O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o consórcio liderado pela McKinsey & Company, com a participação da Fundação CPqD e do escritório de advocacia Pereira Neto | Macedo, divulgaram nesta terça-feira (19 de setembro) no Painel Telebrasil 2017, em Brasília, alguns dos resultados já consolidados do estudo técnico “Internet das Coisas: Um Plano de Ação para o Brasil”, que servirá de base para o Plano Nacional de IoT. O balanço foi apresentado no painel intitulado “Plano Nacional de IoT: Prioridades e Objetivos” pelo coordenador-geral de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Política de Informática do MCTIC, Thales Marçal Vieira Netto; pelo Gerente Setorial AI/DETIC do BNDES, Ricardo Rivera; pelo sócio sênior da McKinsey, Paulo Fernandes; e pela sócia Patrícia Ellen, também da consultoria.
Nesta etapa do estudo técnico, estão previstos a elaboração de uma visão geral e os objetivos estratégicos para implementação de políticas voltadas à adoção da tecnologia para cada frente prioritária (verticais) e o desenvolvimento de um Plano de Ação para o período 2018-2022.
As quatro frentes prioritárias identificadas pelo estudo foram: Cidades, Saúde, Agronegócio e Indústria. A metodologia para tal escolha incluiu a mensuração da demanda por serviços de Internet das Coisas (IoT) nas respectivas áreas, da capacidade de desenvolvimento da tecnologia em cada uma delas e da oferta de serviços de IoT para as mesmas. Os realizadores do projeto analisam agora como os fatores transversais (horizontais) a estes segmentos — capital humano; inovação e inserção internacional; ambiente regulatório, segurança e privacidade; e infraestrutura de conectividade e interoperabilidade — interferem e podem contribuir para evolução de IoT no Brasil.
Na frente de atuação para Cidades, o foco de aprofundamento do estudo é a viabilização de planos de IoT para municípios de diferentes perfis. Para a Saúde, a pesquisa explora como viabilizar a adoção de Internet das Coisas por hospitais e unidades de atendimento e monitoramento remoto de pacientes. No segmento do agronegócio, o estudo se aprofunda na compreensão de como promover IoT para impulsionar a produção das principais culturas agrícolas e da pecuária. Por fim, o foco de aprofundamento de IoT para a indústria é construção de uma visão geral de oportunidades de aplicação da tecnologia para fomentar o desenvolvimento do setor.
Os elementos do Plano de Ação para o período 2018-2022, apresentado no Telebrasil, tem como objetivo concretizar a aspiração definida pelo projeto para IoT no país, a saber, “acelerar a implantação da Internet das Coisas como instrumento de desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira, capaz de aumentar a competitividade da economia, fortalecer as cadeias produtivas nacionais, e promover a melhoria da qualidade de vida”.
Em outras palavras, o Plano de Ação é constituído por iniciativas que visam promover o desenvolvimento e o crescimento econômico; fazer com que a sociedade se aproprie e se beneficie desta tecnologia (com vistas à melhoria da gestão dos recursos públicos, prestação de serviços inteligentes e impulso à capacitação de pessoas); e permitir que IoT fortaleça as pequenas e médias empresas, gerando inovação, aumento do potencial de exportação desta tecnologia e inserção no cenário internacional.
Visões para as Frentes Priorizadas – Por fim, foram apresentados para cada uma das verticais selecionadas, como um dos resultados da Fase III do estudo “Internet das Coisas: Um Plano de Ação para o Brasil”, uma visão geral das aspirações do Plano e quatro objetivos estratégicos.
Na vertical de Cidades, esses objetivos visam aperfeiçoar a mobilidade, a segurança pública, o uso dos recursos e a inovação. No campo da Saúde, por sua vez, o plano aponta como objetivos melhorar a efetividade dos tratamentos e o monitoramento contínuo de doenças; a prevenção de situações de risco e o controle de epidemias; o aumento da eficiência dos hospitais públicos; e o estímulo à inovação. Para o agronegócio, os objetivos estratégicos giram em torno da melhoria do uso eficiente de recursos naturais, bem como do maquinário; o aumento do volume de informações e a precisão do monitoramento de ativos biológicos; e a promoção da inovação na área. Por fim, os objetivos para Indústria buscam aumentar a eficiência e a flexibilidade dos processos industriais; o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócio; a integração e a cooperação nas cadeias de fornecedores de bens, componentes, serviços e insumos; e a adoção de soluções desenvolvidas localmente.
O estudo técnico para a elaboração do Plano Nacional de IoT decorre do termo de compromisso firmado em dezembro do ano passado entre o MCTIC e o BNDES. Composta por quatro fases — diagnóstico e aspiração geral; seleção de verticais e horizontais; investigação das verticais, elaboração de visão para cada uma delas e construção de um Plano de Ação; e suporte à implementação —, a pesquisa foi realizada por um consórcio liderado pela McKinsey, com participação do CPqD e da Pereira Neto | Macedo Advogados, com ampla participação do ecossistema de internet das coisas do Brasil. Foram 4.600 convites para participar de um grupo de engajamento digital, 2.200 contribuições na Consulta Pública realizada pelo BNDES em dezembro de 2016 e janeiro de 2017; 380 especialistas consultados; mais de 100 entrevistas e mais de 80 horas de workshops com experts no tema.