Estudo da SBVC mostra a radiografia do varejo brasileiro em um ano marcado da pandemia

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Em um ano marcado pela pandemia, o varejo brasileiro mais uma vez apresentou um desempenho bem superior ao do PIB, contribuindo para que os efeitos da Covid-19 não fossem ainda mais dramáticos. De acordo com o estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira”, realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o chamado Varejo Restrito (varejo de bens de consumo, exceto automóveis e materiais de construção) fechou 2020 com uma expansão de 1,2%, contra um declínio de 4,1% do PIB. Este foi o quarto ano consecutivo de expansão do varejo, que desde 2016 vem superando o desempenho da economia como um todo.

Em sua edição 2021, o estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira” faz uma radiografia atual e completa do setor no País, analisa em detalhes sua participação na economia nacional; geração de empregos; traz números por área de atuação, estatísticas e fatores de influência em seu desempenho; e revela os impactos do Covid-19 sobre o setor.

No ano passado, o Varejo Restrito, com expansão de 1,2%, teve um resultado superior ao Varejo Ampliado (que inclui automóveis e materiais de construção), de -1,5%. Movimentando R$ 1,75 trilhão, o Varejo Restrito equivale a 23,6% do PIB brasileiro. O Varejo Ampliado, por sua vez, alcançou R$ 2,04 trilhão em 2020, representando 27,6% do PIB.

Para Eduardo Terra, presidente da SBVC, o varejo vem se mostrando resiliente, eficiente, produtivo e em transformação. “Neste momento, estamos presenciando o nascimento de um novo varejo no Brasil. A transformação digital do setor é acelerada e cria uma série de oportunidades para as empresas que estão preparadas para este movimento”, analisa.

A importância do varejo também se mostra no volume de empregos gerados. Em um ano em que a taxa de desemprego medida pelo IBGE subiu de 11,9% para 13,5% (alcançando 14,2% no quarto trimestre de 2020), o varejo teve um saldo líquido de -33,5 mil vagas. “Considerando o ano que tivemos o resultado é positivo.

Durante todo o segundo semestre, o varejo contratou mais do que demitiu, refletindo um reaquecimento da economia”, afirma Terra. De acordo com o estudo, o varejo emprega cerca de 26% dos trabalhadores com carteira assinada no País, ou mais de 8,5 milhões de pessoas. “Além disso, o varejo é muito flexível e responde rapidamente ao comportamento dos consumidores. Por isso, a saída da crise passa, sem dúvida, pelo desempenho do setor”, comenta.

O estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira” alinha e estrutura conceitos, definições, classificações, estatísticas e números a respeito do varejo na economia brasileira e mostra em detalhes um retrato do passado recente do setor, com uma análise da situação atual. “É fundamental que um segmento que emprega um em cada quatro trabalhadores brasileiros com carteira assinada e que gera impacto em dois terços do PIB do País seja cada vez mais estudado e analisado, para que toda sua cadeia de valor e os diversos órgãos dos poderes Executivo e Legislativo possam conhecê-lo e compreendê-lo mais profundamente”, afirma Eduardo Terra, Presidente da SBVC.

As principais entidades que representam o varejo nacional contribuíram com a formulação dos conceitos, definições e classificações, trazendo para o estudo seus dados e estatísticas para que, organizados, possam dar um entendimento mais claro e detalhado do papel de cada uma na economia brasileira. Para Eduardo Terra, esse alinhamento de conceitos e definições é fundamental. “Contando com o apoio das principais entidades de classe de âmbito nacional, conseguimos unificar alguns conceitos e estabelecer números mais alinhados e comuns a todo setor”, afirma Eduardo. “Isso traz uma visão mais ampla da força do varejo e de sua importância para a economia brasileira”, acrescenta.

O estudo levou em consideração os números e levantamentos das entidades representativas dos seguintes segmentos: Franchising, Shopping Centers, Hiper e Supermercados, Bares e Restaurantes, E-commerce, Material de Construção, Farmácias e Drogarias, Livrarias, Perfumarias e Pet Shops. O levantamento mostra o cenário atual que caracteriza um novo ciclo para o setor varejista, desafiando empresas a continuar seu processo de expansão, perseguindo simultaneamente mais eficiência e competitividade.