COUROMODA 2018: fórum destaca inovação e moda na era digital

Neste terceiro dia do Fórum Couromoda/São Paulo Prêt-à-Porter, que acontece junto à COUROMODA 2018, o mais importante evento do setor calçadista brasileiro, especialistas de diversas áreas falaram sobre tecnologia e inovação no mercado de moda na era digital.

A abertura da agenda do dia ficou a cargo de Maurício Di Bonifácio, sócio-diretor da Fast Channel, empresa de tecnologia focada no aumento da vendas digitais, que abordou o tema “E-Commerce B2B: Digitalização e expansão do canal de venda B2B da indústia”. O especialista deu dicas de como a indústria e o varejo do calçado e da moda podem se reinventar, usando o canal digital como ferramenta de venda e de relacionamento comercial. “Comparado ao mercado internacional, o e-commerce B2B no Brasil ainda está engatinhando. Porém, essa é uma solução que ajudará no relacionamento com o cliente, atendendo-o na hora que ele necessita. Além disso, refletirá no desempenho de captação de novos clientes, ampliará a cobertura geográfica de atendimento, aumentará a participação dos produtos com maior margem e vai permitir o atendimento de pequenos pedidos”, comenta Maurício.

Na sequência, Rodrigo Valente, especialista em comunicação, gestão empresarial e consultor da 818 Consultoria, apresentou a palestra “Economia de atenção e gamificação para o setor de calçados”. Valente mostrou que vivemos um período antagônico, com uma abundância exponencial de informações e uma escassez preocupante de atenção. É neste contexto que a gamificação vem ganhando força em segmentos além do entretenimento, como na indústria e varejo. “A partir disso, será possível ver como a gamificação utiliza a mecânica, a estética e o pensamento de jogos para envolver as pessoas. Uma metodologia que se apropria de todo o processo de Game Design para propor um sistema de desenvolvimento humano e profissional que gera feedback instantâneo, propósito e interação social em contextos, como os da indústria e do varejo de calçados”, avalia o especialista.

O tema “O futuro digital”, ministrado pelo publicitário Jacques Meir, explorou cases internacionais já avançados nessa questão e desenhou um futuro 100% digital, o qual as empresas precisam direcionar esforços desde já para não desaparecerem do mundo dos negócios. “O futuro será totalmente direcionado pelo digital. O Brasil, de maneira geral, tem uma cultura muito voltada para o passado. O futuro nos assusta e encará-lo significa sair da zona de conforto para enfrentar processos de mudança. Se as empresas brasileiras não estiverem preparadas pra isso, serão atropeladas por quem estiver mais preparado”, diz Meier.

A estratégia de multicanais foi tema de Ingrid Pergentino, sócia diretora da i9Vendas, em sua palestra “Como aumentar suas vendas”. “O e-commerce é o canal que mais tende a crescer nos próximos anos e em qualquer tipo de negócio. A sua desvantagem é que, no Brasil, a Internet não é de qualidade. Por outro lado, pelo fato do celular estar à mão e, conforme as plataformas ficarem mais amigáveis, as compras e vendas serão por meio desse canal”, avalia.

Christian Tudesco, mestre em Marketing pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e consultor empresarial nas áreas de marketing, estratégia e vendas, apresentou a palestra “Inovação, tecnologia e empreendedorismo: para onde vamos?”. Ele falou sobre o novo consumidor nessa era de informação e empreendedorismo, e convidou os participantes a realizarem uma reflexão sobre a construção e futuro dos negócios. “No passado, o poder estava nas mãos de quem tinha armamento e máquinário pesado, dinheiro e um grande número de funcionários. Hoje, o poder está nas mãos dos ‘nanos’, passando a ser mais leve, fluído, dinâmico, diminuindo distância”.

Redes Sociais criam proximidade com o consumidor

Fernando Souza, consultor e professor de marketing digital com mais de 15 anos de experiência na área, discutiu o papel das mídias sociais e sua relação com os negócios de moda. Souza explicou como as marcas podem se beneficiar das conexões entre as pessoas por meio das redes digitais para divulgar produtos e serviços, criando conteúdos para atrair a empatia e nutrir a audiência em perfis do Facebook e Instagram. “As redes sociais não podem ser encaradas como canais de vendas mas como um instrumento para aproximar a marca dos consumidores. A era do ‘vender’ dá lugar a era do ‘ajudar a comprar'”, analisa.

Imagem de marca e lifestyle

Encerrando o dia, Juliana Lopes – jornalista, professora, palestrante e consultora de moda, reforçou a importância da imagem de moda para a conectar o cliente ao produto. A especialista deu dicas sobre como fazer essa imagem contextualizada na moda e no corpo para provocar ainda mais desejo no consumidor. “A moda não existe sem imagem. Essa indústria trabalha com sensações. Além do produto, vende um sonho, uma imagem, um lifestyle”, afirma.

Couromoda 2016: Brasil confirma sua forte participação no mercado internacional calçadista

A 43ª edição reúne 1500 marcas expositoras e cerca de 2 mil compradores internacionais em,fomentando e ampliando a geração de negócios e a presença internacional do mercado brasileiro no mercado externo

Exportação é a aposta da 43ª edição da COUROMODA 2016, que reúne 1500 marcas expositoras, sendo dessas 150 exportadores, na maior feira latino-americana de calçados e artigos de couro que acontece na capital paulista, até 13 de janeiro. De acordo com Jeferson Santos, Diretor Geral da Couromoda, as exportações de calçados começaram a crescer no final do ano, em novembro e a tendência é crescer este ano. “Nossa expectativa é que em 2016 o setor calçadista cresça entre 3% a 4%” e a feira esta fomentando o encontro entre produtores e importadores.

A Couromoda trouxe 2 mil compradores vindos de mais de 60 países. Dois programas fomentam este público: o “Couromoda Exportação / Vitrine Exporter”, que reúne este ano 113 compradores internacionais.

Segundo Omar Daifallah, gerente geral do grupo Oxygen, localizado no Kuwait, e antigo parceiro de diversos produtores locais, o Brasil tem se tornado competitivamente mais interessante frente aos grandes players internacionais do segmento. “No passado cheguei a importar 100 mil pares de sapatos por ano de fabricantes brasileiros, mas com a valorização do real na época, havia deixado este mercado em stand by”, comenta o importador. “Hoje, o país oferece preços mais competitivos devido ao cambio, mas com produtos que apresentam qualidade superior aos seus concorrentes diretos.” Há cinco anos Daifallah participa da feira.

A Piccadilly, por exemplo, recebe em seu segundo dia de feira compradores da China, o que, segundo a Cristine Nogueira, CEO da companhia, é uma surpresa. “A China é um mercado acirrado com preços extremamente competitivos. Tê-los aqui interessados em nossos produtos é uma referência do quanto o segmento calçadista brasileiro é consolidado globalmente. Hoje, a companhia exporta atualmente para mais de 90 países, com mais de 7 mil pontos de vendas no exterior. São 31 lojas exclusivas em nove países. No ano passado as exportações representaram 27% do faturamento da empresa. Com a reabertura do mercado na Argentina a empresa tem como expectativa crescer em 35% as exportações”, concluí Cristine.

Já para Jorge Bischouff, CEO do grupo que engloba a marca que leva seu nome, além de Loucos & Santos e private labels, registrou em 2015 um crescimento de vendas de 60%, em relação a 2014, e a previsão é que esse número cresça para 40% neste ano. O executivo reforça que o momento é ideal para fortalecimento do grupo no mercado internacional “Apresentamos produtos de padrão internacional, alta qualidade, design diferenciado e agora a movimentação do cambio nos permite oferecer preços ainda mais competitivos”, salienta Bischouff. “O novo panorama econômico nos possibilita explorar nosso potencial de forma plena”. O grupo está presente em 47 países, com grande foco na América Latina, onde apresenta consideráveis volumes de vendas na Colômbia e no Perú, além da Rússia e o mercado europeu Rússia. Temos, por exemplo, agendamento por meio do programa com um importador Holandês, mercado nunca trabalhado por nós antes”, reforça Bischouff.

Os produtores especializados no segmento infantil também comemoram os números positivos. Segundo Ricardo Brito, CEO da Pimpolho, que exporta para mais de 40 países e está presente no mercado internacional há mais de 17 anos, comemora o crescimento de 20% em 2015, com relação ao ano anterior. Entre os países mais rentáveis para o negócio estão Bolívia, Equador e o mercado Africano.

Para o mercado interno, a feira também criou uma plataforma inédita. O “Matchmaking”, conta com uma agenda diária para expositores e lojistas nacionais e importadores e incentiva rodadas de negócios presenciais entre esses públicos, firmadas de acordo com os interesses geográficos e de mix de produtos. Espera-se até o final da feira cerca de 8 mil l agendamentos

Dados do Setor:

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) o Brasil é o terceiro maior produtor de calçados do mundo. Apesar da queda em comparação a 2014, por questão do momento econômico, o Brasil segue exportando para cerca de 150 países, e tem como principal mercado exportador os Estados Unidos, para onde foram embarcados 11,76 milhões de pares por US$ 191,87 milhões em 2015. Já o segundo destino do calçado brasileiro é a Argentina, que comprou 8 milhões de pares por US$ 67,48 milhões. E em terceira posição a França com 8,46 milhões de pares, no mesmo período.

O ano de 2015 fechou, ao todo, o embarque de 124 milhões de pares por US$ 960,4 milhões. Com o dólar valorizado, as importações caíram, o que auxiliou os produtos. No ano passado entraram no país 33,26 milhões de pares por US$ 481 milhões, números inferiores em 9,6% em volume e 14,3% em dólares em relação a 2014.

Balança comercial calçados 2015:

Exportação: US$ 960,4 milhões
Importação: US$ 481 milhões
Balança comercial: US$ 479,37 milhões
Principais destinos: Estados Unidos, Argentina, Bolívia e França

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