Debate promovido nesta quarta-feira (22) discutiu as necessidades do desenvolvimento de práticas ESG, autoconhecimento e aprendizado constante
O mercado de trabalho passa por intensas e profundas transformações, que vão exigir dos executivos de finanças novas competências e habilidades para se manterem em consonância com a expectativa das empresas. Com o tema “Reskilling” do Profissional de Finanças”, a série Jornada do CFO, organizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP) recebeu nesta quarta-feira (22) especialistas para um debate online sobre o que esperar dos profissionais da área nos próximos anos.
“O renomado psicanalista Dr. Jorge Forbes, um dos maiores pensadores brasileiros propõe a discussão sobre um novo mundo que se anuncia e se estabelece e provoca-nos sobre como, então, devemos compreendê-lo e habitá-lo. Ele comenta que viver, amar, liderar, trabalhar, empreender será diferente e, provavelmente, ninguém ainda está pronto para esta nova realidade. Diante deste novo contexto de mundo que se apresenta, também as organizações e os profissionais que nelas trabalham, precisarão ter um olhar para dentro no sentido do auto conhecimento e para fora em relação aos esperados novos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) no dia a dia de suas atividades e desafios profissionais, portanto, buscando constantemente “reskilling”, “upskilling”, “crossskilling” e praticando diuturnamente o “lifelong learning” se pretendem perpetuar-se no mercado de trabalho de forma competitiva e atual”, afirma João Marcio Souza – CEO Talenses Executive Latam e VP Marketing e Comunicação do IBEF-SP.
Para a sócia Fundadora & CEO da CS Recursos Humanos & Governança Corporativa, Célia Silvério, as competências dos profissionais de finanças do futuro irão além dos conhecimentos técnicos. Os executivos precisarão estar preparados para adotar na rotina profissional práticas ESG e as competências de human skills (habilidades humanas).
“Entramos na era do protagonismo. Cumpridas nossas obrigações técnicas, entram aqui considerações acerca de resiliência, empatia, comunicação, atenção ao social, a influência interna, a solução de conflitos, humildade. Não somos mais CFOs, somos executivos de negócios que temos que buscar resultados através de pessoas”.
Diante do cenário de constante e acelerada evolução tecnológica nos processos, a CFO da Pepsico Brasil e VP do IBEF-SP, Flávia Schlesinger, destaca que é fundamental ao profissional do futuro se adaptar às mudanças e incorporar novas habilidades.
“Com o volume de dados que a tecnologia trouxe, a questão é como aprender rápido essas informações. Num mundo onde a inteligência artificial é tão importante quanto a internet, é preciso entender as novas funções. Não temos um executivo de finanças só técnico, mas mais importante que a técnica, são as habilidades humanas, como empatia e colaboração”.
“O skill de aprender a aprender é essencial”
O termo “lifelong learning”, ou “aprendizado ao longo da vida”, é um conceito que ganha um número cada vez maior de adeptos nas empresas de todos os portes e segmentos. A ideia é que o aprendizado tem que ser frequente, uma vez que o mercado de trabalho está em constante transformação.
“Essa necessidade de aprender o tempo todo é inerente ao tempo que a gente vive. O skill de aprender a aprender é essencial, não existe um ponto de chegada. É um aprendizado constante. Temos que abraçar a incerteza e estar dispostos a aprender. O autoconhecimento é fundamental para que as pessoas se desenvolvam nesse mundo tão disruptivo”, afirmou Ana Pliopas, coach executiva e de carreira e professora da FGV-EAESP.
Para a CFO, Conselheira e VP IBEF Conecta, Magali Leite, o executivo de finanças do futuro tem que ter a capacidade de se reinventar e conseguir conciliar várias carreiras nesse ambiente em constante mudança. “O profissional vai ter muitas carreiras ao longo da vida. Tudo que a gente está vivendo tem a globalização como origem e a intensa transformação do ambiente tecnológico. Uma das coisas que faz diferença no dia-dia da gestão é estimular a construção de carreiras paralelas, ter disponibilidade para ajudar, estimular esse networking fora da sua zona de conforto”.