O Brasil perdeu 20 posições, caindo do 59º para o 79º lugar, de acordo com uma pesquisa realizada pela KPMG, que avalia os países mais preparados para lidar com mudanças significativas e acontecimentos como desastres naturais e tendências demográficas, econômicas, sociais e tecnológicas. O relatório Índice de Prontidão para Mudanças (Change Readiness Index – CRI) 2017 é a versão mais recente do estudo que classificou 136 países de acordo com seguintes critérios: empreendedorismo, governo, pessoas e sociedade civil. No levantamento, a Suíça aparece em primeiro e a Somália, em último lugar.
Dos três critérios de análises, segundo o levantamento, o Brasil apresentou melhoras apenas em um, pessoas e sociedade civil. Nos outros dois, houve uma queda nos índices, sendo maior no que diz respeito à capacidade do governo.
“Os índices do Brasil já apresentavam queda em 2015 e voltaram a cair em 2017, o que se deve, principalmente, em função da situação política e econômica que o país vem enfrentando”, analisa o sócio da KPMG no Brasil, Maurício Endo.
Segundo ele, o CRI pode ser um instrumento crucial para governos, comunidade de desenvolvimento e empresas tomarem decisões mais abalizadas a respeito de possíveis reformas ou mudanças nas políticas, gerenciamento de riscos ou realização de investimentos. “Mais do que nunca, o bem-estar dos cidadãos de um país depende da capacidade de lidar com as mudanças e tirar vantagens delas. O CRI oferece uma visão reveladora sobre quais países estão mais bem posicionados para lidar com as mudanças inevitáveis e obter potenciais benefícios delas, além dos fatores que estão por trás do nível de preparo”, explica.
Global: Europa domina as dez primeiras posições
Os países europeus conquistaram sete dos dez primeiros lugares no ranking do CRI de 2017, mostrando uma grande capacidade de enfrentar os desafios colocados para aquela região. A Suíça assumiu o primeiro lugar pela primeira vez, substituindo Cingapura, que havia conquistado o primeiro lugar nos rankings de 2013 e 2015 do CRI.
O Reino Unido apareceu, pela primeira vez, entre os dez primeiros colocados, reforçando a prontidão para as mudanças em um momento particularmente crítico, em que o país prepara-se para sair da União Europeia. Os Estados Unidos também melhoraram o desempenho de maneira significativa em comparação com o ranking do CRI anterior, galgando oito posições para atingir a 12ª colocação, ao passo que em 2015 obtiveram o 20º lugar.
De acordo com o estudo, Ruanda demonstrou que países de menor renda podem melhorar de maneira significativa a prontidão para as mudanças. Ruanda subiu para a 46ª posição no ranking de 2017, o que fez dele o único país de baixa renda no grupo dos 50 primeiros, se beneficiando do desempenho da capacidade de governo.
Sobre o Índice de Prontidão para as Mudanças
O Índice de Prontidão para as Mudanças (CRI) foi feito com base na análise de dados de fontes originais e de 1.400 especialistas, além de fontes secundárias incluindo o Fórum Econômico Mundial, o Fundo Monetário Internacional do Banco Mundial e as Nações Unidas. Para acessar o estudo, clique no link: kpmg.com/changereadiness.
Os países com as melhores colocações (incluindo a classificação em relação ao ranking de 2015):
1. Suíça (+1)
2. Suécia (+7)
3. Emirados Árabes Unidos (+2)
4. Cingapura (-3)
5. Dinamarca (+3)
6. Nova Zelândia (+0)
7. Países Baixos (+4)
8. Finlândia (+2)
9. Alemanha (+3)
10. Reino Unido (+3)
11. Noruega (-7)
12. Estados Unidos (+8)
13. Hong Kong (-10)
14. Austrália (+2)
15. Irlanda (–)*
16. Áustria (+1)
17. Canadá (-3)
18. Bélgica (+0)
19. Catar (-12)
20. França (+6)
* Países que aparecem pela primeira vez no ranking do CRI de 2015