Novos Líderes Digitais usam plataformas de RPA para engajar suas equipes e acelerar a transformação digital

Por Jorge B. Junior diretor de marketing e vendas da Quality Nextech

A pandemia impulsionou a necessidade de se conectar e transformar a experiência do cliente, aumentando a urgência por desenvolvimento de portais, sistemas e apps integrados.

Os líderes de tecnologia receberam a confiança e grandes investimentos para fazer acontecer a transformação digital e agora estão pressionados para entregar com mais agilidade.

Esse cenário demanda do novo líder digital uma postura mais humana, com elevado grau de inteligência emocional, que seja capaz de gerar propósito e comprometimento nos talentos das pessoas, especialmente em desenvolvedores e responsáveis por atendimento ao cliente, para que estejam engajados e criativos, produzindo produtos digitais que realmente entreguem valor para o cliente.

Uma das estratégias mais bem utilizadas pelos novos líderes digitais é a de investir numa plataforma de RPA (Automação Robótica de Processos), para liberar as pessoas das atividades repetitivas manuais de teclado e mouse, que são cansativas e enfadonhas, rotinas que desmotivam as pessoas, como por exemplo: cadastro de clientes, preenchimento de formulários, download de planilhas, conferencia de dados de diferentes sistemas, etc.

A partir do momento que as pessoas aprendem a criar seus fluxos robóticos, o problema de falta de tempo e braços, vai se acabando e o tempo e energia para fazer a transformação digital, crescendo naturalmente, pois cria-se um mindset de valor para o negócio.

Mas atenção, é preciso tomar cuidado com algumas armadilhas nessa iniciativa, como por exemplo, a de que o RPA tem que dar ROI (Retorno sobre investimento) com redução de pessoas (head count), isso pode até acontecer em alguns casos, mas dificilmente acontecerá com o primeiro processo robotizado.

Normalmente, os projetos de RPA iniciam com fluxos de trabalho simples, que rodam 100% na internet, sem precisar grandes integrações e comunicações com sistemas locais. Iniciar pequeno com um fluxo de trabalho simples e de poucos passos ajudam a blindar os times responsáveis por fazer o RPA decolar, porque assim as pessoas aprendem sobre as regras e sistemas envolvidos no processo.

Escolher um parceiro de RPA também é fundamental para o sucesso, pois é importante trazer conhecimentos de quem já conhece da tecnologia e do segmento do negócio, com cases já implementados, isso reduz muito o ciclo de aprendizado, acelerando a entrega de mais robôs.

Com o primeiro processo robotizado, nascerão os primeiros robôs, e os “pais” farão propaganda, orgulhosos de seus filhos, isso ajuda a promover o interesse dos demais colegas em aprender a fazer também seus próprios robôs.

Ao longo do tempo, o ROI chegará, porque as pessoas que antes eram consideradas um passivo, um custo necessário para se fazer aquela atividade manual, serão engajadas como líderes de processos, otimizando e reduzindo o tempo de execução de atividades que antes impactavam a fidelização de clientes e o ganho de novas receitas.

Afinal, robotizar processos reduz erros de digitação, agiliza o tempo de atendimento de clientes e motiva as pessoas que passam a se sentir parte das evoluções, passando a focar em atividades de maior valor: relacionamento, criatividade e sentir o cliente final, lá na ponta, cada vez mais hiperconectado.

Outra estratégia de sucesso dos novos líderes digitais é de empoderar seus desenvolvedores com plataformas modernas (low-code) de programação, porque estas já vem com templates, interfaces gráficas, fluxos e integrações semi-prontas, que facilitam a vida do desenvolvedor, permitindo que ele foque mais na redução das fricções que existem no processo de atendimento ao cliente, usando a tecnologia como propulsora de receita e fidelização.

Indústrias estão mais confiantes para retomar investimentos em automação

Por Hélio Sugimura, Gerente de Marketing da Mitsubishi Electric

O conceito de Indústria 4.0 já está consolidado entre os maiores especialistas da indústria. No entanto, ao contrário de países como China, Japão, EUA e Alemanha, que estão entre as maiores forças industriais do mundo, apenas recentemente é que países em desenvolvimento, como o Brasil, vêm tentando impulsionar essa jornada rumo à automação plena dos processos industriais.

As previsões globais apontam para uma aceleração da automação, motivada em parte pela crise gerada pela pandemia. Um estudo da consultoria Ernst & Young revelou que 36% das empresas passaram a acelerar os planos desde 2020.

Trazendo esses dados para o mercado nacional, especialistas enxergam um cenário mais propício a investimentos do setor a partir de 2021. Enquanto muitos países sofreram gravemente com o desabastecimento de diversos insumos, inclusive alimentos, como aconteceu nos EUA, até mesmo a falta de materiais hospitalares, relatado na Itália, o Brasil, apesar de algumas dificuldades, não apresentou grandes problemas de abastecimento.

Tal experiência mostrou que as máquinas foram capazes de manter a produtividade e a cadeia de suprimentos girando, quase sem interrupções, mesmo que em um ritmo mais lento. A quarta e mais recente edição do Índice de Automação do Mercado Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil com o apoio da empresa de pesquisas GfK, indicou que, em 2020, as indústrias estavam 2% mais automatizadas que no ano anterior. Mas, desde que o índice começou a ser mensurado, em 2016, essa evolução foi de 7%.

Outro relatório, da Bain & Company, chamado Technology Report, que avalia as oportunidades e vantagens operacionais do setor industrial, aponta que mais de um terço dos executivos planeja ampliar os investimentos em automação em 2021. A partir desse balanço não é difícil concluir que as empresas que investiram em automação, ainda antes da pandemia, foram as que melhor conseguiram enfrentar a crise ocasionada pela COVID e agora se sentem mais preparadas e confortáveis em realizar essa transição.

Além da robotização industrial ser uma das maiores tendências quando se fala em automação, outros conceitos conquistaram notoriedade e aceitação no chão de fábrica. A comunicação Machine to Machine, por exemplo, ganhou ainda mais força ao permitir que dados, antes coletados por operadores, pudessem ser coletados de forma automatizada. Assim, controladores lógicos programáveis, os CLPs, passaram a ser integrados a plataformas locais ou em nuvem, permitindo a consulta de seus registros e dados até mesmo de forma remota, para tomadas de decisão importantes.

Em outra ponta, dispositivos para medição de consumo de energia, em conjunto com o monitoramento de produção da fábrica, possibilitaram a criação de índices de consumo específico, medindo, assim, a eficiência energética de máquinas e equipamentos.

Se fosse possível fazer uma previsão, não seria mais tão ousado apostar que, com as reformas econômicas já previstas e o grande passo que o País já deu na capacidade de se reinventar e digitalizar seus processos e fluxos de produção, logo estaremos nos aproximando de uma quinta revolução industrial.

É preciso automatizar pelas razões corretas!

Por Denis Pineda

O ano novo de 2020 trazia perspectivas relativamente positivas para o mercado brasileiro. Tínhamos a frente um cenário de crescimento econômico e um aumento de demanda da produção industrial. Segundo o relatório Sondagem Industrial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a perspectiva inicial era que o setor ultrapasse a barreira dos 70% de crescimento.

Este cenário, associado a um crescente índice de confiança dos industriais brasileiros, desenhavam um bom ano, como não víamos desde 2012/2013, para a indústria de automação. Esperávamos então, que os principais drivers para a mudança seriam a falta de mão-de-obra qualificada e uma pressão para aumento de eficiência produtiva.

E então, veio a pandemia e tivemos que nos adaptar a uma realidade totalmente nova. As profundas mudanças de hábitos que estamos vivendo e que, a meu ver – vieram para ficar total ou parcialmente – afetaram não apenas o consumo, mas também a maneira que a indústria enfrenta os desafios de flutuação. Em nosso caso específico, a alta cambial teve um efeito impactante: aumento de todos os equipamentos importados, o que além dos cobots inclui muitos outros itens utilizados na automação de ponta. Além disso, pudermos notar o aumento na busca de soluções de outras dores de nossos clientes, como a flexibilidade e aplicações de distanciamento social dentro do chão de fábrica. Nessa gangorra, o custo da automação subiu, mas subiu também o interesse por tais soluções. Acredito que em um prazo de 6 a 12 meses, com dólar estabilizado entre R﹩5-R﹩5,50 segundo último relatório FOCUS o mercado terá valores consolidados no que tange equipamentos para automação, fomentando de maneira mais competitiva todo o mercado.

Vale ressaltar que agora o foco, mais do que nunca, é segurança e flexibilidade. Em primeiro lugar, temos a segurança das pessoas, o que tem sido o nosso ponto de partida para qualquer reunião de automação. Isso porque nossas soluções podem ajudar a aumentar a distância entre operadores para garantir distanciamento social dentro da operação.

Já a flexibilidade tem sido um ponto alto para a procura dos cobots, já que o mercado está muito mais propenso a enfrentar fortes variações, devido a problemas que tendem a ocorrer em toda a cadeia de suprimentos. Além disso, esse ponto se combina com a questão da segurança, isso porque será necessário repensar layouts para ter operadores mais distantes uns dos outros, o que exige linhas mais flexíveis para absorver variações bruscas de demanda e/ou pessoal disponível para rodar operações. Quando automação é de ponta a ponta ou hard automation, em geral, as linhas são menos flexíveis. Ganha-se flexibilidade justamente combinando homens e robôs, estes executando as tarefas repetitivas e as pessoas executando as tarefas mais cognitivas e que exigem mais destreza.

Falando de mercado, ao olhar os relatórios de produtividade da indústria, divulgados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há segmentos que vem ganhando força e indicando um aumento importante de demanda. Alguns alimentos (3,3%), medicamentos (4,7%), produtos de limpeza e higiene pessoal (6%) estão entre os principais players de aumento.

Para estas indústrias, além dos desafios acima, felizmente é necessário produzir ainda mais, e para isso, a automação é a resposta para melhorar eficiência dos processos. Suponhamos, então, que uma fábrica precise aumentar muito a produção rapidamente para suprir uma maior demanda. Nesse caso, é possível identificar as etapas que precisam ser otimizadas e então adaptar o uso dos robôs nelas. Um cobot que antes era usado para paletização pode ser inserido no empacotamento com uma mudança de aplicação que é significativamente mais simples, mais rápida e com menor quando comparado a robótica convencional.

Com tudo isso, a lição que fica é que os cobots são comprovadamente a grande ferramenta para auxiliar as pessoas e executar tarefas perigosas, não ergonômicas ou que exponham as pessoas a riscos indesejados. Quem automatizar pelas razões certas, sofrerá menos as intempéries do mercado.

Denis Pineda, gerente regional da Universal Robots na América Latina

Gartner: receita mundial com software de automação robótica de processos será de cerca de US$ 2 bilhões em 2021

O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, prevê que a receita global do mercado de software para automação robótica de processos (RPA – de Robotic Process Automation, em inglês) deverá atingir a marca de US$ 1,89 bilhão em 2021, número que representa um aumento de 19,5% em relação a 2020. De acordo com a mais recente pesquisa do Gartner, apesar das pressões econômicas causadas pela pandemia de COVID-19, o segmento de RPA ainda deve crescer em taxas de dois dígitos até 2024.

“O principal motivador dos projetos de RPA é a capacidade de melhorar a qualidade, velocidade e produtividade dos processos, ganhos que são cada vez mais importantes para as empresas, principalmente à medida que as organizações tentam atender às demandas de redução de custos por conta dos impactos  gerados pelo COVID-19”, diz Fabrizio Biscotti, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner. “As empresas podem avançar r apidamen te em suas iniciativas de otimização digital investindo em software de RPA, e essa tendência não irá desaparecer tão cedo”.

A receita mundial do setor de software de RPA deve chegar a US$ 1,58 bilhão em 2020, o que representa um aumento de 11,9% em relação a 2019 (ver Tabela 1). Até 2020, porém, os preços médios de RPA deverão diminuir de 10% a 15%, com quedas anuais de 5% a 10% esperadas em 2021 e 2022, criando forte pressão de reduç&at ilde;o d e preços.

Tabela -Receita mundial de software para RPA (em bilhões de dólares)

 201920202021
Receita ($)1,4111,5791,888
Crescimento (%)62,9311,9419,53

Fonte: Gartner (Setembro de 2020)

COVID-19 aumenta interesse das empresas por soluções de RPA – A pandemia e a recessão que se seguiu aumentaram o interesse de muitas organizações em soluções de automação robótica de processos. Os analistas do Gartner preveem que 90% das grandes companhias em todo o mundo terão adotado o RPA de alguma forma até 2022, já que buscam capacitar digitalmente processos de negócios críticos por meio de resiliência e escalabilidade, enquanto recalibram o trabalho humano e o esforço manual.

“O Gartner avalia que a demanda de RPA deverá crescer e os provedores de serviços precisarão oferecer soluções de RPA de forma mais consistente a seus clientes, devido ao impacto do COVID-19”, destaca Cathy Tornbohm, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner. “A diminuição da dependência de uma força de trabalho humana para uma rotina de processos digitais será mais atraente para os usuários finais, n&atild e;o apen as pelos benefícios de redução de custos, mas também para garantir seus negócios contra impactos futuros como esta pandemia”.

Expectativa é que as organizações aumentem suas capacidades de lidar com soluções de RPA – Até 2024, as grandes organizações triplicarão a capacidade de seus portfólios existentes de RPA. A maior parte dos gastos “novos” virá de grandes organizações que estão adquirindo capacidade adicional de seu fornecedor original ou, ainda, de parceiros dentro do ecossistema.

“Conforme as organizações crescem, elas precisarão adicionar licenças para executar o software de RPA em servidores adicionais e adicionar núcleos para lidar com a carga”, explica Biscotti. “Esta tendência é um reflexo natural das crescentes demandas colocadas na ‘infraestrutura em todos os lugares’ (‘everywhere infrastructure’, em inglês) de uma organização”.

Os futuros clientes de RPA virão de compradores que não são da área de TI – A adoção das soluções de RPA aumentará à medida que a conscientização sobre as vantagens desses serviços aumentar entre os usuários comerciais. Na verdade, em 2024, o Gartner prevê que quase metade de todos os novos clientes RPA virão de compradores comerciais que não façam parte, especificamente, de uma equipe ou organização de TI.

“Os principais fornecedores de software RPA têm como alvo os diretores financeiros e operacionais, em vez de apenas executivos da área de TI. Esses profissionais de outras áreas são os que devem melhor aproveitar a implementação rápida de automação via low code e no code. O desafio dos fornecedores será integrar o RPA com sucesso, em ambientes heterogêneos e em mudança, que é onde a TI pode fazer a diferença”, diz Biscotti.

RPA, Workflow e IoT para otimizar os recursos remotamente e aproveitar o impulso da pandemia

Por Thiago Guimarães


Ainda encontramos nas empresas um ponto em comum: a utilização de papéis e planilhas na execução de processos de negócio. Podemos citar desde um formulário de acesso à portaria, o qual um funcionário se certifica de anotar os dados, tanto do veículo, quanto do visitante, a formulários mais complexos, os quais são preenchidos por operadores com dados dos equipamentos de produção, que depois serão compilados.

Às vezes, tais formulários, dão um passo em direção à “digitalização” com a inserção das informações em planilhas ou sistemas de gestão, mas, em sua maioria, os montantes de papéis são arquivados em caixas que acabam empilhadas nas salas de arquivos. Se, em algum momento, alguém precisa de algumas das informação nesses papéis, a consulta é morosa e onerosa e, também, não são raros os casos em que os gestores acabam verificando que os processos não foram executados corretamente ou até mesmo não foram. Isso porque, a rotina de papéis e de planilhas demanda muito esforço da gestão no acompanhamento e monitoramento dos processos a fim de garantir sua correta execução.

Adicione tal complexidade ao cenário de pandemia do Coronavírus, que exige das empresas um olhar mais crítico de seus custos e continuidade das operações à distância, para ampliação de potenciais problemas nestes processos, abrindo as portas para as ineficiências, os erros e as fraudes. Portanto, podemos observar que a brincadeira que circula na internet traz uma verdade: o maior agente da Transformação Digital nas empresas não foram os executivos C-level, mas o Coronavírus.

Afinal, num momento em que é necessário o controle dos processos à distância, mas com restrição de orçamento, a implementação de tecnologias como RPA (do inglês, Robotic Process Automation), Workflow Automation (Automação do Fluxo de Trabalho) e IoT (Internet das Coisas) passou a fazer a diferença para muitas empresas nas situações mais variadas.

Podemos citar, por exemplo, o controle de temperatura de alimentos nos supermercados, momento em que, normalmente, os varejistas colocam uma pessoa para realizar a medição da temperatura três vezes ao dia e anotá-la em papéis para, posteriormente, passar para planilhas. Nesse cenário, através de um sensor remoto (IoT), é possível coletar e enviar os dados via nuvem, permitindo o acesso às temperaturas do produto sem a necessidade da medição de campo por uma pessoa.

Outra oportunidade de utilização de tecnologia está no processo de recebimento de produtos pelas empresas e pagamento. Normalmente a Nota Fiscal do fornecedor é recebida em papel e enviada para a área fiscal neste formato para depois ser lançada num sistema. Ao invés desse processo, é possível extrair o arquivo direto do site da Secretaria da Fazenda e processar a Nota Fiscal, lançando-a diretamente no sistema de pagamento por meio de um robô.

Muitas vezes temos situações de automação óbvias, mas que acabam passando desapercebidas nas rotinas empresariais. Se a empresa tem grande circulação em papéis, provavelmente terá oportunidades de automação para explorar.

Que tal “entrar na onda” da Transformação Digital ditada pelo Coronavírus e usar este momento como impulsionador para conhecer como as novas tecnologias que podem auxiliar sua empresa na maximização da produtividade do time que está trabalhando remotamente e, ainda, reduzir custos.

Thiago Guimarães, gerente sênior de riscos e performance na ICTS Protiviti

Como a carreira de automação vai migrar e agregar conhecimentos de outras áreas para contribuir mais

Por Thiago Turcato, coordenador de suporte técnico da Mitsubishi Electric

Após um longo período de estagnação que compreende especialmente as décadas de 70 e 80, o campo educacional brasileiro das áreas ligadas à tecnologia, em especial a engenharia e suas especializações, vem se atualizando constantemente, em paralelo à evolução tecnológica global, uma vez que a área técnica é intimamente ligada à tecnologia e suas mudanças. Essa rápida aceleração tecnológica das últimas duas décadas vem exigindo das instituições de ensino, uma atualização constante em todos os aspectos, em especial na grade curricular, corpo docente e na infraestrutura.

A partir da década de 90, época de abertura inédita do mercado nacional para importações de produtos, o Ministério da Educação (MEC) atualizou uma série de regulamentações, o que possibilitou o aumento da variedade de cursos técnicos e superiores na área de Engenharia, ampliando a oferta de vagas nas instituições pública e privadas. Segundo matéria do Guia do Estudante, hoje existem 34 tipos de cursos de Engenharia, que vão de Acústica a Têxtil, sem contar outros cursos correlatos, como Automação Industrial, Robótica, entre outros.

Porém, essa alta quantidade de cursos não vem refletindo em uma melhor qualidade dos profissionais formados. Segundo estudo de fevereiro de 2020 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade em contratar por causa da falta de trabalhador qualificado. A pesquisa relata que a função com maior carência de trabalhador qualificado é a de operador, que afeta 96% das empresas consultadas, seguida de empregados de nível técnico, com 90%. Ou seja, a vaga ao recém formado existe, mas a empresa não consegue preenchê-la adequadamente.

Além disso, o mercado que antes buscava um perfil de profissional técnico voltado para atividades especificas a serem desempenhadas, hoje está atrás de um profissional mais plural, que além da parte técnica, conheça e desempenhe tarefas de outras áreas, como marketing, vendas, logística, administração, entre outras. Portanto, há uma necessidade latente de atualização nas grades curriculares a fim de que os novos profissionais estejam mais habilitados a essa nova demanda do mercado.

Dessa forma, a solução aos recém formados é a capacitação extra curricular, ou seja, a aquisição de conhecimentos além da formação, algo que hoje em dia é muito mais fácil que a décadas atrás, umas vez que a disponibilidade de fontes e canais de consulta e conhecimento globalizada através da Internet abrem possibilidades quase infinitas não somente de conhecimento técnico mais aprofundado de novas tecnologias, mas também conteúdos de outras áreas. Assim, esses novos profissionais, poderão contribuir, com uma visão mais ampla, na solução de problemas e na proposição de inovações dentro das empresas.

Especificamente sobre a carreira de automação, ela vem passando por essas transformações mencionadas, ou seja, do trabalho técnico específico para uma atuação mais dinâmica, plural e corporativa. Além disso, há uma interrelação íntima da área de Automação com a área de Tecnologia da Informação (TI), evidenciado por exemplo, no uso de novas tecnologias como a IoT (Internet das Coisas).

Dessa forma, cabe ao novo profissional de Automação a capacidade analítica de, por exemplo, aplicar tecnologias de IoT através da automação, impactando na aquisição de dados que podem gerar conhecimento sobre como recursos naturais, como água, são consumidos e de que forma podem ser otimizados, trazendo impactos sobre qualidade e finanças. Por outro lado, essa mesma tecnologia, pode gerar conhecimento sobre como um operador opera uma máquina, trazendo a necessidade de melhor treinamento, impactando o RH na melhoria profissional colaboradores, assim como na produção.

Considerando a questão da pandemia, ou seja, um cenário de crise e cada vez mais competitivo, o papel da Automação torna-se ainda mais relevante. Uma pesquisa do McKinsey Global Institute com mais de 500 executivos chegou à conclusão de que as empresas que implementam tecnologias de automação podem obter ganhos substanciais de desempenho e assumir a liderança em seus setores. Ou seja, o que era um processo ainda lento de implementação da automação em diversos setores, foi acelerado de forma colossal com a pandemia, mudando também o seu enfoque que foi de cortar custos trabalhistas ou ganhar em eficiência para minimizar ao máximo o contato entre humanos, evitando a disseminação rápida do novo coronavírus.

Portanto, o profissional de automação que já tinha boas perspectivas de carreira, passa com a evolução do mercado e com a chegada da Pandemia, a se tornar ainda mais valorizado, cabendo a ele estar sempre atualizado e cada vez mais multidisciplinar para ocupar ótimas posições no mercado de trabalho.

Centro de Inovação e Tecnologia da GS1 Brasil será 360°

O CIT – Centro de Inovação e Tecnologia, da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil – considerado referência mundial em conhecimento, capacitação e experiência sobre automação, logística e cadeia de suprimentos – conta agora com todos os recursos de conteúdo 360°, com imagens e vídeos que têm um grande potencial comercial, de marketing e educacional. A previsão de lançamento do CIT 360º é para o início de outubro, e a expectativa da entidade é de atrair pelo menos 300 visitantes virtuais até o final do ano.

Na prática, significa que, muito além do uso em redes sociais, os conteúdos são fundamentais para o uso da realidade virtual e visitas virtuais, além de digitalização de espaços. Imagens e vídeos 360° são formatos mais simples e práticos de serem gerados e utilizados. Podem ser visualizados sem o uso dos óculos de realidade virtual, por meio de um computador, smartphone ou tablet. “O CIT agora está também incluído nesta nova tecnologia inovadora”, destaca Luiz Renato Martins Costa, assessor de educação da -GS1 Brasil.

Os softwares de modelagem 3D permitem a geração de imagens 360 graus. Esse processo de geração é conhecido como renderização e, para que ocorra, os softwares de modelagem precisam do auxílio de plugins, conhecidos como renderizadores.

Após a captação das imagens e a sua renderização, são incluídos no ambiente 360º em torno de 35 pontos de interação – fotos e vídeos – das soluções do CIT para trazer o ambiente físico já existente para a nova plataforma virtual!

O CIT é um espaço criado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil para demonstrar tendências tecnológicas capazes de otimizar os processos na cadeia de abastecimento. Instalado na sede da entidade, no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), o CIT nasceu inspirado no Knowledge Center, da GS1 Alemanha, e foi inaugurado em 2014, com o objetivo de se tornar uma vitrine de soluções inovadoras de automação. A ideia é auxiliar as empresas a escolherem as melhores soluções para seus projetos de automação de processos.

O CIT possui equipamentos de automação de processos logísticos para lojas de varejo, e-commerce e rastreabilidade de medicamentos, que funcionam com soluções suportadas por tecnologias e padrões como código de barras, GS1 DataMatrix, GS1 DataBar, EPC/RFID entre outras tecnologias de captura, identificação e compartilhamento de informações.

O espaço é constantemente renovado com o apoio de patrocinadores e provedores de soluções tecnológicas, a fim de acompanhar a rápida evolução do mercado. O CIT se destina a visitas de empresas associadas, profissionais do mercado, universidades e escolas. A iniciativa foi tão positiva que a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil abriu um espaço semelhante em seu escritório em Brasília (DF).

O que você pode ver no CIT

• Soluções para logística
• Transelevador
• WMS (Warehouse Management System), ou sistema de gerenciamento de armazém
• Sistema de separação/picking por voz
• Soluções para indústria
• Linha de produção automatizada
• Impressora RFID
• Soluções RFID
• Inventário usando coletor portátil
• Espelho inteligente
• Soluções para o varejo
• Self Checkout
• Coletor e impressora
• Sistemas para controle de produtos e ruptura
• Espaço Saúde
• Espaço com três estações – farmácia hospitalar, leito hospitalar e farmácia varejo -, onde são simulados o uso de diferentes tecnologias e padrões GS1

Como a carreira de automação vai migrar e agregar conhecimentos de outras áreas para contribuir mais

Por Thiago Turcato, coordenador de suporte técnico da Mitsubishi Electric

Após um longo período de estagnação que compreende especialmente as décadas de 70 e 80, o campo educacional brasileiro das áreas ligadas à tecnologia, em especial a engenharia e suas especializações, vem se atualizando constantemente, em paralelo à evolução tecnológica global, uma vez que a área técnica é intimamente ligada à tecnologia e suas mudanças. Essa rápida aceleração tecnológica das últimas duas décadas vem exigindo das instituições de ensino, uma atualização constante em todos os aspectos, em especial na grade curricular, corpo docente e na infraestrutura.

A partir da década de 90, época de abertura inédita do mercado nacional para importações de produtos, o Ministério da Educação (MEC) atualizou uma série de regulamentações, o que possibilitou o aumento da variedade de cursos técnicos e superiores na área de Engenharia, ampliando a oferta de vagas nas instituições pública e privadas. Segundo matéria do Guia do Estudante, hoje existem 34 tipos de cursos de Engenharia, que vão de Acústica a Têxtil, sem contar outros cursos correlatos, como Automação Industrial, Robótica, entre outros.

Porém, essa alta quantidade de cursos não vem refletindo em uma melhor qualidade dos profissionais formados. Segundo estudo de fevereiro de 2020 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cinco em cada dez indústrias brasileiras têm dificuldade em contratar por causa da falta de trabalhador qualificado. A pesquisa relata que a função com maior carência de trabalhador qualificado é a de operador, que afeta 96% das empresas consultadas, seguida de empregados de nível técnico, com 90%. Ou seja, a vaga ao recém formado existe, mas a empresa não consegue preenchê-la adequadamente.

Além disso, o mercado que antes buscava um perfil de profissional técnico voltado para atividades especificas a serem desempenhadas, hoje está atrás de um profissional mais plural, que além da parte técnica, conheça e desempenhe tarefas de outras áreas, como marketing, vendas, logística, administração, entre outras. Portanto, há uma necessidade latente de atualização nas grades curriculares a fim de que os novos profissionais estejam mais habilitados a essa nova demanda do mercado.

Dessa forma, a solução aos recém formados é a capacitação extra curricular, ou seja, a aquisição de conhecimentos além da formação, algo que hoje em dia é muito mais fácil que a décadas atrás, umas vez que a disponibilidade de fontes e canais de consulta e conhecimento globalizada através da Internet abrem possibilidades quase infinitas não somente de conhecimento técnico mais aprofundado de novas tecnologias, mas também conteúdos de outras áreas. Assim, esses novos profissionais, poderão contribuir, com uma visão mais ampla, na solução de problemas e na proposição de inovações dentro das empresas.

Especificamente sobre a carreira de automação, ela vem passando por essas transformações mencionadas, ou seja, do trabalho técnico específico para uma atuação mais dinâmica, plural e corporativa. Além disso, há uma interrelação íntima da área de Automação com a área de Tecnologia da Informação (TI), evidenciado por exemplo, no uso de novas tecnologias como a IoT (Internet das Coisas).

Dessa forma, cabe ao novo profissional de Automação a capacidade analítica de, por exemplo, aplicar tecnologias de IoT através da automação, impactando na aquisição de dados que podem gerar conhecimento sobre como recursos naturais, como água, são consumidos e de que forma podem ser otimizados, trazendo impactos sobre qualidade e finanças. Por outro lado, essa mesma tecnologia, pode gerar conhecimento sobre como um operador opera uma máquina, trazendo a necessidade de melhor treinamento, impactando o RH na melhoria profissional colaboradores, assim como na produção.

Considerando a questão da pandemia, ou seja, um cenário de crise e cada vez mais competitivo, o papel da Automação torna-se ainda mais relevante. Uma pesquisa do McKinsey Global Institute com mais de 500 executivos chegou à conclusão de que as empresas que implementam tecnologias de automação podem obter ganhos substanciais de desempenho e assumir a liderança em seus setores. Ou seja, o que era um processo ainda lento de implementação da automação em diversos setores, foi acelerado de forma colossal com a pandemia, mudando também o seu enfoque que foi de cortar custos trabalhistas ou ganhar em eficiência para minimizar ao máximo o contato entre humanos, evitando a disseminação rápida do novo coronavírus.

Portanto, o profissional de automação que já tinha boas perspectivas de carreira, passa com a evolução do mercado e com a chegada da Pandemia, a se tornar ainda mais valorizado, cabendo a ele estar sempre atualizado e cada vez mais multidisciplinar para ocupar ótimas posições no mercado de trabalho.