, também foram apontados por Viana como metas de sua gestão, haja vista a relevância da diplomacia presidencial desenvolvida pelo Presidente Lula. Outro ponto importante é a capacitação e o incentivo à exportação das pequenas e médias empresas, mas sem perder as grandes de vista. “A ApexBrasil não vai fazer tudo isso sozinha, é uma concertação entre o poder federal, o estadual e o municipal, mas temos tudo para aumentar as exportações brasileiras de forma expressiva nos próximos anos”, concluiu.

Durante manifestação à imprensa, o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, Ministro do MDIC, ratificou as novas diretrizes da Agência, reforçando que o governo brasileiro está concentrado em oferecer soluções sustentáveis para o mundo. “O Brasil vai mudar sua imagem global: de um devastador e desmatador da Amazônia para um país onde a questão das mudanças climáticas será central, a transição energética será central, o compromisso com a descarbonização será central e isso vai atrair muito investimento para o Brasil. Assim, haverá oportunidades extraordinárias para o país receber mais investimentos”, ressaltou. 

De acordo com Alckmin, o propósito da ApexBrasil a partir de agora será conquistar mercados, estimular micro e pequenas empresas e agregar valor às commodities hoje exportadas. Tanto Alckmin quanto Viana concordam que é fundamental elaborar minimamente o que hoje é vendido sem manejo e de forma bruta, como grãos, petróleo, minério e outras matérias-primas. A reindustrialização do país gera não só mais renda como mais emprego e desenvolvimento.

Novas diretorias

O Presidente da ApexBrasil deu posse nesta manhã aos novos diretores de Negócios e de Gestão Corporativa. Funcionária de carreira da Agência, Ana Paula Repezza assume a Diretoria de Negócios, que é responsável pela interlocução com os diversos setores produtivos, nacionais e internacionais, com o objetivo de dinamizar as ações e os propósitos das empresas no exterior. Já a Diretoria de Gestão Corporativa ficou a cargo de Floriano Pesaro, sociólogo e político com especialização em gestão pública, e será responsável por processos administrativos e financeiros mais ágeis, efetivos, seguros e transparentes

Por volta das 9h30 desta terça-feira, o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, o Ministro Mauro Vieira, o Presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, e os Diretores Ana Paula Repezza e Floriano Pesaro, cumprimentaram os colaboradores da Agência no subsolo do edifício-sede da entidade. 

Perfis

PRESIDÊNCIA – Jorge Ney Viana Macedo Neves nasceu em Rio Branco, capital do Acre. Formado em Engenheira Florestal pela Universidade de Brasília (UnB), atua como professor do Mestrado do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

Desde a década de 90, esteve envolvido na política do Acre. Seu primeiro mandato foi de prefeito entre 1993 e 1996. Já em 1999, ele assumiu o governo do estado, sendo reeleito e ficando no cargo até 2006. Já em 2011, ele foi senador, cargo que permaneceu até 2019. Em 2013, Viana foi escolhido como primeiro vice-presidente do Senado.

Dentre os projetos que tocou no Senado, ele foi relator do Novo Código Florestal Brasileiro, da Nova Lei de Acesso à Biodiversidade, do Código da Ciência, Tecnologia e Inovação. Suas atribuições como senador incluíram titular da Comissão de Meio Ambiente e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, entre outras missões oficiais no Brasil e no exterior. 

Ao longo da sua carreira, recebeu o prêmio de “Líder para o Novo Milênio” da Revista Times e TV CNN, por nossa atuação na área de meio ambiente. Pelo mesmo motivo, a organização WWF (Wold Wildlife Fund) concedeu o prêmio Gift to the Earth, em 2003.

DIRETORIA DE NEGÓCIOS – Ana Paula Repezza é administradora formada pela UFMG, possui MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela FGV e mestre com foco em Gestão Internacional da Sustentabilidade pela Universidade de Londres. Executiva sênior com ampla experiência em relações governamentais em nível nacional e internacional, estratégia global e iniciativas ESG, tem mais de vinte anos de experiência em assuntos públicos, notadamente em temas relativos à estratégia internacional, política comercial e atração de investimentos estrangeiros, incluindo a representação e a coordenação de posições do Governo Brasileiro em fóruns bilaterais e multilaterais dedicados a esses temas.

Também possui experiência no meio acadêmico, com foco especial em temas de sustentabilidade. Funcionária de carreira da ApexBrasil, ocupou diversos cargos de liderança como Coordenadora de Inteligência Comercial (2007-2008); Coordenadora de Relações com Parceiros; Gerência Geral de Negócios; Gerência de Facilitação de Negócios; Gerência de Estratégia de Mercados. Nos últimos três anos foi Secretária Executiva da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), principal órgão do Comércio Exterior no Brasil.

DIRETORIA DE GESTÃO CORPORATIVA – Graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Floriano Pesaro se especializou em Administração Pública e Liderança pela Escola de Governo de São Paulo, além de ter cursado Especialização em Relações Executivo-Legislativo pela Universidade de Brasília (UnB), Especialização em Governabilidade, Gestão Política e Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e por fim, MBA em Gestão de Negócios, Comércio e Operações Internacionais pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP). 

Pesaro atuou recentemente como Coordenador Executivo do Gabinete de Transição Governamental do Governo Federal (2022-23) e Assessor do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae Nacional. A trajetória pública de Pesaro inclui experiências como Secretário Nacional do Ministério da Educação (1999 – 2002), na elaboração e implantação do Bolsa Escola Federal e o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) em todo o território nacional; Secretário de Estado adjunto da Casa Civil do Governo de São Paulo na implantação da Bolsa Eletrônica de Compras (BEC); Secretário de Estado do Desenvolvimento Social de São Paulo e Secretário Municipal da Assistência Social da capital paulista.

Pesaro ainda exerceu o mandato de deputado federal entre 2014 e 2018 por São Paulo e de vereador da cidade de São Paulo por dois mandatos consecutivos entre 2009 e 2014.

Projetos de Geração Distribuída devem se concentrar na baixa tensão por conta da abertura do Mercado Livre

A GD (Geração Distribuída) ficará ainda mais focada nos consumidores de baixa tensão com a abertura do ACL (Ambiente de Contratação Livre ou Mercado Livre) para toda a alta tensão, prevista para janeiro de 2024, conforme portaria do MME (Ministério de Minas e Energia). Contudo, o novo cenário trará novas oportunidades de negócios para as energias renováveis no Mercado Livre, devido à tendência de os novos consumidores livres optarem pela energia mais limpa e à necessidade de diversificação das fontes energéticas, avalia a Turiya Renováveis, braço de geração de energia renovável do Grupo Indra.


“Com a nova portaria, espera-se que aqueles que não poderiam migrar para o mercado livre, optem por entrar no mercado. Principalmente pela liberdade de escolha e pela possibilidade de negociar os prazos dos contratos. Ou seja, a perspectiva é de que os novos consumidores de alta tensão, que poderão ingressar no mercado livre de energia a partir de 2024, voltem-se mais à migração para o mercado livre do que em permanecer em um sistema de Geração Distribuída”, explica Ingrid Santos, CEO da Turiya. “Desta maneira, a GD estará mais direcionada ainda para o atendimento dos consumidores residenciais e comerciais da baixa tensão, que conseguem contar com um desconto na conta de luz e consumo de energia limpa, sem a necessidade de investimentos em equipamentos.”


É esperado que a demanda máxima de classificação do consumidor especial abaixe, e por essa razão, alguns que já estão no ACL poderão se tornar consumidores livres.


“A nossa avaliação é que haverá uma demanda superior por energias renováveis por conta da maior entrada de consumidores especiais no ACL. Com isso, a tendência é provável que se abram mais oportunidades de investimentos neste tipo de fonte, principalmente devido à necessidade da diversificação energética e busca por incentivo às renováveis”, afirma a CEO da Turiya. Para ela, a tendência é que o consumidor livre opte por energia limpa também em função da competitividade dessas fontes e para alinhamento aos princípios ESG.


O novo cenário também faz com que os players do setor se adaptem às novas necessidades dos consumidores. O Grupo Indra, por exemplo, já se mobilizou para atender todos os tipos de consumidores. Com a Indra Comercializadora de Energia, oferece serviços para consumidores de alta tensão, por meio do mercado livre de energia, enquanto a Turiya Renováveis está focada em consumidores de baixa tensão, que conseguem usufruir dos benefícios da economia por meio da GD.


Com a possível migração de clientes para o ACL a partir de 2024, a Turiya tem ajudado a orientar e esclarecer as dúvidas daqueles que estão nesse processo. A empresa realiza análises aprofundadas a fim de evidenciar qual a melhor opção, permanecer na GD ou migrar para o Mercado Livre de energia.

ANEEL debaterá custeio da geração distribuída por meio da CDE e dos processos tarifários

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) abre nesta quinta-feira (27/10) consulta pública para detalhar como os benefícios tarifários previstos na Lei nº 14.300/2022, o marco legal da geração distribuída (GD) no País, serão contemplados na CDE e nos processos tarifários das distribuidoras. Essa Lei estabeleceu que parte dos custos da GD que antes compunham a estrutura tarifária agora serão repassados para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), tornando necessária a criação de uma quota específica que passará a compor os encargos da tarifa de energia.

Assim, a Agência esclarece que a proposta em consulta pública não se trata de novos custos nem novas obrigações, e sim da adequação dos Procedimentos de Regulação Tarifária (PRORET) à Lei nº 14.300/2022. A forma de custeio desse benefício é que será diferenciada.


O que diz a Lei nº 14.300/2020

A Lei estabeleceu que as conexões de GD já existentes e as que protocolarem solicitação de orçamento de conexão às distribuidoras nos 12 meses após a publicação da Lei (ou seja, até 6/1/2023) têm direito, até o ano de 2045, à compensação de 100% das componentes tarifárias que incidem sobre o consumo compensado pela geração de energia excedente injetada na rede da distribuidora.

Já para as novas conexões (entrantes) de GD a partir de 7/1/2023, os benefícios tarifários serão custeados por meio da CDE. Para esse grupo de novas conexões, contudo, o benefício será gradualmente reduzido até 2030 – ou seja, a CDE deixa de pagar parte dos custos da energia compensada.

Ainda segundo a legislação, também serão custeadas pela CDE, até o ano de 2045, as conexões existentes das distribuidoras de energia elétrica de menor porte, com mercado inferior a 700 GWh/ano.

Conforme a Lei, os custos com a CDE serão rateados entre os consumidores do ambiente regulado.


Regulamentação proposta pela ANEEL

De modo a compartilhar o impacto da política pública, a ANEEL estima que para o ano de 2023 o benefício tarifário dos participantes do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) existentes em distribuidoras com mercado próprio anual inferior a 700 GWh é de R$ 0,1 bilhão. Em relação à estimativa dos entrantes, considerando o pagamento de 15% do componente tarifário TUSD-Fio B no ano de 2023, foi obtida uma estimativa de impacto para a CDE de R$ 1,3 bilhão. Dessa forma, a estimativa atual de custos para a CDE GD em 2023, devido ao benefício tarifário presente no faturamento do SCEE, é de R$ 1,4 bilhão, sem considerar a previsão de crescimento da tarifa (IPCA).

Para adequar o processo tarifário à Lei, a Agência está propondo alterações nos módulos 5 (Encargos Setoriais) e 7 (Estrutura Tarifária) dos PRORET. Entre as principais mudanças destacam-se: a criação da quota CDE GD e sua previsão no orçamento anual da CDE; mudanças na estrutura tarifária; nova forma de contabilização, pela CCEE, das receitas e despesas provenientes da Lei; e o envio de novas informações pelas distribuidoras, de forma sistemática, para dar transparência à parte do custo que a geração distribuída representa no sistema de distribuição.

As mudanças já valem para o próximo ano, tanto no orçamento da CDE como nos processos tarifários das distribuidoras. Para o orçamento de 2023 da CDE, será realizada estimativa do mercado de energia compensada de 2022, a partir do banco de informação de registro das unidades consumidoras com geração distribuída (SISGD) e de estimativa de geração de energia da GD, conforme metodologia da EPE.

Para os exercícios seguintes, os benefícios tarifários custeados pela CDE (para consumidores entrantes e existentes das distribuidoras menores que 700 GWh) serão apurados com os valores dos repasses mensais vigentes fixados nas resoluções homologatórias dos processos tarifários de cada distribuidora, atualizados por IPCA e, no caso dos benefícios tarifários para consumidores entrantes, atualizados pela projeção de capacidade instalada da GD.

A Consulta Pública nº 50/2022 fica aberta de 27/10/2022 a 12/12/2022. As contribuições devem ser feitas por meio do formulário disponível no site da consulta pública e que deve ser enviado pelo e-mail cp50_2022@aneel.gov.br.

Papéis da ANEEL na regulamentação da GD

A ANEEL atua basicamente em três frentes que regulamentam a Lei nº 14.300/2022:

• A sobrecontratação involuntária e a venda de excedentes de energia decorrentes da geração distribuída (art. 21 e 24 da Lei), cuja proposta esteve em debate na Consulta Pública 31/2022 de 2/6 a 18/7/2022;

• Os aspectos econômicos descritos acima e em debate na Consulta Pública nº 50/2022;

• Os aspectos técnicos e de faturamento, os quais serão debatidos no âmbito da revisão da Resolução nº 482/2012, atualmente em instrução na Agência e contemplados no âmbito da Nota Técnica nº 41/2022-SRD/SGT/SRM/SRG/SCG/SMA/SPE/ANEEL.


[1] As concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica com mercado próprio anual inferior a 700 GWh, para o ano de 2023, constam no Despacho nº 1.527, de 8 de junho de 2022. Disponível em https://www2.aneel.gov.br/cedoc/dsp20221527ti.pdf

Fonte: ANEEL

Energisa capta R$ 750 milhões em debêntures vinculadas a metas ESG

Pela primeira vez, uma empresa brasileira do setor elétrico capta recursos atrelados a compromissos de sustentabilidade. A Energisa, que também foi uma das primeiras a ter ações listadas em Bolsa de Valores, na primeira década do século passado, levantou R$ 750 milhões com a emissão dos chamados Sustainability-Linked Bond (SLB). Na prática, os projetos vinculados aos títulos evitarão a emissão de 76 mil toneladas de carbono, é equivalente ao capturado por uma floresta do tamanho de 100 campos de futebol.

O SLB está relacionado ao objetivo 1 dos compromissos ESG da companhia, que busca viabilizar a inserção de fontes renováveis no Brasil com sustentabilidade, segurança energética e confiabilidade na matriz. Inclui projetos de geração distribuída e iniciativas para dar acesso à energia limpa, especialmente em regiões remotas do país. Os compromissos ESG da Energisa foram pautados pelos 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com metas até 2050.

De acordo com Maurício Botelho, CFO da Energisa, a emissão inédita no setor reforça a capacidade da Energisa em dar escala a suas soluções de geração distribuída, como as fazendas solares, e também àquelas que são desenvolvidas para dar acesso à energia em áreas remotas.
 

“Inicialmente, a nossa intenção era ofertar R$ 500 milhões ao mercado. Em interações com investidores, percebemos o grande interesse em títulos vinculados a metas ESG e, justamente por isso, tomamos a decisão de ampliar para R$ 750 milhões. O sucesso da venda mostra que fomos pelo caminho correto”, conta Botelho. “Os compromissos estratégicos ESG que lançamos em junho têm uma agenda que combina metas de negócio com premissas de desenvolvimento sustentável para o país, pautadas pela transição energética, como dar acesso à energia limpa em regiões remotas do Brasil. Mantemos nosso pioneirismo no setor elétrico com essa emissão de debêntures para levar luz a quem precisa, ampliando o acesso a um bem essencial em locais remotos do país”, completa.

“O setor de energia elétrica é relevante no mercado de capitais brasileiro, participando significativamente em volume e nas operações com rotulagem ESG. A Energisa ter inovado assumindo metas de sustentabilidade vinculadas à emissão, contribui de forma material para a agenda ESG. O Bradesco BBI está feliz de ter atuado como líder nessa transação e assessor ESG”, acrescenta Rafael Garcia, head de Renda Fixa do Bradesco BBI. Os coordenadores da oferta são o Bradesco e o Itaú.

Mercado Livre de Energia: como a tecnologia melhora a gestão?

Por Claudio Wagner, executivo de contas da G2, consultoria especializada em SAP Business One

O protagonismo do mercado livre de energia no setor elétrico brasileiro, segue avançando. Agora mais, com a publicação realizada no dia 28 de setembro, no Diário Oficial da União, da Portaria Normativa n° 50/GM/MME, que anunciou a abertura da comercialização da modalidade no país. Certamente, o momento é visto com euforia por parte das empresas ligadas à geração e comercialização de energia. Por sua vez, diante de um cenário promissor de crescimento, torna-se ainda mais fundamental alinhar estratégias operacionais, para se manter ativo na competição desse mercado.

A medida anunciada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) prevê que, a partir de 2024, os consumidores que se enquadrem no Grupo A, independente do seu nível de consumo, poderão comprar energia elétrica de qualquer provedor. Com essa liberação, estima-se que, aproximadamente, 106 mil novas unidades consumidoras empresariais passarão a estar aptas em migrar para essa modalidade.

Precisamos enfatizar que o mercado livre de energia já tem 27 anos de idade. E, diante das grandes oportunidades de expansão com a sua abertura, manter moldes de gestão desatualizados como o uso de planilhas acessórias para gestão empresarial, pode colocar em risco o desempenho da empresa. Tendo isso em vista, não é difícil encontrar diversas opções disponíveis no mercado, que “garantem” dar resultados rápidos após a implementação.

Sobretudo, cabe o alerta: é importante separar o “joio do trigo” na hora de escolher o ERP (Enterprise Resource Planning). Ou seja, antes de aderir uma ferramenta, é necessário levar em conta aspectos essenciais na aquisição que, de fato, irão atender as necessidades da empresa – tais como gerenciamento, módulos de controle de contabilidade, fiscal, vendas, serviços, entre outros.

E, em se tratando do setor de comercialização de energia, cujo qual, tem suas considerações e particularidades, qualifico os pontos mínimos na sua escolha de um verdadeiro ERP.

#1 Cobertura dos processos: o software precisa garantir o máximo de cobertura das operações, aglutinando as funções vitais da organização, evitando a necessidade de complementação por outros sistemas e que preferencialmente evitem a proliferação das “salvadoras da pátria” – as famosas planilhas.

# 2 Atender as funcionalidades críticas: o ERP deve ter a capacidade de integração com sistemas especialistas bem como atividades vitais, como conciliação de serviços bancários. Mas também outras específicas, como encontro de contas, tão normais em operações no mercado livre de energia.

# 3 Escala e desempenho: é crucial que o sistema acomode com folga o potencial de crescimento do mercado livre que agora desponta, atendendo com performance o hoje e o amanhã – tendo em vista a projeção de crescimento de consumidores na escala de centenas de milhares.

# 4 Visibilidade da posição financeira: o preço da energia tem características de oscilação às vezes muito bruscas e importantes – condição inerente à maior ou menor disponibilidade de recurso energético na nossa matriz elétrica brasileira.  Deste modo, ações rápidas e muitas vezes em tempo real, vão precisar ser tomadas, por exemplo, condições de mercado que exijam reação a questões de quebra de contratos ou potenciais inadimplências.

# 5 Extensibilidade e personalização: um sistema que é engessado, inflexível, não atende a dinâmica da modalidade. Por isso, o ERP precisa ter múltiplas camadas de acesso a ele, permitindo flexibilidade para ampliação de funcionalidades e adaptação aos processos específicos da sua empresa. Em palavras mais simples, o sistema precisa ser capaz de se adaptar à sua empresa e não o contrário.

# 6 Capacidade de integração: toda empresa que atua nesse segmento, tem o seu sistema especializado ou dedicado para atender partes específicas da operação. Um exemplo são os softwares ETRM (Energy Trading and Risk Management), que dentre outras funções controlam seu “book” e sua posição, assim, o seu ERP tem que suportar de forma completa a integração com os esses sistemas.

# 7 Emitir relatórios do simples ao complexo: de nada adianta a empresa crescer, sem que haja o devido acompanhamento próximo das normais dores oriundas desse crescimento. Para isso, o software de gestão precisa ter capacidade ampla de emissão de relatórios, para eventuais consultas, mas primordialmente ajudando nas tomadas de decisão. Ademais, além dos tradicionais relatórios, a disponibilidade de visualizações dos KPIs (key performance indicators) em tempo real, em uma interface com usuários totalmente configurável, na linha de “web clients”, é altamente desejada.

# 8 Licenças: o ERP deve ter um sistema de licenciamento que atenda as características dos profissionais atuais que exercem múltiplas funções dentro de das organizações, não os limitando ou segregando acesso por conta de licenças inflexíveis ou limitadas.

Mesmo diante da gama de funcionalidades que envolvem a aquisição de um ERP, ainda lidamos com o desafio de que muitos veem isso como um gasto, e não um investimento para garantia do compliance na empresa. Aqui, cabe uma singela reflexão – afinal, se você gestor, acha que é caro ter compliance experimente o custo de não o ter.

Deste modo, para os gestores de empresas que ainda não decidiram aderir a um ERP eficiente, a sugestão é que não se alonguem mais. A abertura do mercado livre de energia revela um momento promissor de ganhos e benefícios, que exige uma verdadeira readequação dos moldes de gestão, livre das amarras caseiras de improvisação. Mas lembre-se, o caminho até pode ser longo, mas haverá sempre uma luz guiando em cada passo rumo a expansão e crescimento.

Brasil sedia final do Free Electrons, maior programa de inovação colaborativa do setor de energia

A grande final da sexta edição do Free Electrons, maior programa de inovação colaborativa do mundo na área de energia, acontece em São Paulo (SP), no próximo dia 20 de outubro, com organização da EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico. As 15 startups selecionadas no programa têm colaborado nos últimos meses com seis empresas líderes em âmbito global para o desenvolvimento de soluções com impacto na indústria. O vencedor será o projeto com maior potencial de implementação real no mercado. 

As 15 startups finalistas são: Blink Energy (EUA), BrainBox AI (Canadá), DCSix Technologies (Irlanda), DeepVolt (Tunísia), Elexsys (Austrália), Gaiascope (Estados Unidos da América), Ionate Limited (Reino Unido), IND Technology (Austrália), LEBO Robotics (Japão), NanoLock Security (EUA), Power to Hydrogen (EUA), a Rated Power (Espanha), a Sawatch Labs (EUA), a Simerse AI (EUA) e a SmartHelio (Suíça). 

Criado em 2017, o Free Electrons é liderado por um consórcio global composto por empresas parceiras, dos vários continentes, que se juntaram por um propósito comum de transformar o setor de energia e criar soluções disruptivas e inovadoras, promovendo uma transição energética limpa e mais eficiente. Fazem parte da lista: a EDP, a American Electric Power, a Origin Energy, a ESB, a E.ON e a CLP Power — companhias que durante o projeto trabalharam ao lado das startups para desenvolver soluções disruptivas. 

O Free Electrons 2022 recebeu mais de 500 candidaturas de 70 países e, após a fase inicial, 60 startups, de nove países, foram selecionadas para participar em discussões preliminares com as empresas parceiras, visando estabelecer uma conexão efetiva de suas soluções aos desafios. Houve, então, um processo de colaboração para que, em conjunto, empresas e startups criassem os seus projetos e desenvolvessem a sua proposta de valor. Isso culminou na última fase, correspondente à negociação e definição de estratégias para a aplicação dos projetos. 

“Durante o evento, teremos apresentações de soluções inovadoras relacionadas à transição energética e a outros desafios e oportunidades do setor elétrico, o que está totalmente relacionado com a atuação da EDP no mundo e, também, no Brasil. A realização da final do Free Electrons no país demonstra o potencial do ecossistema de startups local, que é robusto, mas tem muitas oportunidades de desenvolvimento e fomento, principalmente das energy techs, com esse cenário de transformação do setor”, destaca Andrea Salinas, diretora de Inovação e Venture Capital da EDP no Brasil.

O evento final é o último dos três módulos de encontros presenciais que ocorreram ao longo do programa entre as empresas parceiras e as startups selecionadas. Após os eventos realizados em Chicago e em São Francisco, as 15 finalistas terão agora dois momentos no Brasil. O primeiro será a última sessão de trabalho entre os empreendedores e os parceiros, para alinhar os projetos piloto do programa. 

Já o Open Day permitirá que as startups façam o seu pitch à comunidade Free Electrons e revelem o trabalho que desenvolveram desde o início da jornada, para que depois seja escolhida a vencedora. Este momento é aberto ao público e contará ainda com diversas palestras e painéis de debate com participação das entidades parceiras. 

Ao longo de seis edições, o Free Electrons já recebeu mais de 3.200 candidaturas, de 85 nacionalidades diferentes, que levaram à criação de mais de 150 projetos pilotos inovadores. Por meio deste trabalho, a iniciativa gerou mais de 80 milhões de euros.


 

Consumo de energia via mercado livre cresce em 23 estados e 4 novas comercializadoras surgem por mês

No mapa brasileiro do consumo de energia elétrica em 2022, os consumidores que participam do mercado livre ocupam cada vez mais espaço. Em 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, o mercado livre de energia aumentou participação no total de energia elétrica consumida localmente. Em 3 estados houve ligeiro decréscimo e não há dados para Roraima.

Esse cenário emerge na última edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que mostra o panorama mensal do mercado livre de energia no Brasil, elaborado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias. 

Houve crescimento do mercado livre os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão, Amapá, Pará, Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, bem como no Distrito. No Amazonas, Rondônia e Goiás não houve crescimento.

Consumo de energia no mercado livre nos estados: (Em relação ao total de energia consumida nos estados, janeiro de 2022 x julho de 2022)

Ver tabela na imagem abaixo.

Como ler a tabela abaixo: o número significa o consumo de energia elétrica dos consumidores livres em comparação ao total de energia elétrica consumida em cada estado – neste caso, em julho de 2022. Exemplo: Em Alagoas, de toda a energia elétrica consumida pelos consumidores alagoanos em julho de 2022, 19,2% foi consumida pelos consumidores que participam do mercado livre.

Custos mais baixos – A economia na compra da energia elétrica continua sendo um diferencial relevante. O desconto no preço da energia para os consumidores no mercado livre chegou a 42% no mês, considerando a diferença entre a tarifa média das distribuidoras (R$ 280/MWh) e o preço de longo prazo do mercado livre (R$ 163/MWh).

O valor se refere somente à energia, um dos componentes da tarifa elétrica, que é formada ainda pelos custos referentes à transmissão, distribuição, encargos e impostos. No cálculo da Abraceel, a tarifa de energia inclui a bandeira tarifária vigente, ao passo que o preço no mercado livre considera o ESS (encargos de serviços ao sistema) e a energia de reserva.

A quantidade de unidades consumidoras no ambiente de contratação livre cresceu 18% em 12 meses, confirmando um movimento de forte expansão. Do total de unidades consumidores no mercado livre de energia atualmente (29.259), 15% migraram nos últimos 12 meses (4.422).

Confira outros destaques do Boletim da Energia Livre:

– O mercado livre se consolida como indutor das energias renováveis, absorvendo 68% da energia gerada por usinas a biomassa, 59% por PCH, 48% por eólicas e 40% por solares centralizadas.

– Com isso, o mercado livre absorveu 54% da geração de energia consolidada de fontes renováveis incentivadas (eólica, solar, PCH e biomassa).

– À espera de nova onda de abertura do mercado, quantidade de comercializadores de energia chega a 482. Nos últimos 12 meses, 49 novas empresas surgiram, 4 por mês.

– Dos comercializadores, 53 são varejistas, que vão representar os futuros consumidores livres com demanda abaixo de 500 kW na CCEE. Mais 17 varejistas estão em fase de habilitação.

– Além disso, 88% do consumo industrial de energia elétrica é atendido pelo mercado livre, patamar que tem se mantido estável nos últimos meses.

– Os setores de serviços e de madeira, papel e celulose seguem se destacando e aumentaram o consumo no mercado livre em 20,88% e em 21,1% nos últimos 12 meses.

ONS abre inscrições para o 4° DatathONS

Com desafios diferentes a cada edição, os participantes deverão apresentar soluções de inteligência artificial (AI) para agilizar a análise de contratos

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está com inscrições abertas até o dia 17 de outubro, para o 4° DatathONS, iniciativa para fomentar a inovação aberta. O objetivo é atrair estudantes universitários e profissionais com conhecimento em dados, programação, negócios e marketing, para o desenvolvimento de solução que permita mais agilidade no processo de análise dos contratos do tipo CCT (Contratos de Conexão de Transmissão), documento celebrado entre o agente de transmissão e o usuário da Rede Básica. A ação é promovida pelo Operador, em parceria com o Grupo de Inovação e Investimentos Sai do Papel, organizador do evento, e apoiado pela Data Science Academy, Neo4J e Head Energia.

O ONS propõe, para esta edição, a criação de uma solução de inteligência artificial para indicar se o contrato de conexão de transmissão está em conformidade para assinatura, classificando e validando dados e cláusulas dos documentos. Os participantes deverão utilizar, no mínimo, um dataset do Portal de Dados Abertos do ONS (Link) e as propostas deverão ser desenvolvidas por modelos com técnicas de Machine Learning e Natural Language Processing.

O 4º DatathONS é totalmente online. A maratona de desenvolvimento ocorre nos dias 22 e 23 de outubro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no no site do programa: Link Os resultados serão divulgados no dia 28 de outubro.

Há incentivos para as seis melhores equipes. Todos os integrantes da equipe primeira colocada receberão um curso da DSA – Data Science Academy. Para todos aqueles que formarem a equipe segunda colocada está garantido um curso sobre grafos da Neo4J. Os terceiros colocados terão um ano de acesso à plataforma da Head Energia, ambiente com oferta de conteúdo sobre o setor de energia. Os membros das equipes entre o quarto e sexto lugares terão direito a brindes da Neo4J.

O DatathONS é uma iniciativa que integra o InovathONS, um dos pilares de Inovação da Diretoria de TI, Relacionamento com Agente e Assuntos Regulatórios, e que tem o objetivo de fomentar a inovação por meio de desafios lançados ao mercado em busca de soluções.

Starter Acceleration Program seleciona startups para módulo da América Latina

A EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico, anuncia as startups que participarão do módulo América Latina de seu programa global de aceleração de startups, o Starter Acceleration Program. As 10 eleitas, vindas do Brasil e do México, desenvolvem soluções de inteligência artificial, big data, energias renováveis e smart grids (veja a lista).

“As startups selecionadas atuam com tecnologias emergentes que capazes de alavancar a transformação do setor de energia. Com a globalização do Starter, queremos reforçar o apoio ao ecossistema empreendedor brasileiro e, também, expandir nossa presença com inovação aberta em países da América Latina, fomentando novas soluções para o nosso negócio,” destaca Livia Brando, Head de Inovação e Ventures da EDP Brasil.

O programa, que neste ano passou a ser global, com módulos em três regiões – Europa (em Madri, Espanha), América Latina (em São Paulo, Brasil) e América do Norte (em Houston, Estados Unidos) – teve aproximadamente 500 inscrições. Foram escolhidas 10 startups para cada módulo, as quais passarão por uma semana de imersão para o desenvolvimento das propostas de projetos-piloto junto à EDP, com apoio do time de especialistas da Empresa, além das mentorias das aceleradoras.

Ao fim desse processo haverá um Demoday, no qual as startups farão os pitches. Após essa etapa, que, no País, acontece no dia 19 de julho no Unibes Cultural, em São Paulo, aquelas com maior potencial participarão da grande final em novembro, em Lisboa, durante o Web Summit, um dos maiores eventos de inovação, empreendedorismo e tecnologia do mundo. As escolhidas terão um stand no local, podendo apresentar suas soluções ao mercado e prospectar novas oportunidades de negócio durante o Congresso. A startup vencedora será premiada com 50 mil euros

Desde 2008 os veículos de Venture Capital do grupo EDP já aplicaram globalmente mais de 30 milhões de euros em 26 startups, que juntas empregam mais de 750 colaboradores e têm mais de 100 milhões de euros de receita por ano. No país, a EDP ventures Brasil é o 1º Corporate venture capital voltado ao setor de energia, lançado em 2018 já conta com duas startups investidas que passaram também pelos programas de aceleração da EDP.

Novos parceiros

Três parceiros internacionais se juntaram a esta primeira edição do Starter Acceleration Program: a American Eletric Power, utility que tem mais de cinco milhões de clientes em 11 estados norte-americanos; a Turning Tables, uma empresa de inovação do grupo espanhol Cuerva; e a Verbund, maior fornecedora de eletricidade da Áustria, com quase meio milhão de clientes. O programa conta também com a L Marks e a Ace, duas especialistas em projetos de inovação e empreendedorismo e presença mundial.

Conheça o perfil das startups selecionadas:

Loud Voice – São Paulo (Foco em soluções para Clientes): plataforma de comunicação que permite uma conversa real entre bots e humanos gerando uma experiência de qualidade.

Neras – São Paulo (Smart Grids): solução com IoT voltada para a gestão eficiente do consumo de energia em estabelecimentos comerciais e industriais.

ColabApp – São Paulo (Foco em soluções para Clientes): plataforma que conecta consumidores à administração pública ou a empresas a melhoria da qualidade dos serviços prestados.

BLU365 – São Paulo (Foco em soluções para Clientes): plataforma de negociação de dívidas para gerar valor para credores e devedores por meio da combinação de ciência de dados, CRM e marketing orientado para o desempenho e suporte aos credores.

Fhinck – São Paulo (Inteligência Artificial): utiliza a tecnologia de IoT para eficácia e produtividade da força de trabalho, fornecendo análise em tempo real para melhorar processos e aumentar o desempenho e eficiência das equipes

Rio Analytics – Rio de Janeiro (Inteligência Artificial): empresa focada na aplicação de inteligência artificial para prever falhas de ativos industriais. A plataforma digital, através de algoritmos de aprendizagem promovendo aumentando a eficiência da produção.

Já Entendi – Paraná (Inovação em processos internos): startup de inteligência educacional que oferece uma metodologia capaz de transformar qualquer conteúdo de treinamento, como livros, manuais e folhetos em videoaulas com o uso de câmeras e dispositivos inteligentes.

Thermo-Off – Santa Catarina (Energia Limpa): possui um revestimento (como uma tinta), desenvolvido com base em nanotecnologia, com um alto poder de reflexão dos raios infravermelhos, ajudando grandes empresas a reduzir custos e economizar energia.

Pix Force – Rio Grande do Sul (Inteligência Artificial): desenvolve soluções usando tecnologias de visão computacional, inteligência artificial e machine learning para tratamento e interpretação de imagens e vídeos.

Trato – México (Inovação em processos internos): oferece uma plataforma para gerenciamento e interface de contratos jurídicos utilizando a tecnologia blockchain.

Corporate Venture in Brasil chega à quarta edição apostando em tecnologia

Passaram-se três anos desde que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) deu seu primeiro passo para aquecer o cenário de investimento corporativo no Brasil. Provocada pelo mercado, a Agência mergulhou no ecossistema empreendedor e estruturou o Corporate Venture in Brasil, cuja primeira edição ocorreu em 2015. O esforço valeu a pena: até hoje, o evento contribuiu para o aporte de mais de US$ 175 milhões em investimentos no país. A quarta edição do Corporate Venture in Brasil acontece nos dias 02 e 03 de outubro no Hotel Intercontinental, em São Paulo, e a expectativa é exibir ao mercado as oportunidades no setor de Energia e em Construtech, Agritech, HealthTech (respectivamente, tecnologias em construção civil, mineração e mercado imobiliário; tecnologias para a agricultura; e tecnologias para saúde).

A quarta edição do Corporate Venture in Brasil já tem mais de 600 inscritos, de diversas nacionalidades, número que supera os 525 inscritos da edição de 2017. Desde sua primeira edição, em 2015, mais de 1000 pessoas participaram do evento, e centenas de reuniões privadas foram facilitadas pela Apex-Brasil e pela ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital). “Esse crescimento constante do interesse nas oportunidades de investimento, mesmo durante a crise recente no país, demonstra que o ecossistema brasileiro de investimento corporativo inspira confiança nos investidores e grandes empresas internacionais e nacionais”, destaca a diretora da Negócios da Apex-Brasil, Márcia Nejaim.

No campo da construção civil, mercado imobiliário e mineração, englobados pelo termo Construtech, a janela de oportunidade para inovação tecnológica é bastante ampla. O setor representa cerca de 22% do PIB do país e vivenciou o surgimento inicial de startups focadas em processos, como a compra e aquisição de materiais de construção, equipamentos e a necessidade de gerenciamento eficiente de projetos em geral, que anteriormente dependia da tecnologia “papel e caneta”. Atualmente, no entanto, muitas startups estão navegando a onda de modelagem de informação de construção (BIM), a tecnologia que permite o projeto cross-design e uma abordagem holística e digital para projeto e execução, muito superior ao CAD. O campo de Construtech também está aquecido em realidade virtual e aumentada, no qual startups estão trazendo o modelo 3D do edifício para o canteiro de obras.

“Podemos também ver a ascensão em aplicações de Internet de coisas e wearables que podem melhorar consideravelmente a gestão da mão-de-obra e segurança, bem como a produtividade alavancadas pelo uso de analytics de pessoas, grandes dados e algoritmos preditivos”, destaca o Gerente de Investimentos da Apex-Brasil, Ricardo Santana. Já no campo de tecnologia para o Agronegócio, fica evidente uma nova dinâmica. No centro desse cenário estão as startups, com características difíceis de replicar em grandes organizações (velocidade, energia/engajamento do time, propensão ao risco e cultura de inovação) e conectadas com todos os atores do ecossistema de inovação do país: produtores, cooperativas, revendas, investidores, academia, corporações entre outros. O aquecimento deste mercado pode ser ilustrado pela aquisição, em março deste ano, da Strider pela Syngenta, por exemplo, mas também se nota um forte movimento em busca da co-criação de valor em toda a cadeia.

“O cenário de investimentos também está evoluindo no agronegócio. Grandes cooperativas estão atentas às oportunidades. É o caso da Coplacana, que anunciou recentemente investimento em duas startups, e ainda o primeiro equity crowdfunding para uma startup de Agritech”, complementa Santana. Além disso, merece menção o envovimento da Raízen, com o The Pulse, em Piracicaba (SP) e os investimentos da Monsanto Growth Partners, junto com Microsoft e Qualccomm, em empresas de Agtritech.

Outra aposta, para o Corporate Venture deste ano são as tecnologias em saúde, conhecidas como Healtechs. Para compreender a inovação no Brasil e promover a efetividade de parcerias internacionais neste setor, Apex-Brasil, Fundação Biominas e Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) realizaram, no primeiro semestre de 2018, um mapeamento de soluções inovadoras no país. A pesquisa mapeou 1066 organizações (incluindo projetos de pesquisa, startups e empresas) em 20 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Destas, as startups eram o tipo de organização mais recorrente (45%), seguida por empresas (30%), e somente então projetos de pesquisa (25%). Em relação à concentração geográfica das organizações, observou-se que a região sudeste brasileira reúne o maior número de iniciativas, em torno de 71%. O resto é distribuído em todo o Sul (16%), Nordeste (8%), Midwest (5%) e norte (1%) regiões.

“Além da busca ativa por organizações, identificamos um total de 354 soluções para o setor, relacionando o potencial das tecnologias, negócios e para internacionalização. Especificamente, quanto ao estágio de maturidade das organizações, cerca de 59% estão na prototipagem suas ideias e projetos e 43,5% dos entrevistados têm algum tipo de atividade internacional. Há uma possibilidade e uma vontade por essas organizações de explorar as atividades internacionais para garantir a sua presença em novos mercados”, ressalta Santana. Em razão de todas as oportunidades mapeadas, nos diversos setores prioritários, a agenda do Corporate Venture deste ano inclui também espaço para que cerca de 20 startups apresentem suas soluções e oportunidades de investimento, além das dezenas de reuniões entre investidores, empreendedores, aceleradoras e grandes empresas investidoras.

Corporate Venture in Brasil

DATA: 02 e 03 de outubro

HORA: 9h – 18h

LOCAL: Hotel Intercontinental (Alameda Santos, 1123, São Paulo)