O mundo tecnológico é repleto de buzzwords, tendências e ‘inovações disruptivas’. É tão fácil perder-se em novas terminologias que, às vezes, não tomamos conhecimento ou ignoramos alguma tecnologia que causa um real impacto no mundo.
Eu acredito que edge computing recai nessa categoria. Trata-se de um termo não exatamente novo, mas muitas pessoas da indústria ainda não têm consciência do seu significado e, certamente, da sua importância para os negócios.
Nós realizamos uma pesquisa em nossa base de clientes e parceiros em toda a região Ásia Pacífico e descobrimos que quase um terço dos entrevistados não tinha pleno conhecimento desta tecnologia. Quarenta por cento dos entrevistados têm uma compreensão abrangente da tecnologia, mas somente um terço efetivamente fez mudanças em sua infraestrutura para acomodá-la.
O Gartner também realizou uma pesquisa (Gartner, Hype Cycle for Emerging Technologies, 2017, 21 de julho de 2017, Mike J. Walker) sobre o tema. Segundo esse instituto de pesquisa, “A maior parte da tecnologia para data centers edge está prontamente disponível; ainda assim, a aplicação generalizada da topologia e arquiteturas explícitas de aplicação e rede ainda não são comuns. Segue sendo necessário que as plataformas de gerenciamento de sistemas e rede sejam ampliadas para incluir unidades edge e tecnologias específicas para a função edge, tais como data thinning, compressão e análise de vídeo”.
Neste artigo, analisamos exatamente o que é a periferia da rede e por que é importante que sua empresa tenha a estratégia correta para ela.
Então, de que se trata?
A extremidade (edge) representa pontos de entrada em redes corporativas ou de provedores de serviços. Tradicionalmente, isso incluía roteadores, switches, computadores desktop etc. Nos anos recentes, a periferia se expandiu; isso foi provocado, em parte, pela disseminação de tablets, laptops, smartphones, dispositivos vestíveis e outros.
Essa explosão, um sinal de nossa gradual transição para um futuro baseado em IoT, impulsionou a necessidade de ‘edge computing’, que definimos como o processo de deslocar o poder computacional do data center para as extremidades da rede, perto de onde todos esses dispositivos estão e para os quais a maioria dos dados está, agora, sendo criada.
Considere a maneira pela qual os dados são hoje criados e processados na periferia.
Uma loja de varejo que necessite de processamento de informações de clientes em tempo real; uma agência governamental que precise localizar dados por razões de segurança; sites de mining que necessitam de analytics em tempo real de dados capturados de um drone explorador ou de um dispositivo vestível usado por trabalhadores – particularmente críticos em casos de acidente. O quadro é cristalino: estamos desenvolvendo inovações digitais que são processadas na periferia da rede; portanto, necessitamos de alguma infraestrutura neste local, a periferia, para cuidar disso. Mais do que uma argumentação, trata-se de uma realidade premente. Implementar infraestrutura edge é vital para otimizar a maneira como a sua empresa usa a tecnologia.
Apoiando a maneira como usamos a tecnologia hoje
Agora, pense em como dependemos da tecnologia atualmente – não somente no local de trabalho, mas na vida cotidiana.
Nós usamos aplicativos para chamar um táxi, pedir alimentos, alugar nossas casas, verificar o clima, agendar feriados e quase tudo o mais. Temos pouca paciência quando esses serviços estão indisponíveis.
Essa dependência e a pouca paciência são levadas ao local de trabalho. Os funcionários – e, em particular, os funcionários mais jovens, da geração do milênio – querem uma experiência de usuário totalmente integrada em seu local de trabalho; querem que a tecnologia trabalhe para eles. Falhas, flutuações e latência estão simplesmente fora de questão.
As empresas responderam às novas exigências de um playground digital no local de trabalho por meio da proliferação dos dispositivos periféricos mencionados acima. Infelizmente há uma desconexão entre isso e a implementação da infraestrutura que precisa estar operante para apoiar esse modelo.
Se você implementa infraestrutura de edge, como um data center modular – um sistema limpo, plug-and-play, convergido – até as linhas de frente da sua empresa, as cargas de trabalho são processadas mais rapidamente e com latência mínima.
Isso significa videoconferências com áudio e vídeo sincronizados e uma experiência não arruinada por imagens pixelizadas e má qualidade de som. Isso é feito conectando o tablet ao servidor em milissegundos, não minutos. O resultado é uma melhor experiência geral do usuário (UX).
Ou seja: não faz mais sentido depender do data center, que pode estar a quilômetros de distância ou até ultrapassado, para gerenciar a periferia da rede. Uma abordagem multifacetada é necessária. Acima de tudo, a periferia está se tornando rapidamente a parte mais importante dessa abordagem.
Robert Linsdell lidera a divisão ANZ, da Vertiv.