Investir em coworking pode ser alternativa para reaquecer o mercado imobiliário

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Com o mercado imobiliário desacelerado e o valor do aluguel em queda, criar um espaço de coworking torna-se uma opção viável para quem tem um imóvel sem uso ou deseja abrir uma empresa, aproveitando um momento em que os preços baixos proporcionam bons negócios.

De acordo com o levantamento do índice Fipezap, houve uma grande queda entre os investidores que visavam aluguel, sendo, em dezembro de 2016, o menor percentual da série histórica (21%). Esse cenário é a oportunidade ideal para barganhar ou pensar em uma maneira diferente de conseguir aproveitar o espaço.

Para quem é proprietário mas não consegue alugar, montar um espaço de trabalho compartilhado trará vantagens. Mesmo com valor mais baixo por cabeça, por serem vários locatários no mesmo imóvel, o risco de inadimplência é menor.

Enquanto em um aluguel de sala comercial o locatário fica “preso” a um contrato de no mínimo 24 meses, com um único inquilino, sempre correndo o risco de inadimplência, no coworking isso deixa de ser uma preocupação. Isso devido ao fato de existirem mais locatários e podendo ter um giro por estação de trabalho, em média de 12 meses.

Em termos de rentabilidade, um escritório compartilhado pode aumentar o ticket médio do empreendedor mensalmente, sem ter aumentar o valor do aluguel. Quanto mais o investidor tiver a “mente aberta” em relação ao empreendimento, oferecendo serviços para o seu locador, o lucro será maior.

Quem aluga uma estação de trabalho também tem seus benefícios nessa relação comercial, pois se existir aumento no aluguel, este valor será repassado para outras empresas que dividem o mesmo espaço. Ou seja, o valor será rateado e não impactará de forma tão expressiva os custos para o locador.

Dicas para investir

Para quem está pensando em investir em coworking, este é o momento certo. Muitos imóveis estão disponíveis para barganhar com o proprietário a um bom preço para a locação. Pesquisas recentes da FGV mostram que o índice de confiança tem crescido, indicando que mais pessoas podem se interessar em locar um lugar para trabalhar.

“Coworking é um negócio como qualquer outro, uma prestação de serviço que precisa de gestão –não é apenas dividir o espaço de um imóvel e alugar”, alerta Bruna Lofego, especialista em escritórios compartilhados e criadora do método Como Criar um Coworking de Sucesso. “Antes de investir, faça um estudo de viabilidade financeira.”

O planejamento é fundamental para que o negócio não vá “por água abaixo” no primeiro ano e leve o dinheiro investido para o ralo. “Engana-se quem acha que é só disponibilizar cadeiras, mesa e internet”, diz Bruna. O investidor precisa ter sensibilidade para escolher o lugar, a decoração e os serviços que serão agregados ao espaço, como segurança, limpeza, telefonia, alimentação etc.

Um bom imóvel para criar um espaço de coworking, segundo a especialista, está em lugares com grande fluxo de pessoas, preferencialmente próximo a centros financeiros que tenham acesso a transporte público.

Tamanho do imóvel e diferenciais

O tamanho ideal deve ser em média de 160 m². A estrutura já existente é outro atrativo. Quanto mais “pronto” ele estiver, melhor. “Se não for necessário trocar piso, encanamento ou fiação e já estiver com outros atrativos, como ar-condicionado, o investimento inicial tende a ser menor e os espaços estarão disponíveis rapidamente para os locatários”, comenta Bruna.

Escolher com cuidado a mobília e a decoração é outro diferencial. Sempre tenha em mente qual é o público que deseja atingir para que o ambiente ajude a atrair seu target.

Também é fundamental buscar tecnologia adequada ao trabalho: internet, PABX e suporte técnico. “Um dos pilares de um espaço de coworking é o serviço de internet”, diz Lofego. “Se você não oferecer, no mínimo, 5 Mb de internet dedicada, pode ter certeza de que não irá durar no mercado por muito tempo.”