Congresso Abit 2016: futuro da indústria têxtil é a tecnologia

O primeiro Congresso Internacional Abit 2016 reuniu cerca de 400 empresários em discussões estratégicas para o setor e como os olhares do cenário global estão voltados para inovação, sustentabilidade, internacionalização, macrotendências, além das novas tecnologias, modelos de negócios e perfil do consumidor.

Mesmo com o cenário brasileiro incerto, para o presidente da Abit, (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Rafael Cervone, não há crise que dure para sempre, esse momento deve ser visto como oportunidade. Exemplo disso é o fato de que com o custo elevado, as pessoas deixam de adquirir eletrônicos e passam a comprar roupas. “Para um setor tão criativo, nenhuma ideia é perdida. Agora ao lado de cada um de vocês, tem alguém que está se preparando, pensando em como inovar, para este novo Brasil que virá”, afirma.

Um dos destaques do evento foi a apresentação de uma visão positiva, por parte da entidade sobre a indústria têxtil, que segue buscando fomentar o comércio exterior, que mesmo enfrentando há tempos a concorrência estrangeira tem expandido suas ações para além das fronteiras. O otimismo com as exportações foi ratificado pelo presidente da Apex-Brasil, David Barioni. “Apenas de janeiro a maio deste ano, a indústria têxtil já exportou cerca de R$ 650 milhões”, lembrou o executivo.

Com temas divididos em seis painéis, os palestrantes abordaram a importância do investimento em novas tecnologias que integrem os processos e minimizem os impactos ambientais, pois o futuro da indústria está diretamente atrelado as novas gerações, no qual o consumidor definirá o que será produzido, priorizando o que é customizado e politicamente correto. A internet influenciará todas essas mudanças, interligando as informações, de forma a beneficiar não só o cliente final, mas toda a cadeia têxtil.

Ainda no evento, foi lançado o livro “A quarta revolução industrial do setor têxtil e de confecção: a visão de futuro para 2030”, organizado por Flavio da Silveira Bruno, com a intenção de aproximar o Brasil da revolução industrial que já acontece em outros países. A obra une história e tecnologia por meio de imagens e vídeos disponíveis em QR Code, diferencial que facilita a compreensão dos leitores.

O evento foi realizado pela Abit, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), por meio do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira).

Importômetro: Brasil já importou mais de US$ 5 bilhões em produtos têxteis neste ano

De acordo com o “Importômetro” (Relógio que marca o valor acumulado das Importações de Têxteis que entram no Brasil) da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), nos primeiros nove meses do ano, o país já importou mais de US$ 5 bilhões em produtos têxteis, fazendo com que mais de 598 mil postos de trabalhos deixassem de ser gerados no setor.

De janeiro a agosto de 2013, somente as importações de vestuário cresceram 4,5%, em valor (US$) e as exportações caíram 1,4%. No entanto, nos mesmos primeiros sete meses do ano, o volume de vendas no varejo cresceu 3,4%, ao passo que a produção têxtil apresentou queda de 3,1% e a de vestuário diminui 2,2%. Isso comprova que os produtos importados estão aumentando sua participação no mercado nacional, enquanto as empresas estão com capacidade ociosa.

Em uma década, o valor de produtos têxteis importados cresceram 20 vezes, saindo de US$ 110 milhões para US$ 2,1 bilhões.

Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC)
Além de combater as importações desleais, o Brasil precisa urgentemente se tornar um país competitivo para não se desindustrializar. A ABIT defende um Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), pois acredita que somente assim será possível resgatar a competitividade e garantir não somente o emprego de milhares de brasileiros, como também crescer e gerar mais renda para o Brasil. A proposta é que o elo mais fraco, a confecção, seja fortalecida para resgatar toda a Cadeia. Reduzir a carga de tributos federais para até 5% sobre o faturamento para essas confecções, em síntese, é a proposta do RTCC da Abit. Em junho deste ano, a Associação entregou a proposta do RTCC ao MDIC e na Fazenda. “Há muito tempo o cenário deixou de ser de competitividade entre empresas, para ser de competitividade entre países. O Brasil está muito longe nessa corrida e considerado um dos piores mercados para se produzir. Precisamos urgentemente, mudar esta situação”, afirma o presidente da ABIT, Aguinaldo Diniz Filho.

Mais informações em www.abit.org.br/empregabrasil

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