As empresas estão preparadas para o novo mundo digital? – Por Siro Canabarro

Compartilhar

Enquanto tecnologias digitais entram em todos os aspectos de suas operações, empresas ao redor do mundo antecipam a necessidade de uma mudança massiva nos próximos cinco anos.

Em uma pesquisa feita pela Harvard Business Review com 376 líderes de empresas estadunidenses, quase todos afirmaram que esperam que a pressão para mudanças só irá ficar cada vez mais forte.

Três quartos desses executivos, de empresas grandes atuantes em serviços financeiros, manufatura, tecnologia, saúde, varejo e outras indústrias, dizem que a empresa deles irá necessitar de uma mudança extensa para se tornar ainda mais digital.

Mas, quando indagados sobre o que mais preocupam eles no futuro de suas empresas, a maioria desses executivos focou na falta de habilidade de mudar rápido o suficiente para sobreviver e se destacar nesse mundo cada vez mais digital.

Apenas 7% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas são extremamente abertas a mudanças.

Outros 35% falaram que suas empresas são mais ou menos abertas a mudanças. Estamos falando de 42%!

Questionados sobre o quanto suas empresas são “digitais”: 33% responderam que são pouco digitais, 39% moderadamente digitais, 29% muito digitais, com mais da metade de seus produtos, operações e modelos de negócios dependentes de suas habilidades de explorar informações digitais e tecnologias.

O caminho não é fácil: a mudança começa ao se criar e comunicar para toda sua empresa uma estratégia digital atraente e mudar toda a estrutura organizacional, sistemas e processos.

E por conta dessa “digitalização” rápida do mundo, novas habilidades, aptidões e maneiras de se trabalhar são requisitadas, sendo necessários maiores investimentos em suporte aos colaboradores e mudança de cultura.

Departamentos de TI precisam mudar seus papéis para a vanguarda da inovação de uma empresa.

Não há uma “receita de bolo” para se acelerar as mudanças em todas as empresas do mundo, mas o estudo realizado pela Harvard Business Review identificou peças-chave para empresas refletirem enquanto procuram a disrupção.

Comunicar a estratégia

Pessoas não podem mudar o que não podem compreender.

A transformação começa ao se criar um senso de propósito e uma compreensão comum, uma vez definida uma estratégia digital atrativa.

Enquanto mais de três quartos das empresas “muito digitais” da pesquisa já tomaram esse cuidado, apenas 40% das empresas consideradas moderadamente digitais já o fizeram.

Inclusive, 83% dos respondentes disseram que a comunicação vinda da liderança sobre a necessidade de mudanças é uma das três formas mais efetivas de se criar uma cultura que abrace mudanças – mais do que qualquer outro fator.

Construir novas estruturas

89% dos respondentes estão criando novas estruturas organizacionais e novos times para suportar as operações digitais e os novos modelos de negócio.

As organizações consideradas “muito digitais” estão fazendo isso com o dobro de intensidade do que as “moderadamente digitais”.

Times que pensam

Ao lançar esforços de transformação, as empresas consideradas “muito digitais” adotam como tática comum a criação de times multifuncionais. incluindo colaboradores com um grande conhecimento sobre a indústria que atuam, habilidades analíticas, habilidades criativas, conhecimento de leis e políticas, entre outros.

A inovação é acelerada quando as pessoas pensam sobre um problema com abordagens diferentes.

Experimentar e Aprender

Inovação digital significa trabalhar e explorar dados de uma maneira completamente diferente da tradicional.

E organizações digitais devem adotar um mindset de velocidade e experimentação.

Enquanto fazem essas mudanças, empresas estão focando em desenvolver respostas mais rápidas para insights dos consumidores e mudanças de mercado. além de usar em sua plenitude os recursos e a capacidades disponíveis na nuvem, tanto de talentos fora da empresa quanto dentro.

Repensar a TI

Muitos sistemas de TI legados são lentos e rígidos para um negócio digital.

Modernizando suas infraestruturas de TI, as empresas estão procurando ganhar flexibilidade, escalabilidade e, acima de tudo, velocidade.

Isso significa nuvem e infraestrutura baseadas em serviços/API. Mas, além de usar novas tecnologias, as empresas estão repensando o papel da TI.

Com a TI sendo incorporada em novos produtos, serviços e modelos de negócio, não é de se surpreender que quase metade dos respondentes reportaram que a TI e a equipe de desenvolvimento de suas empresas atuam bastante próximas uma da outra.

Essa aproximação inovadora em relação a TI é ainda a exceção ao invés da regra. Apenas 17% dos respondentes disseram que enxergam sua equipe de TI como extremamente capaz de executar a estratégia digital de sua empresa.

A recompensa

68% das empresas consideradas “muito digitais” dizem ter percebido uma mudança positiva significativa em suas finanças a partir de seus esforços digitais.

Apenas 20% das empresas “moderadamente digitais” sentiram o mesmo.

6% das empresas consideradas “não muito digitais” perceberam algum resultado financeiro significativo a partir de seus esforços digitais.

Para resumir, para permanecer e prosperar nesse mundo cada vez mais digital, as empresas precisam determinar qual área irá prover um maior benefício para seu negócio, digitalizar suas operações “core”.

Criar um novo tipo de engajamento de clientes, inovando através de novos produtos digitais e novos modelos de negócios e, então, colocar a faca entre os dentes e perseguir esse objetivo.

Isso irá exigir liderança, investimento, reestruturação na organização, e novos relacionamentos dentro e fora da empresa.

Empresas devem suplantar a inércia e a resistência a mudanças.

Acima de tudo, isso requer flexibilidade. Enquanto a disrupção acelera, a necessidade de adaptação é cada vez mais urgente.

*Siro Canabarro, CMO da Gumga.