6 dicas de como aproveitar o Ciência sem Fronteiras

Por Eduardo Cetlin*

Em 2012, quando recebi a incumbência de receber os estudantes brasileiros que fariam estágio de três meses na Amgen dos Estados Unidos, via Ciência sem Fronteiras, percebi que esta era uma grande oportunidade para o desenvolvimento de novos talentos. A empresa acredita no poder transformador do projeto, principalmente para uma indústria tão inovadora como a farmacêutica de biotecnologia. Presente no Brasil desde 2009, a Amgen foi pioneira ao falar sobre biológicos e logo identificou a necessidade de fomentar a educação e a pesquisa científica no país.

Por isso, a participação no Ciência sem Fronteiras seria estratégica. Poderíamos mostrar aos jovens ainda em formação, e com pouco conhecimento prático, como funciona uma indústria de biotecnologia e o desenvolvimento de biológicos. Essa experiência fortaleceria a expertise nacional e incentivaria mais estudantes a buscar aprofundamento científico na área. Foi nesse cenário que nos tornamos a primeira indústria farmacêutica a apoiar o Ciência sem Fronteiras.

De lá para cá, a companhia já recebeu 27 estudantes nos Estados Unidos, que estagiaram em vários departamentos. Adotamos uma postura disciplinada no apoio a esses estudantes e nossa experiência tem sido excepcional, – um caso de estudo para muitas outras empresas. A razão para esse sucesso está em nossa abordagem: damos atenção especial para que eles possam aprender, entregar resultados, desenvolver sua rede de relacionamentos e decidir o que querem para o futuro. Seguem as principais dicas de como as empresas podem aproveitar o Ciência sem Fronteiras da melhor forma possível:

1. Tratar estudantes como profissionais da empresa: Todos os jovens assim que entram na Amgen são tratados como funcionários Amgen, por isso recebem projetos e trabalhos estruturados com prazos, apresentações e compromissos formais. É importante fazê-los entender as questões e os desafios de uma grande companhia para que assimilem particularidades do negócio de biotecnologia e se sintam parte da empresa.

2. Oferecer projetos desafiadores: o estágio não pode ser tratado como um cargo operacional nesse programa. A Amgen aloca esses jovens em projetos relevantes para a companhia e que oferecem excelentes oportunidades de aprendizagem e crescimento profissional. Essas atividades possuem princípio, meio e fim, o que proporciona acompanhamento e resultados concretos. Dessa forma, os estudantes se enxergam como membros ativos dentro da empresa ao entender o porquê de suas tarefas e compreender o impacto que podem exercer no negócio.
3. Ajudar na adaptação do mercado corporativo: Muitos dos estudantes têm o primeiro contato com o mundo empresarial pelo Ciência sem Fronteiras e para completar vivenciam tudo isso em um país de língua estrangeira. Trabalhamos para que entendam a importância de darem o salto do conhecimento acadêmico para o uso aplicado deste conhecimento visando a geração de benefícios concretos para a sociedade. Os resultados mostram que esses jovens melhoram a capacidade de comunicação executiva e interpessoal, principalmente, ao explicar conceitos científicos complexos para não-cientistas, e na adequação de textos e apresentações de acordo com o tipo de audiência.

4. Investir em mentoria: Todos os participantes trabalham sob a coordenação e mentoria de profissionais experientes, comprometidos com o aprendizado e crescimento profissional dos estudantes. Eles também recebem coaching semanal de líderes e se relacionam com a alta gerência da Amgen.

5. Fomentar laços com o Brasil: Durante o estágio, o contato com os líderes da Amgen no Brasil é frequente. O objetivo é manter o vínculo desses jovens com os negócios que acontecem na filial brasileira. Além disso, os participantes são recebidos por todos os executivos da empresa no Brasil quando voltam para o país com o intuito de apresentar a empresa e os negócios brasileiros e estreitar os laços para futuras vagas com o perfil dos participantes.

6. Dar apoio logístico: Sabemos também que uma estrutura básica de apoio logístico é necessária para que os estudantes possam ter sucesso no trabalho. É por isso que nosso programa de estágio oferece benefícios que incluem salário, moradia, ajuda de custo com transporte e acesso ao centro de fitness dentro da Amgen. Como estão longe de casa, e com limitada inserção na comunidade local, a Amgen oferece também atividades sociais nos fins de semana para ajudar a construir um espírito de coleguismo e trabalho em equipe entre eles.

Esperamos que outras empresas também passem a ver o apoio aos estudantes do Ciência sem Fronteiras como uma forma de contribuir para a formação dos inovadores do amanhã e que invistam na preparação e formação dos mesmos com seriedade e compromisso. Como disse Peter Drucker, um dos grandes gurus da administração moderna, “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. É com orgulho que vemos um grande amadurecimento nos nossos estagiários. Muitos saem daqui com bastante clareza a respeito da carreira que querem desenvolver e não me restam dúvidas que voltam para o Brasil com uma perspectiva muito mais ampla para o futuro deles mesmos e do país como um todo.

*Eduardo Cetlin é Diretor de Responsabilidade Social da Amgen

Profissionais de TI podem concorrer à bolsa para mestrado no exterior

O Programa Ciência sem Fronteiras começa a oferecer bolsas de estudo no exterior para mestrado profissional, conforme informou a presidenta Dilma Rousseff. Anunciado em outubro pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, esse tipo de curso – diferentemente do mestrado acadêmico – prevê formação mais específica, voltada para o mercado de trabalho. O curso tem duração aproximada de dois anos.

“Ele é perfeito para quem já concluiu o curso superior e precisa desenvolver ou aperfeiçoar seu conhecimento para aplicá-lo na sua vida profissional, na empresa ou na indústria onde trabalha. Nós precisamos desse tipo de profissional para que a ciência desenvolvida nas universidades e nos centros de pesquisa seja transformada e rapidamente aplicada, melhorando os nossos produtos e serviços, gerando mais tecnologia, mais riqueza para o nosso país”, disse Dilma, ao participar nesta segunda-feira do programa semanal Café com a Presidenta, produzido pela EBC Serviços, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Ela explicou que as bolsas oferecidas inicialmente serão para importantes universidades dos Estados Unidos, como Harvard, Columbia, Stanford e Yale, e para as mesmas áreas prioritárias do Ciência sem Fronteiras, como engenharia, matemática, química, física, ciências médicas e da computação. Informações sobre o programa, incluindo as inscrições, podem ser obtidas no site do programa. Leia a reportagem completa em http://computerworld.uol.com.br/carreira/2013/12/02/profissionais-de-ti-podem-concorrer-a-bolsa-para-mestrado-no-exterior/

Fonte: COMPUTERWORLD