Startups do varejo captam US$ 678 milhões em 2020 e têm o melhor ano da história

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As retailtechs, como são chamadas as startups dedicadas para a transformação digital do varejo, captaram US$ 678 milhões em 2020, volume recorde distribuído em 40 rodadas. O montante acumulado ao longo dos últimos doze meses é 30% superior ao volume investido no setor em 2019, ano que atingiu a marca de US$ 521 milhões. Os dados são do Inside Retailtech Report, levantamento mensal realizado pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da empresa de inovação aberta Distrito.

“A pandemia trouxe uma série de mudanças de comportamento no consumidor e isto, por sua vez, impulsionou modelos de negócios das retailtechs. Falamos aqui de startups que trazem tecnologia para o varejo, muitas vezes viabilizando o comércio online”, afirma Gustavo Araujo, cofundador e CEO do Distrito. “Sem dúvida alguma, este modelo foi validado em escala pela população, que entendeu que pode consumir pela internet com segurança. A digitalização do varejo ganhou então velocidade e escala e é natural que estas empresas atraiam mais atenção do mercado”, completa.

Em dezembro de 2020, uma das startups que receberam investimento foi a Dolado, plataforma que tem como objetivo digitalizar pequenas e médias empresas, apresentando ao consumidor comércios do entorno. A retailtech captou US$ 2,2 milhões em uma rodada liderada pela Valor Capital Group que ainda contou com Global Founders Capital, Provence, Norte Capital e outros investidores anjo.

Fusões e aquisições

Em 2020, o setor também alcançou um recorde no número de fusões e aquisições. Até o momento, foram realizadas 18 movimentações desta natureza. Já são sete a mais do que o total registrado em 2019, que somou 11 M&As. Dentre os M&As que foram realizados neste ano, destaca-se a aquisição da plataforma de pagamentos Vindi pela LocaWeb. A transação foi realizada em outubro, com valor de US$ 32,3 milhões.

Raio-X

De acordo com o levantamento, o Brasil conta hoje com 731 retailtechs. A maior parte delas, se volta para soluções focadas na operação do varejo (28,5%). A segunda categoria que mais reúne startups é a de e-commerce (22,7%), englobando aqui empresas exclusivas do comércio online. Em terceiro lugar estão aquelas que atuam no engajamento do consumidor (17,5%).

Tendências do setor

De acordo com o levantamento, em 2021, as startups que atuam com e-commerce novamente irão repetir o feito do último ano e continuar como o destaque do setor. O estudo estima que, ao menos 20 aportes em estágios avançados (Series A e superiores), devam ocorrer no setor ainda este ano. Além disso, a expectativa é que o ticket médio destas rodadas continue a aumentar.

Soluções de omnichannel

O estudo também traz um panorama geral das startups nacionais que atuam com omnichannel — solução para a integração entre diversos canais, seja de venda, marketing ou atendimento, com o objetivo de entregar uma experiência única aos consumidores. De acordo com o levantamento, essas empresas devem crescer no desde 2011 essas empresas atraíram US$ 418 milhões.

O levantamento revela, ainda, que 87% do volume total investido nestas empresas deve-se ao unicórnio VTEX, que já atraiu US$ 365 milhões. Outras startups do segmento que receberam aportes relevantes foram Nuvemshop (US$ 38,3 milhões), Digibee (US$ 5 milhões) e Loud Voice (US$1,5 milhão).