A arte de buscar e desenvolver talentos na era da Transformação Digital

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Por Vinícius Teixeira

Um grande investimento vem sendo realizado ano após ano para transformar digitalmente as empresas de todos os segmentos, em todo o mundo. Entretanto, um erro comum que muitos líderes ainda cometem é considerar que essa transformação é apenas tecnológica. Com isso, diversas falham na execução das estratégias acontecem por não conseguirem encontrar e reter os principais ativos dessa jornada – os Talentos.

Pensando nisso, reuni seis princípios para que você, gestor, possa repensar seu processo de busca e retenção desses profissionais.

1 — Potencial é tão importante quanto formação

Cada vez mais grandes organizações estão investindo no potencial dos candidatos e não somente nos diplomas em universidades de prestígio. Segundo pesquisa realizada pela Infosys, notamos que as empresas melhores avaliadas em maturidade digital estão propensas contratar profissionais com graduações tecnológicas, escolas técnicas e que tiveram conquistas que envolveram compromisso, dedicação e criatividade. Segundo o estudo, profissionais que não tiveram uma situação privilegiada e que demonstraram persistência durante a carreira, são mais motivados, resilientes e ágeis.

2 – Diversidade acima de homogeneidade

Do ponto de vista social, todos nós compreendemos – ou deveríamos compreender -, nosso papel em promover um ambiente diverso, com oportunidades iguais a todos os indivíduos. E do ponto de vista de negócios? Diversidade traz ganhos? Sim! Empresas que agem assim já entenderam que os negócios precisam dessa mistura de perfis. A diversidade de gênero, social, religiosa, étnica, cultural resulta em equipes mais criativas, produtivas e significativamente mais conectadas com seus clientes.

3 – Soft skills acima de Hard Skills

Em um mundo no qual as máquinas cada vez mais executam trabalhos repetitivos e com baixo nível de cognição, desafios modernos exigem habilidades de liderança, resolução de problema, criatividade, aprendizado contínuo, comunicação e trabalho em equipe. Não quero dizer que as habilidades técnicas não são importantes, porém priorize suas contratações com base no perfil pessoal.

4 – Fit Cultural acima de experiências

Dado que passamos mais de um terço de nossas vidas no ambiente de trabalho, é importante que os funcionários sintam-se felizes e conectados com ele. Caso contrário, você terá um problema de retenção e performance. O ajuste da cultura é o aspecto mais importante da retenção. Os funcionários que não se reconhecem nos valores da organização não ficarão satisfeitos, estão mais propensos a criar um ambiente de trabalho tóxico e estão mais propensos a sair.

5 – Especialistas ou generalistas? Precisamos de ambos

Defina suas estratégias e reflita sobre a melhor composição de sua equipe. Projetos que exigem experimentação, onde o nível de incerteza em relação aos meios de execução é baixo, você precisa de um time generalista, com isso você elimina direcionamentos viciados, aumenta velocidade de adaptação e reduz investimentos. Projetos que exigem escala, onde o nível de incerteza e a escala da solução ou processo são altas, você precisa de uma equipe especialista, com o objetivo de aumentar assertividade e reduzir custos técnicos e organizacionais.

6 – Treine e avalie os talentos constantemente

A medida que seus talentos se desenvolvem, passam a atuar de maneira autônoma, assertiva e criativa. Por isso, garanta o acesso a programas e condições para que todos se capacitem, de forma contínua, em tecnologias e métodos relevantes para suas funções. Porém, tão importante quanto a capacitação é a existência de um processo efetivo de avaliação, como forma de reconhecer esse desenvolvimento, direcionar os próximos passos e traçar as estratégias para que o profissional siga construindo uma carreira de sucesso.

Vinícius Teixeira, head de Inovação da Infosys Brasil