Crise faz de empresários melhores gestores – Por Luís Fernando Marcondes

De acordo com Henrique Meirelles, não será uma surpresa se o PIB do Brasil tiver o maior recuo acumulado da história entre os anos de 2015 e 2016, maior até que a queda registrada na Grande Depressão dos anos 30.

Sabemos que sairemos da crise, mas não sabemos quanto tempo isso levará, isso porque ela está sendo tão severa e longa, que temos que lembrar que as pessoas priorizarão o pagamento de suas dívidas criadas para pagar seu custo de vida para depois começarem a consumir. Ou seja, a retomada acontecerá em etapas lentas.

Conversando com empresários, a impressão que dá é que todos olham para esse momento com um único foco: sobreviver. Uma conversa que me chamou muita a atenção foi quando um empresário dono de uma empresa com mais de uma centena de franqueados disse que hoje sua maior missão é fazer sua empresa sobreviver e ajudar seus franqueados a sobreviverem também, auxiliando-os a melhorar a gestão de caixa e assim melhorarem a saúde financeira das lojas.

Existe uma razão muito forte para esse tipo de atitude, a FecomercioSP estima em sua análise que 200 mil lojas em todo o país serão fechadas entre 2015 e 2016, regredindo o varejo brasileiro ao nível de 2008. Isso é uma catástrofe sem proporção.

Portanto, hoje a regra é sobreviver enquanto esperamos que o fundo do poço chegue para só então podermos pensar novamente em estratégias normais de crescimento. E como sobreviver? Sem sombra de dúvida essa crise traumática tem feito empresários a serem melhores gestores dando extrema importância no aumento de eficiência do seu negócio.

É por isso que vemos uma preocupação muito forte de franqueadores em auxiliar seus franqueados no que diz respeito à melhora da gestão financeira de caixa. Quanto mais o empresário dominar a entrada e destino de seus recursos, mais rápido poderão tomar decisões gerencias de corte de custos sem afetar seu faturamento, implicando no pagamento em dia de seus produtos e diminuindo seu passivo de curto prazo.

Na situação que nos encontramos, se extinguiu o que chamamos de “margem de incompetência”, ou nos tornamos gestores extremamente competentes, ou entraremos na estatística das 200 mil lojas fechadas até o fim deste ano.

Luís Fernando Marcondes, formado em Administração pelo Mackenzie, possui 29 anos de experiência com alocação de ativos, 13 deles trabalhando exclusivamente na indústria de multi-family office com clientes desde ultra high até pequenos e médios. Antes de fundar a Aproar, foi head da área de Wealth Management das empresas Spinelli e Link Investimentos, diretor da CM Capital Markets Asset Management. Foi gestor de Fundo de Investimento na Bradesco Asset Management e na BCN Alliance Asset Management (incorporada pela BRAM), além de Trader de Renda Fixa e Derivativos na tesouraria do Banco BCN. Recentemente assumiu a área de Wealth Management na GGR Investimentos.

Lições para o empresário sobreviver à crise política e econômica – Por Maurício Lima

Por Maurício Lima, sócio fundador da Invest Tech, gestora de fundos de investimentos focada em Venture Capital e Private Equity para o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).

O cenário macroeconômico de 2016 é ainda mais crítico que o do ano passado, agravado por uma séria crise política e de legitimidade do atual governo, o que desestabiliza ainda mais o mercado e se reflete no humor de todo o empresariado brasileiro. Além de baixo crescimento, inflação em alta, aumento do desemprego e uma estrutura de governo com gastos administrativos elevadíssimos, com reflexo nas contas do país, soma-se a esses fatores a indefinição dos rumos políticos do país e as alternativas viáveis para que o Brasil saia do atual imbróglio institucional.

Diante de tantos desafios, fica a pergunta: como o empresário vai conseguir sobreviver a 2016? É certo que o caminho será tortuoso e o impulso para o sucesso não virá do ambiente externo. Assim, seguem algumas das lições mais valiosas que aprendemos investindo e trabalhando com empresários de muito sucesso em mais de 30 negócios ao longo dos anos:

Prepare-se para o pior: Trabalhe firme no dia a dia para superar a crise, mas considere em seu planejamento o pior cenário possível. Só assim você será capaz de fazer os ajustes necessários. Assim, você estará psicologicamente preparado para atravessar a crise.

Arrume a casa: É hora de olhar para dentro, pois é impossível prever quando se dará uma retomada macroeconômica. Não espere a crise passar para então organizar sua empresa. Reveja processos, mapeie indicadores financeiros e de desempenho, analise pontos de melhoria e o que é possível fazer para cortar gastos e estimular a produtividade. Lembre-se, se quer uma empresa sólida deverá contar com carteira pulverizada, receita recorrente e contratos de longo prazo.

Atenção redobrada com a satisfação do cliente: O momento é delicado e todos estão pressionados para reduzir custos. Seus concorrentes muitas vezes não fazem a conta e estão dispostos a fazer qualquer preço para gerar alguma receita. Não deixe que seu cliente ponha em dúvida o valor da sua oferta. Mostre-se mais do que nunca parceiro, renegocie contratos, aproxime-se de clientes estratégicos, personalize ao máximo seu atendimento. Os tempos pedem esforço redobrado com a satisfação dos clientes.

Disciplina e comprometimento: Parece básico, mas muitos negócios e empresários carecem dessas habilidades. A empresa tem um plano de negócios definido? Qual o faturamento que se pretende atingir no curto, médio e longo prazo? As metas são perseguidas e acompanhadas sistematicamente? Prove que sua empresa foi construída para durar, rentável para os sócios, os funcionários e o país.

Mais dinheiro é melhor que menos dinheiro: Outro ponto que parece básico, mas passar momentos de crise com a gestão financeira controlando cada recurso gerado é chave. O momento é difícil, mas há diversas oportunidades para atrair investidores e financiadores para o capital da empresa. Gestão, oportunidades de aquisição de concorrentes ou fusões estratégicas podem ser elementos geradores de interesse para novos sócios.

Tá Tranquilo, Tá Favorável.

Em tempos de crise, é tudo que qualquer empresário gostaria de dizer. “Tá tranquilo, Tá favorável” é a frase da hora e mostra que, para quem é criativo, não há momento difícil. Com clipe, música e letra de gostos duvidosos, um funkeiro paulista brilha nas mídias sociais e vira sucesso nacional cantando o sucesso de um suburbano que, antes, “girava o volante do Golf sapão e agora vai girar o volante do Jaguar”…

O que isso tem a ver com o mundo corporativo? Não é isso que você quer? Vencer rápido a crise e sair comemorando? É hora de ousar e de arriscar. Claro que você não precisa fazer papel de ridículo na internet cantando e dançando mal. Mas deve alardear o que você faz bem, o que faz de bom, o que pode motivar um cliente a contratá-lo, mesmo em momentos de dificuldade, de orçamentos apertados. Precisa “cantar” suas qualidades. Conteúdo, notícias, artigos, vídeos, mídias sociais, tudo ajuda. Como diz no sucesso do momento, “parado no tempo você não pode ficar”. Trace uma estratégia de comunicação digital e, principalmente, contrate profissionais qualificados para executar. E se, por acaso, chegar ao sucesso, não esqueça de “fazer o famoso sinal do Ronaldinho” para comemorar novas vitórias.

Não entendeu nada? Segue o vídeo que fez o Brasil inteiro dizer que “Tá Tranquilo, Tá Favorável”, mesmo com o país ladeira abaixo.

Fuja da crise: 10 Dicas para as empresas crescerem em 2016

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A alta do dólar, o mercado instável, a crise econômica e outros fatores estão deixando em alerta todas as empresas do país. Veja abaixo dicas do especialista Samuel Lopes, sócio da TIEX, empresa de consultoria e gestão corporativa, sobre como aumentar a rentabilidade, melhorar a gestão e se prevenir para 2016:

1.Ativo humano

Tenha profissionais com conhecimentos diferenciados, que possuam competências-chave e que estejam com o nível certo de motivação. Pessoas certas, nas posições corretas podem fazer a diferença na hora de propor soluções e fornecerem um nível de atendimento diferenciado e de qualidade aos clientes.

2.Parceiros estratégicos

Vá atrás de parcerias que ampliem sua capacidade produtiva. Ou seja, que permitam a sua empresa focar nos negócios, otimizando recursos e aumentandoa qualidade de seus produtos e serviços.

3.Novas fontes de receitas

Não se pode deixar de investir, mas os gastos devem ser reavaliados e reduzidos desde que não atrapalhem o desenvolvimento do negócio. Faça um planejamento tributário, renegocie contratos com fornecedores e despesas bancárias.

4. Visão futura de mercado

Para terem sucesso, as empresas devem estar antenadas nas demandas e expectativas do mercado, pensando no futuro. Ou seja, foque não apenas no que os clientes precisam atualmente, mas no que vão passar a demandar também. Antecipe tendências e seja fiel às necessidades dos clientes para se posicionar em uma situação vantajosa em relação à concorrência.

5. Planejamento financeiro

Tenha orçamentos bem feitos com criação de possíveis cenários e acompanhamento mensal. Todas as variações devem ser justificadas e acompanhadas.

6. Financiamentos

Em tempos de crise, as concessões de crédito ficam mais difíceis. Planejamento de necessidade de recursos pode significar grandes ganhos ao permitir uma melhor avaliação da opção de captação de recursos e consequentemente melhores negociações e/ou redução de taxas.

7. Risco cambial

As empresas que de alguma forma estão expostas ao risco cambial, seja via importação ou exportação, devem sempre estar atentas ao cenário econômico mundial. Empresas que compram e de alguma forma (mesmo que em partes) vendam produtos e/ou serviços contratados em outras moedas devem sempre ter um planejamento. Negociar compras na moeda local doo fornecedor pode trazer grandes ganhos, uma vez que se reduz o risco cambial do fornecedor.

8. Divulgação

Quem não é visto, não é lembrado. Neste momento de crise aconselhamos a achar formas inteligentes de se promover. Nunca deixe de investir em comunicação, promoção e vendas.

9.Inovação

Processos bem desenhados e suporte tecnológico adequado levam à eficiência e consequentemente a produtos e serviços de melhor qualidade com menores custos.

10.Capacidade de Adaptação

Já dizia o ditado: adapte-se ou morra! Ter sistemas, pessoas e processos flexíveis e customizáveis é fundamental para sobreviver a momentos de crise. O mercado não é estático, então você e sua empresa também não podem ser.