Estudo da everis e The Economist aponta tendências tecnológicas sobre digitalização da força de trabalho

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Computadores dotados de inteligência e capazes de aprender novas tarefas e robôs mais rápidos e eficientes. Elementos de um futuro que, na verdade, já são realidade e trazem um simples questionamento: o mercado está pronto para essas inovações? Para tentar responder a esta e a outras questões, o estudo “Preparação para a digitalização da força de trabalho” (Preparing for the Digitization of the WorkForce), realizado pela everis em parceria com a revista inglesa The Economist, explora como estas tendências estão mudando a natureza do trabalho no século 21 e como as organizações estão se preparando para esta revolução. O relatório ouviu 228 executivos de empresas nos Estados Unidos, Europa, América Latina e Ásia-Pacífico.

“As maiores tendências apresentadas no estudo são a eficiência dos robôs e a inteligência artificial. Há uma enorme demanda no mercado envolvendo estas inovações. Elas estão provando que cada vez mais é possível executar de maneira eficiente tarefas antes impossíveis de se realizar”, destaca Rodrigo Catalan especialista em Tecnologia da Informação e lidera a operação de Business Process Outsourcing da everis no Brasil

Novas oportunidades profissionais. Diante deste cenário, um dos pontos levantados é que a digitalização da força de trabalho acontece durante um momento de alta demanda por talentos. O desafio mais comum entre os entrevistados é a limitada oferta de mão de obra qualificada, problema que as tecnologias analisadas oferecem uma série de soluções, já que 80% dos entrevistados para este relatório acreditam que a capacidade de uma organização para utilizar fontes digitais de trabalho será um fator-chave para o seu sucesso no futuro.

A busca por necessidades mais estratégicas. O estudo aponta que mais da metade das empresas criaram uma estratégia para abordar a força de trabalho de digitalização, mas menos de um quarto delas chegaram a adotá-las. O impacto da digitalização de trabalho está na agenda corporativa, mas enquanto um total de 58% dos entrevistados planejaram uma estratégia que abrange a digitalização do trabalho, apenas 23% a implementaram de fato. Algumas barreiras comuns incluem a ausência de conhecimento técnico, processos de negócios com dificuldades de realizar mudanças e uma falta de vontade de inovar. Isso não significa que estas não estão sendo usadas, muito pelo contrário, elas apenas ainda não estão sendo utilizadas de forma estratégica.

Tecnologias beneficiarão mercados em cinco anos. O uso de robôs tem permitido que profissionais altamente qualificados possam concentrar seu talento onde é realmente necessário e de maneira mais estratégica. Em contrapartida, de acordo com o relatório, a falta de conhecimento técnico é o maior desafio na área. Para 45% dos entrevistados a falta de compreensão em novas técnicas e tecnologias é o principal entrave. Quando questionados se a organização faz algum uso de robôs em seus processos, o recurso é utilizado por apenas 38%. A maioria, 50% dos entrevistados, não utilizam ou não pretendem utilizá-la no futuro. No entanto, para 48% dos que participaram da pesquisa, nos próximos cinco anos, uma das áreas que mais se beneficiarão com a eficiência desta tecnologia é a de manufatura.

Ainda segundo Rodrigo Catalan, com o surgimento de novas tecnologias e redução de custos em hardware, três importantes tendências relacionadas à eficiência do uso de robôs podem levar as empresas inteligentes a repensar sua utilização: “A primeira, com o uso de robôs industriais para realização de diferentes tarefas saindo dos ambientes fabris e atuando, por exemplo, em hotéis ou restaurantes. A segunda, com o emprego de nuvem mais eficientes, que permitem o uso de um hardware robô ligado a um servidor para coordenar outras centenas de robôs em enormes armazéns, por exemplo. E a terceira, com o uso dos robôs fora de ambientes industriais, como no projeto do carro que dirige sozinho, drones e exoesqueletos, que são exemplos claros. Há também uma nova leva de produtos, como o robô pessoal Jibo, que prometem mudar a forma como interagimos com o mundo”, conclui.

De acordo com a Federação Internacional de Robótica (IFR), as vendas de robôs alcançaram 178,132 unidades em 2013, de longe o maior nível já registrado em um ano. Em 2014, eles aumentaram mais de 27%, a uma estimativa de 225 mil unidades.

A inteligência artificial (IA) já é bastante difundida no mundo dos negócios. A pesquisa revela que 43% dos entrevistados dizem que suas organizações estão fazendo algum uso desta tecnologia. A aplicação mais comum hoje é em análise de dados. Em relação a esta área, o estudo revela que cerca de 65% das companhias pretendem aplicar a IA, já que inovações recentes têm ajudado as empresas a extrair conhecimento e a aprender com o crescente volume de dados que coletam. Os respondentes também enxergam a IA como uma ferramenta para ajudar os profissionais a serem mais produtivos.

“Empresas de todos os setores irão se beneficiar do uso destas tecnologias, o setor financeiro, por exemplo, tem grandes oportunidades neste cenário, já que se trata de um setor que conta com um número significativo de profissionais qualificados executando tarefas de baixo valor agregado, mas que são fundamentais para as instituições. Algumas empresas já têm utilizado aplicações baseadas em IA para compreender os seus clientes, recomendar ou sugerir soluções pertinentes às suas necessidades”, explica Catalan.

Pontos importantes a se considerar no futuro. Nos próximos anos, as empresas precisarão começar a estudar novas possibilidades e a analisar quem já está colhendo os benefícios da digitalização para não ficarem para trás, já que as tecnologias cognitivas e o uso de robôs têm se tornado cada vez mais acessíveis e menos onerosas, reduzindo significativamente entraves à produtividade e inovação; a força de trabalho do futuro também precisa começar a ser pensada, em termos de habilidades que serão necessárias para estarem alinhadas às estratégias de crescimento e expansão dos negócios.