Realizar transações financeiras em diferentes moedas e em apenas 1 minuto para mais de 60 países são alguns benefícios que o PIX Internacional vai possibilitar. O “Nexus” ainda está em desenvolvimento no hub de inovação do Bank Of International Settlements (BIS), mas já mostrou ser uma tendência que veio para ficar, assim como a instantaneidade do PIX, que revolucionou os meios de pagamentos digitais trazendo uma nova perspectiva em tempo, segurança e integração.
Para Fernanda Zago, especialista em meios de pagamentos cross-border para o Brasil e pioneira na implantação de pagamentos e metodologias de pagamentos internacionais, a chegada do Nexus no Brasil será um grande ganho para ambos os lados: empresas nacionais e internacionais. “O PIX Internacional vai fomentar um mercado de câmbio mais competitivo e eficiente, reduzindo os custos das transações cross border e viabilizando uma série de novos negócios”, explica.
O modelo estabelecido atualmente já possibilita que empresas facilitem a experiência do PIX para outras empresas, com rapidez de processamento, confirmação, segurança e liquidação dos fundos diferente de qualquer outro método de pagamento. É o caso da WePayOut, especializada em transações cross border e eFX para empresas de todo o mundo que precisam pagar ou receber no Brasil mesmo sem ter presença no país. A fintech espera que o “Pix internacional” garanta maior velocidade e também melhor custo para a movimentação de dinheiro entre países.
“De forma geral, existe ainda muita cautela e muitos desafios ainda precisam ser superados pelos diversos bancos centrais, mas é inegável o otimismo e a grande expectativa de disrupção principalmente para os mercados de varejo e o setor de remessas internacionais”, avalia. Hoje em dia, o PIX é o meio de pagamento utilizado por 71% da população brasileira, com 430 milhões de chaves registradas, segundo dados do Banco Central.
Em relação à segurança e riscos da nova operação, a especialista esclarece que o PIX já se tornou case de sucesso para a construção de pagamentos em tempo real mundo afora, inclusive está inspirando a construção de uma plataforma global de pagamentos instantâneos internacionais, como é o caso do Nexus na Europa e Ásia. “Acredito que haverá a padronização dos protocolos de conexões e os países poderão manter seus processos individuais cumprindo as regulamentações locais ao mesmo tempo que fazem parte de um ecossistema maior”, diz.
O Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro criado pelo Banco Central, completou nesta terça-feira (16/03) quatro meses de funcionamento com mais de 73 milhões de pessoas físicas e jurídicas cadastradas. O Pix baixou radicalmente o custo de transações eletrônicas entre pessoas, mas tem objetivos mais ambiciosos: promover a inclusão financeira ampla, reduzir a sonegação, aumentar a competitividade do setor e facilitar a vida das pessoas. Só que uma das maiores vantagens do Pix – o fato dos recursos serem transferidos em segundos de uma conta para outra, sem intermediários – também pode trazer dor de cabeça para os consumidores.
Na avaliação de Daniel Oliveira, CEO da paySmart, fintech que permite que qualquer empresa se torne um banco digital, algumas questões clássicas de proteção do consumidor, como o mecanismo de contestação de compras com cartões de crédito, podem fazer falta, sobretudo no comércio eletrônico. Ao comprar um bem ou serviço pela internet com o Pix, o consumidor precisa ficar atento porque nem sempre poderá reaver os valores pagos caso o produto não seja entregue.
“Os consumidores se acostumaram ao mecanismo conhecido como contestação ou disputa. Se a geladeira não chega no prazo estipulado, o consumidor pode cancelar a compra no cartão de crédito. Mas com a versão atual do Pix, o dinheiro está na conta do vendedor, imediatamente após a compra e não há muito o que se possa fazer”, explica o CEO da paySmart. Tal característica tem sido aproveitada por lojas fraudulentas, que normalmente oferecem produtos e serviços com preços muito abaixo do mercado por e-mail, mensagens de WhatsApp ou SMS.
“Antes, o objetivo deste tipo de ataque era roubar dados do cartão de crédito. A ideia, agora, é fazer com que o consumidor conclua o pagamento via Pix e, uma vez realizada a transação, o comprador não tem muito o que fazer a não ser procurar a justiça comum”, detalha Oliveira. Mesmo para o caso de sites de e-commerce verdadeiros, explica Daniel Oliveira, caso ocorra algum problema com a entrega, com a qualidade do produto ou ainda com a realização dos serviços contratados, o consumidor pode ter dificuldades para estornar a transação e ter o dinheiro de volta.
Em 2021, o Banco Central está planejando uma série de novas funcionalidades para o Pix, dentre elas o “Pix Cobrança”, que permitirá realizar cobranças agendadas similares a um boleto; o “Pix Agendado” que permitiria agendar uma transferência para uma data pré-estabelecida; e o “Pix Garantido”, uma espécie de caução, que bloquearia os valores na conta do remetente, mas que só faria a transferência posteriormente. Essas funcionalidades, juntamente com o “Pix Offline”, que permitiria ao pagador iniciar o pagamento mesmo estando temporariamente sem internet; o “Pix Saque”, para sacar dinheiro em espécie em caixas eletrônicos; e o “Pix por aproximação”, para fazer pagamentos em maquininhas por NFC, pretendem estender o sistema e resolver alguns problemas de usabilidade atuais.
“Enquanto esses mecanismos não estiverem disponíveis, entretanto, temos uma assimetria de risco entre o lojista e o consumidor quando comparamos o Pix com o cartão de crédito. Com o Pix, todo o risco de uma transação de comércio eletrônico está com o consumidor, enquanto que, com o cartão, há um balanço entre consumidor e estabelecimento – e a possibilidade da bandeira do cartão atuar como um árbitro ou fiel da balança em uma disputa”, explica Oliveira.
Outro problema que tem acontecido com frequência é a realização de pagamentos em duplicidade. Oliveira explica que, por uma instabilidade no sistema, ou problemas na conexão internet do usuário, não é incomum haver esse tipo de desacerto. Porém, reaver o dinheiro pago depende da boa vontade do vendedor ou prestador de serviço. No caso de empresas, processos internos, fluxos de documentos e autorizações podem fazer com que a devolução leve muitos dias.
De acordo com o Banco Central, de novembro de 2020 até o dia 28 de fevereiro deste ano, o Pix foi responsável por mais de 275 milhões de transações, movimentando mais de R$ 197 bilhões de reais – cerca de quatro transações por pessoa por mês.
Por Gustavo Carvalho, Diretor Executivo da CyberSource Brasil
Lançado em novembro de 2020, o PIX, meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, tem sido usado, principalmente, como transferência de dinheiro de pessoa para pessoa. E, consequentemente, entram em ação os fraudades, com tentativas cada vez mais elaboradas de ataques.
O PIX, em termos técnicos, possui protocolos de segurança. Mas isso, infelizmente, não impede a atuação de fraudadores com práticas criminosas. O que mais observamos hoje em dia é a aplicação de golpes, como o “PIX em dobro”, fora do momento da transação.
O exemplo acima ilustra bem o que estou dizendo. Nele, o fraudador dispara um e-mail ou coloca um vídeo na internet fazendo a seguinte oferta: transfira uma quantia para determinada chave aleatória do PIX e ganhe esse valor em dobro. O usuário, iludido pela mensagem, acaba fazendo a transferência na esperança de ser beneficiado. Mas claro que se trata de uma proposta enganosa.
No cenário que envolve a segurança do PIX, o maior desafio hoje em dia de bancos e aplicativos é evitar que seus usuários caiam em golpes que ocorrem em momentos anteriores a transação.
Para isso, eles precisam, além de contar com um sistema eficiente antifraude, criar suas próprias regras para validar ou barrar uma ação suspeita, levando em conta o comportamento do usuário. Calibrando regras de velocidade, por exemplo, é possível evitar que transações em massa sejam feitas para uma mesma chave num intervalo curto de tempo, acendendo o sinal de alerta.
Essas regras devem ser dinâmicas e customizadas para cada tipo de perfil: usuários de alta renda com limites mais alto de transferências; jovens com o uso mais frequente em determinados tipos de estabelecimentos ou horários; profissionais liberais fazendo pagamentos ou recebendo diversas vezes ao dia etc são exemplos de perfis bem diferentes, mas um ponto tem que ser observado para todos eles, o cuidado de não comprometer a experiência do consumidor, que ficará indignado caso encontre muitas camadas de segurança para realizar suas transações do dia a dia.
É importante destacar que no PIX não existe a possibilidade de uma revisão ou qualquer tipo de processo manual, tudo é realizado em tempo real. Por meio de machine learning e inteligência artificial, o sistema aprova ou rejeita um pagamento de acordo com um cruzamento de dados realizado em segundos. Por isso, recomendo ter muito cuidado com as regras de atuação do antifraude e controles de acesso para não errar a mão no momento de barrar uma operação e deixar o consumidor insatisfeito.
Além da calibragem correta dos sistemas de segurança, identificando rapidamente comportamentos suspeitos, todos os participantes, sejam diretos ou indiretos do Pix, têm o papel de prevenir e alertar os usuários sobre as tentativas de golpe mais comuns. Algumas dicas podem ser úteis:
• Escolha bem a chave que você vai usar em cada situação. Se for receber ou fazer uma transferência para alguém desconhecido, prefira a chave aleatória, ou seja, desvinculada de seus dados pessoais (e-mail, CPF e telefone). • Evite cadastrar na mesma conta todas as suas chaves. Pense que, caso alguém invada a sua conta, essa pessoa terá acesso atodas as suas chaves. • Ao cadastrar seu celular como chave, existe o risco de você receber mensagens e propagandas indesejáveis no seu aparelho, mesmo não tendo concedido o número para essa finalidade. • E, claro, muito cuidado com ofertas milagrosas, como o “PIX em dobro”, que chegam até você. Desconfie sempre de promessas e vantagens muito fáceis.
Os desafios de segurança aumentam à medida que mais serviços são acoplados ao PIX. Na Cybersource e na Visa, trabalhamos com uma tecnologia bastante flexível para buscando aumentar o nível de garantir a segurança dnas transações via PIX, mas as soluções antifraudes precisam ser customizadas a cada situação.
Com uma parcela enorme da população fazendo uso pela primeira vez de um sistema novo de pagamento, é preciso redobrar os cuidados e agir rápido para garantir preservar a segurança e evitar contratempos em todos os momentos da operação.
Por Denis Piovezan, vice-presidente da Linx Pay Hub
À medida que evoluímos tecnologicamente, tudo à nossa volta tende a seguir a mesma direção. Em todo o Brasil, o Pix, plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central, tem dominado as conversas. Seja dos consumidores que começam a conhecer um novo jeito de pagar e transferir. Seja do varejo que começa a preparar suas soluções para aceitar a nova modalidade.
A verdade é que o Pix estimula uma experiência inovadora e abrangente para os usuários e faz parte da evolução da indústria de pagamentos – algo que empresas já investem há alguns anos. Mas, para o varejo, além da segurança e agilidade nas operações, existem outras vantagens como: conveniência, disponibilidade e informações agregadas.
Isso representa uma redução expressiva nos custos financeiros, com impacto positivo no consumo e no crédito. O capital de giro do varejista também será acompanhado mais de perto, já que não será necessário aguardar compensações financeiras nos dias posteriores – alívio para o fluxo de caixa!
Para que tudo isso funcione, será utilizada a chave Pix (número de telefone celular, e-mail, CPF ou CNPJ), QR Code ou tecnologia de troca de informações por aproximação. O melhor de tudo é que muitas empresas que fornecem tecnologia, produtos e serviços para o varejo já se adaptaram a essa nova demanda e criaram opções. É imprescindível, por exemplo, seguir oferecendo soluções de QR, mas incrementá-las, provendo serviços para iniciação de pagamento e conta transacional de forma integrada à automação dos clientes desde a captura, liquidação e conciliação.
Em outros países, como Reino Unido e Índia, que adotaram sistemas análogos, o movimento observado primordialmente foi o de substituição às transferências bancárias DOC e TED, sendo o varejo impactado apenas na segunda onda. No Brasil, ainda não é possível prever qual parcela do mercado será atingida primeiro, mas sabe-se que, com os cartões de crédito e pagamento por QR Code bem estabelecidos, a substituição ao dinheiro físico pode ser acelerada. Por isso, o varejista que não estiver preparado poderá perder essa janela de oportunidade.
O processo de ressignificação do setor representa um grande passo para o sistema financeiro nacional. É certo que um país de proporções continentais como o Brasil, com espectros sociais e financeiros distintos, poderá passar por etapas espaçadas para atingir uma implementação homogênea – basta lembrar que existe uma enorme parcela da população desbancarizada ainda. Porém, é certo que um novo mercado já começará a surgir desta movimentação, e apenas quem for resiliente, acompanhar e investir em soluções de ponta, usufruirá dos benefícios. Caberá às empresas envolvidas o movimento rápido e preciso para disputar a liderança e conquistar destaque e confiança perante os clientes.
Fintech líder em tecnologia para serviços financeiros, a Zoop estará presente no painel de debate com o tema “PIX: A Chegada do Pagamento Instantâneo no Brasil e Seus Múltiplos Usos”, que acontece às 14h20 no dia 26 de outubro, primeiro dia do evento Futurecom Digital Week .
O diretor de Estratégia e Produtos da Zoop, co-fundador e conselheiro de fintechs do setor de meios de pagamento, Alessandro Raposo, participará do painel com Breno Lobo, Chefe de Subunidade no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil e Giancarllo Melito, Sócio Advogado da Barcellos Tucunduva Advogados, sobre o cenário da chegada do PIX no Brasil e as vantagens da tecnologia para o setor financeiro.
Um dos destaques do debate é o panorama de como o novo sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central simplifica o processo de pagamentos, transferências e recebimentos de forma segura, e as aplicações dessa inovação para o mercado, que trazem benefícios como a rapidez no recebimento de pagamentos e a diminuição dos custos das transações.
Serviço: Painel de debate “PIX: A Chegada do Pagamento Instantâneo no Brasil e Seus Múltiplos Usos”
Por Marco Aurélio Rodrigues, Diretor de Software e Serviços Profissionais da Diebold Nixdorf no Brasil
A Transformação Digital já é uma realidade para muitas organizações e isso não seria diferente para os bancos. Antes mesmo da pandemia causada pelo COVID-19, as atividades bancárias ao redor do mundo buscavam formas de otimizar a jornada de seus usuários com o uso de tecnologias como reconhecimento facial, acesso a caixas eletrônicos sem cartão, aplicativos com biometria, assistentes virtuais e aplicativos para dispositivos móveis.
No Brasil, a atual expectativa de inovação para os meios de pagamentos está atrelada ao lançamento do PIX pelo Banco Central, com entrada em operação anunciada para novembro. Com a promessa de ser o primeiro sistema brasileiro de transferências monetárias eletrônicas instantâneas, o PIX – ou Sistema de Pagamentos Instantâneos – visa substituir os procedimentos TED e DOC vigentes. Na prática, a ferramenta utiliza uma rede em funcionamento constante para agilizar transações como pagamentos e depósitos que, de acordo com as determinações do BC, agora precisarão estar disponíveis 24 horas por dia, inclusive em finais de semana e feriados. Além disso, a solução d eve reun ir uma gama maior de instituições financeiras, ampliando assim a quantidade de serviços.
De fato, o PIX será uma revolução do modo como as pessoas utilizam os serviços bancários e de pagamento. Porém, da mesma maneira que pensamos as possibilidades promovidas pela ferramenta, é mandatório também nos preocuparmos com a segurança das operações desde o primeiro dia. Quando tratamos de um cenário altamente digital, os modelos mais convencionais de prevenção de fraudes podem acabar se tornando obsoletos rapidamente.
As instituições financeiras geralmente possuem recursos limitados para filtrar dados e identificar anomalias em seus sistemas on-line, por isso buscam parceiros experientes para ajudá-las a analisar e usufruir ao máximo do ambiente em rede, sem correr maiores riscos. O PIX oferece um ecossistema único e 100% conectado, de fácil acesso para usuários de dispositivos móveis, e necessitará de agilidade e adaptação para um gerenciamento efetivo da segurança.
Já existem no mercado modelos baseados em Inteligência Artificial e presentes em Nuvem que fornecem a melhor alternativa para as instituições, uma vez que promovem a automação e instantaneidade necessários para não prejudicar a experiência dos clientes, combatendo eventuais fraudes de forma centralizada e eficiente, resiliente a falhas e melhorando continuamente o tempo de resposta para possíveis anomalias.
As organizações ainda poderão aproveitar soluções com capacidade de efetuar a análise e o cruzamento de informações geradas por múltiplos canais e fontes de dados, identificando comportamentos suspeitos por meio do gerenciamento desses materiais. Assim, as ameaças podem ser mitigadas com antecedência, antes de se converterem em prejuízos ao usuário final. Além disso, é indicado que empresas do setor financeiro busquem plataformas centradas no cliente e na experiência do usuário, e orquestradas com chaves de segurança e regras de acesso exclusivas.
Para ter certeza de que a segurança está cobrindo os processos de ponta a ponta, é necessário realizar a checagem das informações, a análise comportamental de perfis e, ainda, contar com diferentes formas de autenticação. Essas medidas compõem uma abordagem assertiva de combate a fraudes que visa tornar as operações do PIX mais confiáveis e inteligentes.
Essa é a melhor maneira de aproveitar os benefícios proporcionados pela tecnologia para permitir que os clientes tenham uma experiência positiva e completa. As companhias que souberem realizar essa tarefa estarão um passo à frente dos concorrentes e, sem dúvida, em destaque no mercado.
A FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos alerta que o cadastramento das chaves Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos que entrará em funcionamento em 16 de novembro, deve ser feito diretamente nos canais oficiais das instituições financeiras, como o aplicativo bancário, internet banking, agências ou através de contato feito pelo cliente à central de atendimento.
O consumidor não deve clicar em links recebidos por e-mails, pelo WhatsApp, redes sociais e por mensagens de SMS, que direcionam o usuário a um suposto cadastro da chave do Pix.
Tentativas de fraudes envolvendo o novo sistema de pagamento foram identificadas como ataques de phishing, ou pescaria digital, que usam técnicas de engenharia social e consistem na manipulação do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões. Os golpistas enviam links falsos que, quando acessados, direcionam o usuário a páginas falsas de bancos ou ainda levam à instalação de um arquivo malicioso que rouba dados pessoais e bancários.
Outro tipo de golpe, menos comum, são as centrais falsas oferecendo o cadastramento de chaves do Pix. O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso solicita os dados pessoais e financeiros da vítima.
“Os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras, muito menos podem ser usados indevidamente para o cadastramento do Pix sem o seu consentimento. Na dúvida, sempre procure o gerente, uma agência ou a central de atendimento oficial da instituição para obter esclarecimentos”, afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
Ele ressalta que a FEBRABAN e seus bancos investem constantemente em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação com os clientes para orientar a população a se prevenir de fraudes. “Além disso, os bancos investem cerca de R﹩ 2 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação voltados para segurança para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas”, diz.
No período de quarentena, as instituições financeiras registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing. De acordo com Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN, atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social.
“Seja pelo telefone, por e-mail, pelas mídias sociais ou SMS, o fraudador solicita dados pessoais do cliente, como números de cartões e senhas, em troca de algo. Neste caso do Pix, oferece um falso cadastramento da chave do sistema de pagamento eletrônico”, adverte.
Chaves Pix
Desde o último dia 05 de outubro, os clientes interessados em usar o Pix, já podem começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução, que permitirá pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em até 10 segundos. O cadastramento das chaves poderá ser feito a qualquer momento, até mesmo após o início de funcionamento do sistema.
Para que as transações eletrônicas ocorram de forma simples e ágil, sem que o cliente tenha que passar todos os seus dados para o usuário que irá realizar a transferência, o PIX terá chaves de endereçamento para identificação de contas transacionais. Intitulada “chave Pix”, o cadastramento será feito através de um “apelido” que será usado pelo cliente para identificar sua conta no sistema.
O ícone do PIX estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. A chave Pix vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).
Os quatro tipos de chaves Pix que poderão ser usadas e cadastradas são:
• Número de CPF/CNPJ;
• Endereço de e-mail;
• Número do telefone celular
• EVP (Uma sequência alfanumérica de 32 dígitos que, após solicitação do cliente ao seu banco, será enviada pelo Banco Central à instituição, e com ela será possível criar um QR Code
Não é obrigatório cadastrar uma chave para fazer ou receber um Pix. Caso o usuário queira usar o sistema de pagamento instantâneo, sem a chave Pix, será preciso digitar todos os dados bancários do destinatário para realizar uma transação.
Além das chaves de endereçamento, o PIX também trará a experiência do QR Code que possuirá dois formatos:
– Estático: que poderá ser utilizado para transferências ou no comércio quando as informações para pagamentos não mudam, incluindo o valor do pagamento (exemplo: um sorveteiro, em que o preço do picolé é o mesmo sempre)
– Dinâmico: que poderá ser utilizado no comércio quando as informações para pagamentos mudam a cada momento (ex: em um supermercado, quando o valor de cada compra é diferente).
Com a pandemia de Covid-19, o número de MEIs aumentou em quase 1 milhão no Brasil. As facilidades do pagamento via Pix, como baixo custo e praticidade, poderão ajudar esses microempreendedores a manter seus negócios no mercado.
A partir de novembro, os mais de 10 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs) do Brasil poderão se beneficiar do Pix, uma nova modalidade de pagamentos instantâneos criada pelo Banco Central do Brasil. A novidade acompanha uma popularização dos meios de pagamentos digitais acelerada pela pandemia e consolida a necessidade de digitalização dos negócios.
Atualmente, as transações comerciais eletrônicas têm um alto custo devido às taxas percentuais que são cobradas pelos meios de pagamento, como as maquininhas de cartão, por exemplo. Já o custo de adesão do Pix será fixo em alguns centavos por transferência para as empresas, sem necessidade de equipamentos físicos. “Você vai poder receber e mandar dinheiro sem precisar de cartão, nem de conta bancária efetivamente, bastando ter um celular”, explica Piero Contezini, CEO do Asaas. A fintech, que oferece uma conta digital para empreendedores, teve um crescimento de 52% no volume transacionado pela sua plataforma do segundo para o terceiro trimestre de 2020.
Em levantamento realizado pela Mastercard em parceria com a Kantar, cerca de 75% dos brasileiros entrevistados disseram ter aumentado o uso do pagamento digital desde o início do isolamento social. Diante do cenário, os MEIs terão no Pix uma forma de manter a concorrência no mercado, usufruindo dos recursos digitais, mas com operações mais baratas, simples e independentes de bancos. De acordo com a Pesquisa Fintechs de Crédito (2019), 45 milhões de brasileiros estão excluídos do sistema bancário e de crédito.
Para Piero, outro ponto positivo da implantação da modalidade será a disponibilidade imediata do dinheiro pago pelos clientes aos empreendedores. “Hoje, o meio mais rápido é o boleto bancário, que fica disponível no dia seguinte. O cartão leva até 30 dias”, explica. “Com o Pix, nós vamos poder entregar aquilo que sempre sonhamos: dar acesso fácil ao dinheiro dos nossos clientes, além de permitir que o microempreendedor que não tem uma maquininha de cartão ou não a queira usar, possa receber dinheiro na hora, na frente do cliente, tirando a necessidade de pagar taxas para operadoras de cartão”. As transações via Pix ocorrerão em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Essas vantagens facilitam a inclusão financeira dos microempreendedores, o que é fundamental em um contexto onde muitos vêm de uma situação de desemprego e flexibilização das relações de trabalho. Somente entre março e setembro deste ano, o número de MEIs no país aumentou em quase 1 milhão.
Digitalização dos meios de pagamento não deve parar
O Pix começará a funcionar a partir de 16 de novembro como uma função dentro das plataformas digitais de bancos e fintechs, que são obrigadas a oferecer a modalidade. As formas tradicionais de transferências, como TED e DOC, continuarão disponíveis, mas devem se tornar cada vez menos frequentes.
A novidade, que compete diretamente com papel moeda, boleto e cartões de débito, ainda deve trazer adaptações em outras formas de pagamento à longo prazo. As maquininhas de cartão de crédito, por exemplo, provavelmente começarão a cobrar taxas mais competitivas.
“Acho que o Pix vai virar o real moeda digital do Brasil, onde todo o fluxo de dinheiro do país vai migrar para lá. Em 10 anos não acho que existirá outro meio de pagamento, talvez nem mesmo o papel moeda ou o cartão de crédito”, alerta Piero. A expectativa também está presente na pesquisa da Mastercard com a Kantar, em que 55% dos entrevistados afirmaram que esperam que todas as transações financeiras sejam realizadas de forma instantânea até 2030.
Para receber um Pix, não será preciso compartilhar nenhum dado bancário, apenas uma chave cadastrada na conta financeira. Essa chave pode ser o CPF/CNPJ, e-mail ou número de telefone, por exemplo.
Esperar para receber o dinheiro no próximo dia útil ou pagar altas taxas para a utilização de um meio de pagamento – como boletos – sempre foram dores comuns para as empresas de todos os portes. A partir de novembro, porém, será possível fazer recebimentos dentro de apenas dez segundos, em qualquer dia da semana e a qualquer hora. Trata-se do PIX, novo sistema de pagamentos instantâneos operacionalizado pelo Banco Central.
“O PIX veio para mudar a forma como enxergamos os meios de pagamento. Por meio dele, tanto as pessoas físicas quanto as empresas poderão realizar transações de forma mais segura e inovadora, a custos muito mais baixos do que os meios utilizados até hoje”, afirma Luiz Paulo, diretor-executivo da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial.
Luiz Paulo listou às seis principais dúvidas dos pequenos e médios empresários sobre como o PIX pode melhorar os processos e as transações dentro das organizações:
1 – Existem intermediários nesta modalidade de pagamentos?
Não. Pelo PIX, os pagamentos ocorrem diretamente entre pagador e recebedor. Por isso, eles são muito mais vantajosos do que os tradicionais boletos, por exemplo. Os intermediários, além de encarecerem as transações, as tornam mais demoradas. “Vale lembrar que a instantaneidade é uma das principais vantagens do PIX”, afirma Luiz Paulo.
2 – Preciso fazer o cadastro em vários bancos?
Segundo o especialista, o recomendado é cadastrar-se no banco que a empresa mais utiliza. Vale avaliar em qual banco o dinheiro rende mais, e também considerar o aplicativo mais intuitivo e menos burocrático. Luiz Paulo lembra que é possível cadastrar até cinco chaves, sendo dois e-mails, dois números de telefone, CPF e CNPJ. “Caso deseje trocar o banco, é possível fazer a portabilidade”, esclarece ele.
3 – O PIX substituirá a função do cartão de débito?
Esta será uma das suas funções, já que ele permite fazer pagamentos pelo celular por meio de um QR Code. “A partir de novembro, inclusive, empresas poderão usar apenas um código para receber via diferentes meios de pagamento, incluindo o PIX. Além de facilitar o processo, isso revoluciona: o cliente não precisará mais andar com uma carteira cheia de cartões”, avalia. Já o cartão de crédito deve permanecer firme por um bom tempo, já que o PIX não oferece a possibilidade de parcelamento das compras.
4 – Como serão revertidas as transações equivocadas?
Este ainda é um ponto nebuloso. Os bancos ainda verificam como deverão proceder, mas de qualquer forma o PIX requer mais cuidado e atenção na hora de conferir os dados. “Por enquanto, depois de confirmada a transação, o dinheiro só retorna se a pessoa que recebê-lo quiser devolver”, alerta o especialista.
5 – O PIX vai expor as movimentações para a Receita Federal?
Como se trata de um sistema centralizado no Banco Central, ficará cada vez mais fácil para os órgãos reguladores descobrirem as movimentações das pessoas físicas e jurídicas. “Quando a Receita encontra indícios de irregularidade em um CPF, automaticamente o status do documento já muda para pendente ou pendente de regularização. Com o PIX, isso pode ocorrer mais facilmente”, avalia Luiz Paulo.
6 – Existe a possibilidade de o PIX ser utilizado para recolhimento automático de impostos?
Sim, isso pode acontecer no futuro, tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas, já que o governo conhecerá minuciosamente sua movimentação. Já imaginou nunca mais necessitar fazer a declaração do imposto de renda? Este dia pode estar mais perto do que se imagina.
A pandemia do novo coronavírus tem acelerado a adesão de novos meios de pagamentos no país. Se por um lado os brasileiros têm usado o dinheiro físico com menos frequência para evitar que alguma cédula contaminada toque as mãos, dando espaço para os pagamentos por aproximação, por exemplo, por outro, em decorrência das dezenas de shows digitais que estão sendo transmitidos ao vivo pelo Youtube nessa quarentena, a sociedade passou a criar uma certa familiaridade com o QR Code e as carteiras digitais, que realizam transações financeiras com praticidade, agilidade e segurança.
Com a chegada do Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil (Bacen) marcada para novembro, o mercado financeiro vai passar por uma mudança ainda mais significativa, já que o sistema vai permitir que pagadores e recebedores movimentem o seu dinheiro online para toda e qualquer entidade, empresa e pessoa física cadastrada em até dez segundos, 24 horas por dia, sete dias da semana – inclusive feriados – e com baixo custo. Esse método de pagamento exigirá apenas dados como o telefone, e-mail, CPF ou CNPJ do destinatário ou a leitura de QR Codes pelos smartphones.
Como os novos métodos de pagamentos dependem apenas de um dispositivo móvel, acredito que a inclusão financeira será o próximo efeito da Covid-19 por aqui. E já existem dados que vão na direção do meu pensamento: de acordo com um estudo sobre m-Commerce e m-Payment feita pelo Panorama Mobile/Opinion Box – conjunto de pesquisas periódicas sobre hábitos dos brasileiros no consumo de conteúdos e serviços móveis – em agosto, o número de pessoas que realizaram compras ou pagamentos via celular aumentou de 85% para 91% entre aqueles que acessam a internet pelo aparelho.
O levantamento citado também apurou que, em relação aos meios de pagamento, o QR Code foi utilizado por 48% dos consumidores, ou seja, o mobile payment deixou de ser uma promessa e hoje já é realidade. Faço ainda uma outra observação: tendo em vista que o pagamento por QR Code não exige smartphones caros, a tendência é que ocorra uma grande inserção do público de baixa renda nas operações, uma vez que a quantidade de fintechs que oferecerem esse tipo de pagamento ao custo muito inferior, é enorme.
Vejo que a mobilidade urbana precisa se modernizar e acompanhar as tendências do mercado para poder evoluir. Oferecer novos métodos de pagamento nos ônibus, metrôs e CPTM é de fundamental importância. Atualmente, os usuários de transporte público perdem muito tempo em filas para compra ou recarga de bilhetes. Com a disseminação do pagamento por QR Code, os trabalhadores teriam mais facilidade no dia a dia e ganhariam tempo para se deslocar pela cidade. A tecnologia é uma solução mais democrática e atende a todos, sem distinção.
O nosso país conta com 45 milhões de pessoas que não mexem na conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco, mas que movimentam cerca de R$ 800 bilhões anualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles serão os grandes beneficiados dos métodos de pagamento que desburocratizam trâmites bancários e rompem barreiras. O Brasil estava precisando dessas mudanças para poder progredir. O caminho ainda é longo, mas demos o primeiro passo.
Um golpe envolvendo o Pix, novo modelo para pagamentos eletrônicos do Banco Central, tomou as redes nesta semana em que foi liberado o cadastro para a chave do novo serviço. Criminosos se aproveitaram da adesão por bancos em todo o Brasil, para aplicar golpes de phishing e roubar dados pessoais de vítimas.
Engenheiros da ISH Tecnologia, que está há 24 anos no mercado de segurança de dados brasileiro, detectaram domínios falsos com o termo “pix”, o que mostra a intenção de cibercriminosos de usar a novidade como isca para aplicar golpes. Site assim, criados para ataques cibernéticos, muitas vezes são compartilhados pelas pessoas como se fossem confiáveis, o que é o mais preocupante, comenta o diretor de Inovação da ISH Tecnologia e especialista em segurança de dados, Allan Costa.
“Na maioria das vezes, os golpes acontecem no compartilhamento de algum link, com nosso próprio consentimento, por e-mail ou por WhatsApp”, diz Allan. O WhatsApp está presente em 99% dos smartphones do país. “O brasileiro confia no WhatsApp. O que chega por mensagem, as pessoas tendem a acreditar que é legítimo”, explica o diretor de inovação da ISH.
Aumento ataques
Durante a pandemia, os golpes cibernéticos cresceram significativamente. Com o Pix, haverá mais uma onda de ataques. “A gente tem observado, nos nossos centros de operação de segurança, um aumento de 300% nos incidentes de segurança nos meses de pandemia. Sempre usando palavras de assuntos do momento. Antes, COVID e coronavírus, e agora o pix”.
Por Rodrigo Godoi, Head de Meios de Pagamento na Compasso UOL
O PIX é uma das principais mudanças que veremos nesse ano quando falamos sobre pagamentos e transações. Dentre muitos debates, está claro qual é o ganho que ele traz para o consumidor, que passa a ter um novo método de pagamento seguro e rápido, sem possíveis aborrecimentos como demora em processamento de pagamentos como vemos em boletos ou as taxas muito diferentes (e as vezes confusas) de máquinas de cartão, operadoras e bancos. Muito mais do que um substituto de DOC e TED, é uma forma de simplificar transações em todo o sistema.
O discurso revolucionário, porém, esconde ganhos práticos: o PIX não é o fim do cartão de crédito, de débito, ou dos boletos. Cheques, afinal, ainda existem. Novos produtos e plataformas não devem ser vistas como substitutos, e sim como mais opções para o consumidor e para o comércio. Esse tipo de transferência automática com taxas baixas pode ser de grande impacto para pequenos comércios, que trabalham com um alto volume de transações e ticket médio baixo. Além de receber instantaneamente o pagamento, há um desconto menor sobre as transações.
Isso abre outras possibilidades também no e-commerce, em que pessoas sem acesso, por exemplo, a cartões de crédito, e com limitações de acesso que dificultam o uso de boletos para pagamentos à vista, passam a poder fazer transferências diretas, reconhecidas automaticamente. Compras com sensibilidade a tempo, como passagens aéreas, por exemplo, passam a ser viáveis dessa forma sem depender de outros meios de pagamento que podem ser restritivos.
Nós na Compasso UOL temos mais de 14 anos de experiência em gerenciamento de meios de pagamento e atuação como gateway, assim estamos atentos às tendências e mudanças que essa nova tecnologia vem trazendo e ainda trará. Não se trata de inventar soluções mágicas, e sim de pensar nisso como uma aposta que dará acesso a um novo grupo de clientes – o cartão continua útil entre o público que busca parcelar compras ou procura crédito imediato; o boleto continua importantíssimo para uma parte da população não-bancarizada.
O ganho para empresas será integrar todos esses meios e trazer ao consumidor mais opções seguras para compras. Empresas que precisam de auxílio em entender a tecnologia e como melhor utilizá-la, podem nos buscar para que consigamos criar, juntos, uma implementação que de fato abra as oportunidades que o PIX tem em seu potencial.
O PIX é uma inclusão em nosso sistema bancário e de pagamentos com potencial verdadeiramente transformador – mas não podemos pensar que um meio de pagamento – por melhor que seja – fará uma transformação sozinho. Temos que pensar como ele atende a nossos clientes e consumidores, como ele pode transformar modelos de negócios de empresas grandes e pequenas e com isso pensar em estratégias que sirvam aos nossos objetivos de negócios – e isso só é possível se a empresa que trabalhar com você esteja realmente preparada e entenda o que o PIX é e o que ele pode ser para o seu negócio.
A partir da próxima segunda-feira (5), os clientes interessados em usar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos, poderão começar a cadastrar suas informações para aderir à nova solução, que permitirá pagamentos e transferências de dinheiro durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, em até 10 segundos. O Pix começará a funcionar para toda a população a partir de 16 de novembro.
Para que as transações eletrônicas ocorram de forma simples e ágil, sem que o cliente tenha que passar todos os seus dados para o usuário que irá realizar a transferência, o PIX terá chaves de endereçamento para identificação de contas transacionais. Intitulada “chave Pix”, o cadastramento será feito através de um “apelido” que será usado pelo cliente para identificar sua conta no sistema.
Algumas instituições optaram por realizar um pré-cadastro da chave Pix com seus clientes. Entretanto, mesmo tendo feito esse processo, a partir de 5 de outubro, os bancos terão de confirmar com os usuários o efetivo cadastramento das chaves no Pix.
Como irá funcionar o Pix?
O ícone do PIX estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente, assim como já estão outras funcionalidades, como DOC e TED. A chave Pix vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que identificam a conta transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e tipo de conta).
Os quatro tipos de chaves Pix que poderão ser usadas e cadastradas são:
• Número de CPF/CNPJ;
• Endereço de e-mail;
• Número do telefone celular
• EVP (Uma sequência alfanumérica de 32 dígitos que, após solicitação do cliente ao seu banco, será enviada pelo Banco Central à instituição, e com ela será possível criar um QR Code
Não é obrigatório cadastrar uma chave para fazer ou receber um Pix. Caso o usuário queira usar o sistema de pagamento instantâneo, sem a chave Pix, será preciso digitar todos os dados bancários do destinatário para realizar uma transação.
Além das chaves de endereçamento, o PIX também trará a experiência do QR Code que possuirá dois formatos:
– Estático: que poderá ser utilizado para transferências ou no comércio quando as informações para pagamentos não mudam, incluindo o valor do pagamento (exemplo: um sorveteiro, em que o preço do picolé é o mesmo sempre)
– Dinâmico: que poderá ser utilizado no comércio quando as informações para pagamentos mudam a cada momento (ex: em um supermercado, quando o valor de cada compra é diferente).
Inovação, comodidade e menor circulação de dinheiro em espécie
Para Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN, o Pix é uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras, como já ocorreram com outras ferramentas, como tokenização, mobile baking e internet banking. “O Pix irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país”, diz.
Para aderir ao PIX, os bancos brasileiros estão investindo recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente. Segundo Isaac Sidney, as medidas são condizentes com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, da ordem de R﹩ 24,6 bilhões anuais.
Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da FEBRABAN, também ressalta que a Federação é favorável a medidas que reduzam a necessidade de circulação de dinheiro em espécie, que somente de custo de logística totalizam cerca de R﹩ 10 bilhões ao ano. “A FEBRABAN e os bancos estão se preparando para esse novo modelo de negócios e com a expectativa de reduzir o custo de logística de numerário”, diz.
Por Wagner Gomes Martin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da VeriTran
A sociedade está em um momento em que, da mesma forma que é possível acompanhar uma entrega em tempo real pelo GPS, conseguimos seguir os passos de um amigo em uma viagem pelas mídias sociais ou falar com alguém em qualquer lugar do mundo com apenas um toque e sem a necessidade de códigos de operadora. E tudo isso sem grandes custos ou mesmo gratuito.
Toda essa evolução tecnológica também é vista no sistema bancário, e a pandemia do Covid-19 acelerou em anos a necessidade de inovação. No Brasil, dinossauros caríssimos como DOC e TED são os dominantes entre os meios de transferência, além do boleto, que é mais caro que o TED, possui compensações que demoram dias e só processam durante um determinado horário. Por isso, as instituições financeiras sabem que precisam manter seu ambiente digital com usabilidade rápida e simples e, como lidam com dados valiosos de seus usuários, também necessitam de uma proteção robusta sobre tais informações.
A criptomoeda é uma base monetária muito eficiente, interoperável e que ainda possui como característica a ausência de regulador nos países. Por outro lado, elas não possuem uma usabilidade simples e aceitação massificada.
Um entorno mais digital, com mecanismos de instantaneidade e facilidade de transferência gera uma demanda cada vez mais virtual, onde podemos ter um cenário de uma criptomoeda emitida por uma reserva federal com cotação oficial assim como a moeda corrente de um país. Ambas podem ser indexadas entre si ou podem ter cotações independentes, podemos supor vários cenários econômicos.
Com isso, todo o movimento de Open Banking que o Banco Central do Brasil vem promovendo está em linha com as premissas de necessidade de rapidez, facilidade, baixo custo e segurança.
O PIX oferta instantaneidade a custo baixo e com segurança de processamento. Esse será um instrumento de transferência que, independente de conta ou titularidade, se instrumentaliza por leitura de QR Code ou dados do recebedor, podendo ser presencial ou por link e capaz de sacar dinheiro em estabelecimentos comerciais. Temos um instrumento de transferência competitivo, com alto potencial de canibalizar os outros formatos e que propõem a ascensão do digital, uma vez que reduz a necessidade de sacar dinheiro.
Com isso é possível vislumbrar uma criptromoeda regulada por um banco central operando através de meios de transferências digitais e online. O PIX é um dos instrumentos essenciais para o futuro de uma moeda digital dentre outros do entorno Open Banking, promovendo esta digitalização funcional para o momento atual. Todo este movimento é a prova de que as empresas precisam estar de olho em soluções que aceleram e simplificam a implementação de projetos digitais na mesma velocidade em que o entorno financeiro está evoluindo.
O Banco Central do Brasil (Bacen) tem trazido atualizações necessárias para levar o ecossistema bancário brasileiro a um novo patamar de inovação e equipará-lo aos mercados mundiais mais avançados. Termos como PIX e Open Banking estarão cada vez mais presentes em nosso dia a dia, uma vez que prometem transformar a forma como lidamos com as transações financeiras. Não é preciso ser especialista para entender que essas resoluções vão incentivar a inovação e competição entre as instituições financeiras e, consequentemente, quem se beneficiará serão os consumidores.
A primeira novidade são os pagamentos instantâneos, iniciativa prevista para chegar em novembro e que visa trazer mais praticidade. O PIX vai permitir que as transações sejam efetivadas em até dez segundos, sem restrição de datas e horários, reduzindo significativamente os custos das operações e abrindo um leque de possibilidades para o varejo e os consumidores. Por meio da tecnologia, pagadores e recebedores movimentarão o seu dinheiro de forma online e imediata para toda e qualquer entidade, empresa e pessoa física.
Já o Open Banking é uma revolução maior e, sem dúvida, um grande avanço para o mercado nacional. Com um sistema aberto e transparente, os cidadãos vão poder acessar seus dados e histórico financeiro, hoje mantidos pelos grandes bancos, e compartilhar com qualquer empresa regulada pelo BC se assim desejar. Os clientes passam a ter controle das suas informações e podem escolher por entidades do setor que tenham serviços mais adequados ao seu perfil.
Imagine, por exemplo, que uma pessoa queira conquistar um crédito pessoal para quitar suas dívidas. As fintechs do setor, bastante procuradas em épocas de crise, vão conseguir acessar as operações financeiras desse cliente, avaliar e negociar propostas que possam ser interessantes, além de terem um risco operacional menor, identificando bons e maus pagadores. Vale dizer que a regulamentação do Open Banking vem ao encontro da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Como comentei inicialmente, toda essa adaptação será importante não só para a evolução do mercado como um todo, mas também para proporcionar aos consumidores uma oferta maior de produtos e serviços. Por meio da tecnologia, será possível adquirir crédito pessoal com taxas de juros mais baixas, isso porque todas as instituições poderão ter acesso ao histórico de pagamento do cliente, se assim ele permitir.
Por fim, acredito que todo o dinamismo que os pagamentos instantâneos e o Open Banking irão proporcionar para o mercado financeiro, fará com que ele se torne mais competitivo e menos engessado. E nessa corrida pelo digital e disruptivo, sobrevive quem acompanha o mercado e sai na frente dos demais.