O movimento de geração de empregos e recrutamento de profissionais deve se manter em ritmo ponderado em 2017, comportando-se de forma muito semelhante a 2016. Algumas áreas, principalmente aquelas relacionadas à estratégia de negócios das empresas e que envolvem planejamento, custos e orçamentos, estarão em alta neste ano. A Hays Experts, divisão do grupo Hays direcionada para o recrutamento de profissionais de média e alta gerência, aponta cinco tendências para a atração de talentos na área financeira em 2017:
1. Tecnologia
A transformação digital não demonstra sinais de fraqueza e o setor financeiro está em uma encruzilhada com tecnologias cada vez mais disruptivas, como a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas, a nuvem e blockchains.
A tecnologia avançada está mudando a forma com que os negócios são conduzidos e também como as pessoas interagem com bancos e fazem seus investimentos. Isso está oferecendo um solo fértil para fintechs, que continuam obtendo uma parte do mercado de instituições consolidadas. Mais de US$ 50 bilhões foram investidos em quase 2.500 companhias desde 2010, segundo informações da Accenture, que recentemente apresentou um relatório global de investimentos no mercado de tecnologia financeira.
Conforme a digitalização cresce, também aumentam as expectativas de supervisão das empresas e a necessidade de maior controle de riscos. A resiliência cibernética será uma prioridade para companhias de serviços financeiros e aumentará o incentivo para planejamentos mais detalhados, com ações de resposta contra falhas de tecnologia. Desta forma, mais uma vez, engenheiros de tecnologia da informação e agentes de segurança serão muito demandados pelo mercado em 2017.
2. Incerteza
Com um novo presidente assumindo o governo dos Estados Unidos, os preparativos do Brexit – que não será um processo suave – e as eleições gerais que acontecem na Europa, a geopolítica pode causar impacto significativo no setor financeiro. Além disso, no que se refere à política monetária, a facilitação gradual da flexibilização quantitativa em muitas economias nos próximos anos, liderada pelas Reservas Federais nos Estados Unidos, fará pouco para melhorar a visibilidade. De modo global, a volatilidade, em 2017, torna-se o “novo normal”.
3. Agilidade
As empresas procuram por “Gerentes da Mudança”, candidatos que são adaptáveis, versáteis e podem trabalhar com mudanças de tecnologia, processos e cultura, com um foco em ofertas digitais e também em gestão em mudanças regulatórias. Soft-skills estão com mais demanda do que nunca. Ainda assim, uma pesquisa recente do LinkedIn com 291 gerentes de recrutamento dos EUA mostrou que 59% deles acredita que profissionais com soft-skills são difíceis de achar. As cinco principais soft-skills de acordo com os entrevistados são: comunicação (57,9%), organização (56,5%), trabalho em equipe (56,4%), pontualidade (55,9%) e pensamento crítico (55,8%).
4. Regulação
A mudança regulatória está, mais uma vez, no alto da agenda. “As empresas ainda são desafiadas pela contínua incerteza sobre a forma final da regulação pós-crise financeira”, observa a Deloitte, em um relatório recente sobre a regulamentação do setor em 2017. Embora os reguladores estejam interessados em preservar as reformas conquistadas nos últimos anos, a incerteza política nos mercados desenvolvidos aumentou a volatilidade e, portanto, a imprevisibilidade do ambiente macro político. A pressão dos reguladores levará a novas funções em operações de risco bancário. Para os empregadores, a implementação de controles regulatórios terá um impacto direto em muitas áreas, tais como Operações, Risco, Fiscal, Jurídico, Tesouro, todos os trabalhos de Front Office, Compliance e Finanças. Além disso, eles deverão considerar experiências internacionais como um benefício real, particularmente se um candidato tiver trabalhado em partes do mundo como o Reino Unido, Europa ou Ásia, onde as regulamentações já foram implementadas.
5. Escassez de competências
O problema será mais acentuado em algumas partes do mundo do que outros. Na Austrália, há relatos de que a escassez de consultores financeiros, profissionalmente qualificados, será um problema persistente, que será enfrentado pelo setor de consultoria nos próximos dois anos devido à legislação proposta para aumentar os requisitos educacionais e padrões profissionais. Isso continuará a ser agravado pelo número de projetos de aconselhamento financeiro de remediação, que exigem candidatos experientes. Além disso, em todo o mundo a digitalização em curso significa que as principais funções de T.I., como programadores, desenvolvedores, e profissionais de informação e segurança serão muito procurados, assim como especialistas em IOT e Big Data, como analistas de dados e cientistas.