Resistir às mudanças causadas pela Transformação Digital poderá ser fatal às corporações de economia tradicional no próximo ano, alerta a pesquisa global da consultoria Protiviti, feita em parceria com a Universidade Estadual da Carolina do Norte. O relatório, intitulado “Perspectivas Executivas sobre os Maiores Riscos para 2019”, traz as dez preocupações mais latentes de um grupo de 825 líderes empresarias de diversas economias ao redor do mundo.
O levantamento detectou que, apesar de já estarem cientes dos impactos da Transformação Digital no dia a dia corporativo, as empresas da velha economia estão temerosas com os avanços de organizações nascidas digitalmente.
“As companhias devem estar dispostas a fazer, de maneira rápida, os ajustes necessários em seus modelos de negócios e operações. Negar o atual cenário da transformação digital pode minar unidades de negócio ou até mesmo empresas inteiras” diz Rodrigo Castro, líder da Prática de Gestão de Riscos Corporativos da operação brasileira da Protiviti e porta-voz do relatório no País.
O impacto deste cenário se mostra alarmante ao constatar que nesta edição da pesquisa, que prevê riscos para 2019, o fator disrupção digital saltou da décima posição ocupada em 2018, para o primeiro lugar. Segundo Castro, tal ascensão deixa clara como a agilidade e a escalabilidade estão no topo das prioridades das empresas.
“As companhias tradicionais estão sofrendo para competir com os adversários digitais que operam com mais eficiência, são inovadores em sua essência, conseguem lançar produtos e serviços altamente escaláveis por meio de modelos de negócios ágeis, além de sempre focarem na melhor experiência do cliente”, comenta o porta-voz.
Na sequência da preocupação com os avanços digitais, outra questão que vai tirar o sono dos executivos em 2019 são os desafios ligados à sucessão e à capacidade de atrair e reter talentos, processos que estão sob a influência de um mercado de trabalho cada vez mais restrito e uma maior demanda por conhecimentos digitais especializados.
Mudanças regulatórias e ampliação de controle legais, como a General Data Protection Regulation (GDPR), em países europeus, e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGDP) no Brasil, também são fontes de insegurança para a classe empresarial e alcançou o terceiro lugar na lista.
Vale ressaltar que na relação de riscos globais, as preocupações acerca das condições econômicas saíram da lista dos dez maiores riscos pela primeira vez em sete anos de pesquisa.
Abaixo, veja a lista completa dos dez maiores riscos identificados para os negócios em 2019:
1. Operações existentes alcançando metas de desempenho, competindo com empresas “digitais de nascença”;
2. Desafios de sucessão e capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
3. Mudanças regulatórias e rigidez regulatória;
4. Ameaças cibernéticas;
5. Resistência a mudanças no modelo de negócio e na operação;
6. Alta velocidade de inovações radicais e novas tecnologias;
7. Gestão de privacidade/identidade e segurança da informação;
8. Incapacidade de utilizar análises e big data;
9. A cultura da organização talvez não estimule o suficiente uma identificação e escalonamento de eventos de risco a tempo;
10. Manutenção da fidelidade e retenção de clientes
Os riscos na América Latina e América do Sul
O número significativo de respostas de empresas localizadas em diferentes países permitiu que, pela primeira vez, fosse realizada uma análise independente em cada região. Na apuração referente à América Latina e à América do Sul, foram apontados cinco principais riscos. Destes, os três primeiros seguem alinhados com o resultado geral da pesquisa global, porém em ordem distinta. São os seguintes:
1. Resistência a mudanças no modelo de negócio e na operação;
2. Desafios de sucessão e capacidade de atrair e reter os melhores talentos;
3. Dificuldade das operações existentes e infraestrutura de TI alcançarem metas de desempenho e competirem com empresas “digitais de nascença”.
Na sequência dessas preocupações, há outros dois riscos macroeconômicos relatados especificamente nesta região e que são derivados da realidade político-econômica local e por se tratar de países em crise e com constantes interferências governamentais no mercado. São eles:
4. As condições econômicas nos mercados atendidos afetando significativamente as oportunidades de crescimento;
5. Aumento de custos trabalhistas impactando o atingimento das metas de lucratividade.
Mais informações sobre a pesquisa podem ser acessadas através do link www.protiviti.com/toprisks