Acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos representa um passo concreto em direção a uma parceria mais ambiciosa

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“O acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos é um importante marco em direção a uma parceria bilateral mais ambiciosa. Ele permitirá fortalecer o comércio e os investimentos entre os dois países, trazendo benefícios para suas empresas e sociedades”. Esta é a avaliação de Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, entidade que representa cerca de cinco mil empresas brasileiras e americanas e que tem acompanhado as negociações desde o seu início.

A conclusão do acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos foi anunciada, nesta segunda-feira (19/10). O acordo compreende as áreas de facilitação de comércio, boas práticas regulatórias e anticorrupção. Entre seus resultados, espera-se a redução de burocracia e custos, bem como o aumento de transparência e segurança jurídica nas relações bilaterais.

“É um pacote formado por temas não tarifários, bastante técnicos, mas que trazem benefícios práticos muito significativos para o dia a dia das empresas e para as trocas comercias entre Brasil e Estados Unidos”, contextualiza Vieitas. O resultado converge com a proposta da Amcham, apresentada no ano passado, por ocasião da visita à entidade do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, de avançar de maneira gradual em direção a um acordo de livre comércio, começando por temas não tarifários de menor complexidade.

Menos burocracia, mais negócios

Segundo a Organização Mundial do Comércio – OMC, medidas de facilitação de comércio podem diminuir em até 13% os custos nas trocas globais. Por sua vez, estima-se que os custos envolvidos no cumprimento de diferentes exigências regulatórias no comércio internacional podem chegar a aproximadamente 20%. “Menos burocracia e mais previsibilidade se traduzem em mais negócios. A combinação de redução de custos nas operações de exportação e importação e da adoção de boas práticas na atividade de regulação do comércio internacional levam à criação de mais comércio”, acrescenta Abrão Neto, vice-presidente Executivo da Amcham Brasil.

Uma vez em vigor, o acordo permitirá aprofundar os fluxos de comércio e de investimentos entre Brasil e Estados Unidos. “O comércio bilateral de bens e serviços é da ordem de US﹩ 80 bilhões por ano e o estoque mútuo de investimentos supera US﹩ 110 bilhões. Esses números são expressivos, mas em se tratando das duas maiores economias das Américas, há um enorme espaço para crescimento. O acordo será um estímulo nesse sentido”.

A Amcham Brasil espera que o entendimento recém-anunciado seja implementado com agilidade, de forma a contribuir para a retomada do comércio bilateral, que está caindo mais de 25% neste ano de 2020 em razão do impacto da pandemia da COVID-19, conforme aponta os dados do Monitor de Comércio da Amcham. A entidade também espera que mencionado acordo sirva para lançar as bases para um futuro acordo de livre comércio envolvendo os dois países.