Cada vez mais, notícias sobre o envolvimento de empresas em escândalos financeiros tomam contam dos veículos de comunicação. Gestores, lideres ou cargos de alta gestão, quando implicado nesses processos, afetam de forma significativa a imagem e a cultura da instituição ao qual fazem parte.
A crise pode afastar os investidores, dificultar o acesso ao crédito comprometendo toda a cadeia de produção, o desempenho e o engajamento da equipe.
Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas, explica que estar envolvido em uma investigação de um possível escândalo não necessariamente é a comprovação de um crime. Entretanto, pode gerar uma grande instabilidade. “ O líder precisa dar o suporte necessário aos seus colaboradores e ser sempre verdadeiro. Por isso, eledeve assumir a responsabilidade do engajamento da sua equipe e criar um ambiente onde a comunicação possa fluir de maneira natural”, destaca.
Normalmente, pessoas que erram gravemente e participam de atos criminosos são demitidos ou até mesmo, em alguns casos, presos. Isso pode criar uma situação constrangedora, fazendo com que algumas pessoas, que têm valores mais sólidos, não queiram mais trabalhar.
Alguns colaboradores que já estão com a cultura da empresa incorporada ao seu dia a dia, podem pedir o desligamento imediato acarretando em uma perda de talentos significativa, sendo necessário investir novamente em treinamento, busca e adaptação. “Muitas vezes, as empresas envolvidas são grandes e, por isso, possuem processos minuciosos de desenvolvimento e normalmente contratam bons profissionais e que não gostariam de ter a sua imagem ligada a uma crise deste tipo”, avalia Alexandre.
Para evitar que essa situação ocorra, o gestor deve se antecipar ao problema e sempre procurar o seu time para conversar e explicar detalhadamente os passos a serem adotados. “A empresa e os líderes devem ser verdadeiros. Caso fique comprovado que alguém errou, é preciso reconhecer o erro, punir os envolvidos e criar uma nova cultura. E, para isso, os líderes precisarão criar um ambiente de mudança que deve partir dos próprios colaboradores”, avalia Slivnik.
Esse cuidado é fundamental para que a empresa possa evitar que alguns talentos ou alguns colaboradores que já estão com a cultura da empresa incorporada ao seu dia a dia, peçam desligamento. Segundo Alexandre, isso sobrecarregaria ainda mais a empresa, sendo necessário treinamento, busca, e adaptação de novos funcionários. “Para evitar que isso aconteça, os líderes (ou novos líderes) devem criar um ambiente de mudança, envolvendo seus colaboradores na construção de uma nova empresa.
Para resgatar a imagem e a credibilidade da empresa de forma mais rápida, assim que for comprovada alguma ação ilícita, Alexandre recomenda reconhecer o erro, punir o os envolvidos, mudar a liderança e resgatar a confiança. “ O primeiro passo é um pedido de desculpas efetivo. Além disso, para seguir em frente, é preciso promover mudanças estruturais, criar uma cultura totalmente nova e com valores mais conectados entre as pessoas e a empresa”, destaca.
Alexandre Slivnik é autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É sócio-diretor do IBEX – Institute for Business Excellence, instituição sediada em Orlando / FL (EUA), sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD).